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Postos de combustíveis precisam manter cadastro atualizado na ANP

A ANP reforça a todos os postos revendedores de combustíveis que é obrigatório manterem atualizado, junto à Agência, o cadastro do seu quadro societário. A ANP vem intensificando o cruzamento das informações disponíveis em seu cadastro com aquelas constantes em outros órgãos públicos, buscando identificar inconsistências. Sempre que forem constatadas divergências, as empresas serão notificadas para apresentar documentos de outorga, como, por exemplo, certidão da Junta Comercial, contendo histórico com as alterações dos atos constitutivos da pessoa jurídica. Os agentes econômicos que não cumprem os requisitos necessários para o exercício da atividade econômica estão sujeitos à revogação de suas autorizações de funcionamento. A iniciativa visa garantir a precisão das informações disponíveis à sociedade sobre o mercado regulado de combustíveis. A obrigação de manter os dados cadastrais atualizados na ANP está estabelecida no 11 da Resolução ANP nº 948/2023. Além disso, o inciso V do artigo 3° da Lei n° 9.847/99 estabelece multa de R$ 20 mil a R$ 1 milhão a quem prestar declarações ou informações inverídicas, falsificar, adulterar, inutilizar, simular ou alterar registros e escrituração de livros e outros documentos exigidos na legislação aplicável. Como atualizar o cadastro na ANP O revendedor pode consultar seus dados cadastrados na ANP em Consulta Posto Web. Caso constate qualquer informação incorreta, é necessário atualizar seu cadastro na ANP por meio do Sistema de Registro de Documentos dos Postos Revendedores (SRD-PR), disponível em CSA - Central de Sistemas ANP. Ao acessar o sistema, o agente deve selecionar a opção eldquo;Atualização Cadastralerdquo; e retificar as informações necessárias. É recomendado ainda verificar se endereços de e-mail, telefones e documentos de outorga cadastrados (Alvará da Prefeitura, Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e Licença de Operação do órgão ambiental) continuam válidos. Uma vez enviada a ficha cadastral, é importante acompanhar no sistema o andamento da solicitação, pois a alteração não será efetivada se houver pendências (dados divergentes, documentos vencidos etc.). Para mais informações e orientações sobre recuperação de senha do sistema ou perda do e-mail cadastrado, acesse a página Atualização cadastral de postos revendedores. O passo a passo detalhado para o uso dos sistemas da ANP pode ver conferido em CSA - Manual do usuário com primeiro acesso ao Gov.BR ou CSA - Manual do usuário que já possui cadastro no Gov.BR. Caso o posto ainda tenha alguma dúvida, poderá entrar em contato através da Ouvidoria da ANP, pelo telefone 0800 970 0267 ou pela página Fale Conosco.

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Gasolina fica estável na 1ª quinzena de janeiro, diz pesquisa; diesel e etanol sobem

O preço médio da gasolina ficou estável na primeira quinzena de janeiro, registrando uma ligeira queda de 0,02% na comparação com a última semana de dezembro, segundo o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Já o etanol registrou alta de 0,71% e o diesel S-10 subiu 0,22%. eldquo;Os resultados evidenciam um cenário de relativa estabilidade nos preços cobrados nos postos brasileiros na abertura do anoerdquo;, avaliou o Veloe, hub de mobilidade e gestão de frota. O preço médio da gasolina na segunda semana de janeiro no território ficou estável em R$ 6,24 o litro, o mesmo do fechamento de dezembro, enquanto o etanol registrou preço médio de R$ 4,21 o litro, e o diesel S-10, o menos poluente e mais vendido, foi encontrado a R$ 6,23 o litro. Nas capitais, o comportamento foi semelhante, onde o destaque também ficou por conta da elevação de R$ 0,03 no preço médio do etanol hidratado (proporcionalmente, +0,62%) e de R$ 0,01 no caso do diesel S-10 (que correspondeu ao acréscimo proporcional de +0,12%). Em contraste, o preço médio da gasolina comum apresentou um recuo marginal de R$ 0,01 nas capitais, o que correspondeu a um ajuste de menos 0,09% em relação ao valor médio apurado pelo levantamento ao final de dezembro. eldquo;Na esteira dessas oscilações observadas, a análise de custo-benefício entre etanol e gasolina, dada pelo Indicador Custo-Benefício Flex, que mede a relação entre o preço e o rendimento de ambos combustíveis, permaneceu na faixa de indiferença adotada pelo levantamento, com valor de 70,4% no âmbito nacional e 70,6% nas capitaiserdquo;, informou o Veloe, afirmando que não houve vantagem significativa no abastecimento entre as duas opções. (Estadão Conteúdo)

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Carros a hidrogênio fazem sentido para o Brasil?

Começando pela conclusão: talvez não muito. Mesmo que a adoção de veículos movidos a hidrogênio seja vantajosa quando se fala de sustentabilidade e autonomia, alguns desafios fazem dessa tecnologia pouco viável, ainda mais no contexto brasileiro emdash; ao menos por enquanto. Em 2014, a Toyota fez grandes apostas com o lançamento do Toyota Mirai, esperando uma eldquo;uma revolução no setor automotivoerdquo;. Passados dez anos e pouco mais de 27 mil unidades vendidas globalmente, a aposta virou frustração. O preço pouco competitivo do automóvel e do hidrogênio combustível é um dos fatores para o fracasso nos planos da montadora, o que deve se prolongar devido a desafios pela baixa escala de produção em ambos os casos. Para se ter uma ideia, quando o modelo foi apresentado no Brasil em 2022 emdash; não foi lançado comercialmente emdash; ele custava cerca de US$49.500, o dobro do valor de um Corolla híbrido na época, de US$24.050, no mercado dos Estados Unidos. Os carros a hidrogênio utilizam células de combustível que convertem o hidrogênio em eletricidade por meio de uma reação química com oxigênio. O processo gera energia para movimentar o motor elétrico e libera apenas vapor dersquo;água pelo escapamento. O abastecimento também é feito em postos similares aos de combustíveis líquidos tradicionais, com tempo de recarga de aproximadamente cinco minutos e autonomia que pode ultrapassar 600 quilômetros. Apesar dessas vantagens, a tecnologia enfrenta desafios relacionados à produção e distribuição de hidrogênio. A falta de infraestrutura de abastecimento é outra barreira. Na Califórnia, por exemplo, após o fechamento dos postos da Shell, clientes do Toyota Mirai abriram processos judiciais contra a montadora por falta de combustível. Disputa com carros elétricos Outra polêmica envolvendo o Mirai aconteceu durante a realização dos jogos olímpicos de Paris 2024, que expõs críticas de cientistas sobre sua eficiência. A Toyota forneceu 500 unidades do Mirai para o evento, enquanto uma carta de pesquisadores pediu a substituição total da frota por veículos 100% elétricos (EVs). Estudo publicado na revista Joule chegou a apontar que esses veículos a hidrogênio são três vezes menos eficientes que os elétricos a bateria, quando se fala no uso de eletricidade renovável. Outra forte competição ao hidrogênio é a redução significativa nos custos de baterias para EVs, em especial pela produção em massa por indústrias chinesas. De acordo com a BloombergNEF, no ano passado, o preço das baterias registrou a maior queda em 7 anos, 20% . E a expectativa é que, até 2030, caia mais 45%. A bateria significa em torno de 30% do custo de produção de um EV. Isso se reflete nas vendas. Enquanto nas estradas dos Estados Unidos rodam apenas cerca de 17 mil veículos movidos a hidrogênio, os EVs eram mais de 3 milhões, em 2023. Na Europa, não é diferente. Apenas 263 veículos elétricos com célula de combustível foram registrados na Alemanha emdash; o maior mercado europeu para carros movidos a hidrogênio emdash; ao longo de 2023, uma queda de quase 70% em relação aos 835 registrados em 2022, de acordo a Autoridade Federal de Transporte Motorizado (KBA). E no Brasil? Por aqui ainda não há nenhum modelo de carro de passeio movido a hidrogênio lançado comercialmente. Apenas estudos sendo realizados. Se o hidrogênio de baixo carbono emdash; em especial o verde emdash; é considerado essencial para descarbonizar o transporte em países como os europeus, que dependerão da importação de energia renovável, no Brasil a realidade é outra. Com um enorme potencial de ampliação da sua já grande capacidade de geração elétrica limpa e renovável, o mais lógico seria que a eletricidade produzida pudesse ser usada diretamente em veículos elétricos, eliminando perdas energéticas associadas à conversão de eletricidade em hidrogênio. Além disso, o Brasil tem uma vantagem única para descarbonização com biocombustíveis como etanol e biometano, que utilizam infraestrutura já existente. A tendência é reforçada pela crescente adoção de veículos híbridos (etanol + eletricidade), como os modelos da BYD, que optou por adaptar sua estratégia no Brasil diante da demanda local e de políticas públicas que estimulam essa vocação nacional, como o Mover e o Combustível do Futuro. A venda de carros eletrificados no Brasil disparou, crescendo 146% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, com modelos 100% elétricos na frente em número de emplacamentos, segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Por outro lado, avanços em pesquisa na melhoria da eficiência da tecnologia de células a combustível, e ganhos de escala na produção de hidrogênio de baixo carbono podem mudar esse cenário emdash; lembrando que o Brasil aparece como forte candidato a produzir o energético com menor custo do mundo. Um exemplo interessante é o projeto da Shell e Toyota, em conjunto com outras empresas e a USP, que transforma etanol em hidrogênio diretamente nos postos. Essa solução aproveitaria a infraestrutura existente e reduziria custos, tornando o hidrogênio mais acessível no futuro. A conferir a sua viabilidade. Outro ponto que vale lembrar é que os veículos a hidrogênio oferecem vantagens inegáveis, como o tempo de abastecimento rápido e a longa autonomia, o que, a princípio, é mais atrativo para aplicações de transporte pesado, como caminhões. Também é importante destacar que, mesmo com todas as dificuldades de mercado, a Toyota se uniu a concorentes, como Hyundai e BMW para compartilhar os custos de desenvolvimento da tecnologia de células a combustível e desenvolver infraestrutura de abastecimento, olhando para o longo prazo. No caso brasileiro, embora o hidrogênio seja uma solução interessante para descarbonizar setores específicos, seu papel na mobilidade urbana segue incerto. A combinação de energia renovável abundante, biocombustíveis eficientes e veículos elétricos e híbridos mais acessíveis posiciona o Brasil como um país com alternativas mais viáveis e sustentáveis no curto e médio prazo.

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Defasagem da gasolina e diesel dispara e eleva risco de reajuste turbinar inflação

Uma forte escalada do preço do petróleo no mercado internacional desta vez impulsionada por um novo pacote de sanções contra o setor energético russo, chega ao Brasil em um momento em que a Petrobras está com os preços bastante defasados, atingindo patamares que em 2023 obrigaram a companhia em agosto a reajustar o diesel em 25% e a gasolina em 16%. Um eventual aumento agora, para reduzir ou anular essa defasagem, teria impacto na inflação de 2025, principalmente a de fevereiro, mas traria alívio para importadores e produtores de etanol, que estão perdendo espaço nos postos de abastecimento diante dos preços estagnados dos dois combustíveis. Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média do diesel nas refinarias da Petrobras, em relação ao preço praticado no Golfo do México chegou a 22% na última sexta-feira, enquanto na gasolina ficou em 13%. Mesmo na Refinaria de Mataripe, que reajusta seus preços semanalmente, o óleo diesel está sendo vendido 11% abaixo do mercado internacional, e a gasolina a um preço 7% inferior. O preço do diesel não é reajustado há 383 dias nas refinarias da estatal, e da gasolina, há 188 dias. No dia 1º de janeiro a estatal elevou o querosene de aviação (QAV), cujos reajustes mensais são por contrato, em 7%. eldquo;Não é necessário a Petrobras trabalhar com uma defasagem tão alta. Prejudica não só importadores como produtores de etanol. O câmbio não tem expectativa de redução enquanto não houver equilíbrio fiscal, e o petróleo só aumenta. Se a companhia praticar um preço só um pouco abaixo da defasagem já ganha muito dinheiroerdquo;, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o presidente da Abicom, Sérgio Rodrigues. Inflação Para o economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, será difícil a petroleira evitar um reajuste diante dessa defasagem por muito tempo. Segundo ele, a expectativa é de que os combustíveis sejam reajustados em breve, o que vai pesar na inflação de janeiro e principalmente de fevereiro. No caso do índice oficial de inflação, IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a maior preocupação é a gasolina, que compromete 5% do orçamento familiar no Brasil. eldquo;Várias pressões inflacionárias estão se acumulando, já tivemos aumentos importantes no transporte público, teremos alta nas mensalidades escolares e no IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores). Acredito que a gasolina, que compromete 5% do orçamento familiar, terá reajuste em breve. A desvalorização cambial acumulada e a nova tendência de alta do petróleo indicam que isso deve acontecererdquo;, explicou Braz ao Broadcast. Segundo ele, porém, em janeiro o impacto inflacionário não será tão grande, graças ao bônus da Usina Hidrelétrica de Itaipu que permitirá a conta de energia cair 13% em média. eldquo;Isso fará o IPCA recuar algo em torno de 0,50 ponto percentual em janeiro, o problema será em fevereiroerdquo;, explicou, ressaltando que em fevereiro as mensalidades escolares terão subido e a conta de luz voltará ao normal. eldquo;O IPCA de janeiro poderá ficar em torno de 0,2% e a de fevereiro acima de 1%erdquo;, estimou Braz. Para ele, o cenário da inflação dos próximos meses também dependerá do comportamento do câmbio, que se por um lado estimula as exportações, o que é bom para a balança comercial do País, por outro turbina os preços internos. eldquo;Ao exportar, a oferta doméstica reduz o que pressiona a inflação, e torna mais caro tudo o que importamos, como trigo e gasolinaerdquo;, explicou Braz. Mercado De acordo com a analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia, o petróleo atingiu o maior patamar desde outubro do ano passado, puxado pelo pacote de sanções contra o setor de energia da Rússia. Hoje, por volta das 13h, a commodity do tipo Brent registrava alta de 1,75%, cotado a US$ 81,04 o barril. eldquo;Na tentativa de restringir e limitar os ganhos que o governo russo tinha com as exportações de petróleo, derivados e gás natural, as novas restrições acabam englobando produtores de petróleo e gás importantes, além de adicionar 183 navios, traders, seguradoras e outros agentes que estão envolvidos na movimentação de produtos russos no comércio internacional a essa lista de sançõeserdquo;, explicou Garcia, destacando que esse movimento aumenta os riscos e a dificuldade de se negociar, transacionar os produtos russos no mercado internacional. Ela destacou que já existe uma preocupação da disponibilidade do petróleo russo no mercado internacional, num contexto de um balanço de oferta e demanda global já apertado, considerando que Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tem feito restrições sobre a oferta do grupo no começo deste ano. eldquo;Se tem preocupações de que os países que dependem muito do petróleo russo, como Índia e a China, se voltem para outros fornecedores nesse curto prazo para atender a necessidade doméstica, enquanto se tem um cálculo ou esperam maiores direcionamentos dos próprios governos e buscam também alternativas para as novas sançõeserdquo;, afirmou a analista, lembrando que o movimento contra a Rússia era especulado há um tempo no mercado, e já se tinha preocupações de que o novo governo de Donald Trump poderia endurecer sanções contra países como a Rússia, Venezuela e Irã. Petrobras No final do ano passado, quando o petróleo ainda não tinha batido os US$ 80 o barril, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse em entrevista ao Canal Livre, da Band News, que não havia intenção em mexer nos preços, e que a empresa estava ganhando dinheiro mesmo com os preços eldquo;abrasileiradoserdquo;. Também em entrevista exclusiva ao Broadcast no último dia do ano o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, afirmou que não havia eldquo;correria para reajustar os combustíveiserdquo;. Perguntada sobre um possível reajuste no preços dos combustíveis a estatal não havia se manifestado até a publicação deste texto.

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O que esperar da revisão tarifária das transportadoras de gás natural em 2025

A revisão tarifária das transportadoras será um dos principais pontos da agenda do gás natural em 2025. E as empresas do setor e a ANP começam o ano discutindo as bases desse processo.. No último dia 13/1, representantes da ATGás e das cinco transportadoras (NTS, TAG, TBG, TSB e GOM) se reuniram com a área técnica da agência para apresentar uma minuta de metodologia preliminar para o ciclo 2026-2030. Um dos objetivos é construir uma harmonização dos conceitos entre as diferentes transportadoras. Por exemplo: o que deve ser reconhecido dentro da rubrica de investimento e de despesas operacionais?; ou como deve ser o rito de valoração da Base Regulatória de Ativos (BRA) das companhias? A agência eixos apurou que o primeiro encontro do ano entre ANP e transportadoras não entrou na numeralha em si (base regulatória, receitas e tarifas, por exemplo). A revisão tarifária será individualizada, transportadora a transportadora, ao longo do ano. O documento apresentado é uma espécie de nota técnica elaborada pelas transportadoras, com referências para balizar as discussões, sobretudo num momento em que os usuários cobram uma lupa sobre as tarifas. E em que o Comitê de Monitoramento se prepara para começar suas atividades com o custo de acesso às infraestruturas essenciais no radar. A nota passa por questões como BRA; receitas; capex e opex; alocação das receitas entre entrada e saída; estimativa de demanda por capacidade; distribuição dos fatores postal/locacional; conta regulatória; depreciação de ativos; custos de capital etc. As transportadoras tentam pavimentar o caminho de um processo extenso. Embora não haja um cronograma de trabalho definido, as empresas defendem junto à ANP que as regras da revisão sejam divulgadas até o fim do 1º semestre, para consulta pública; e que a oferta de capacidade, sob as novas condições, ocorra no 3º trimestre. A seguir, a gas week apresenta alguns temas candidatos a entrar em pauta durante a revisão tarifária das principais transportadoras que operam no mercado brasileiro. Para ficar de olho: Transparência sobre a BRA A valoração da base de ativos é um dos componentes no cálculo da receita máxima permitida ao qual as transportadoras têm direito a receber. Em paralelo ao processo de revisão tarifária em si, o novo decreto da Lei do Gás deu um prazo para que, em 180 dias (até o fim de fevereiro), os operadores das infraestruturas existentes (de escoamento, processamento e transporte) apresentem para aprovação da ANP uma proposta de BRA. Mais transparência sobre a base de ativos tem sido um pleito recorrente do Conselho de Usuários nos últimos anos. E, nessa valoração da BRA, um tema que deve vir à tona é a questão do perímetro da discussão. Os usuários pedem acesso à memória de cálculo das tarifas de todos os contratos legados endash; aqueles assinados com a Petrobras antes da privatização das transportadoras e que constituem, hoje, a base da remuneração delas. Inclusive a abertura dos dados daqueles contratos que vencem só a partir do fim da década. Querem, assim, uma transparência mais ampla sobre o assunto. Esse é um debate que esteve presente também nos fóruns do Gás para Empregar. Os relatórios produzidos pelo Grupo de Trabalho do programa elencam uma série de propostas de ações para o Comitê de Monitoramento endash; dentre elas calcular os novos valores das tarifas para capacidades disponíveis. E que os contratos legados sejam devidamente analisados e, eventualmente, até renegociados endash; por exemplo se houver um tarifaço decorrente da descontratação de térmicas conectadas ao sistema. Por sua vez, as transportadoras defendem que a revisão da BRA seja gradual: deve ser feita conforme os contratos legados forem vencendo, por serem instrumentos jurídicos perfeitos endash; e negociados, celebrados e submetidos à ANP conforme arcabouço legal vigente à época e protegidos pelo princípio constitucional da segurança jurídica. A TAG tem quatro contratos legados com a Petrobras, com vencimentos diferentes: Malha Nordeste (2025); Urucu-Coari-Manaus (2030); Pilar-Ipojuca (2031); e Sistema Gasene (2033). A NTS tem outros cinco contratos: Malha Sudeste I (2025); Paulíniaendash;Jacutinga (2030); Gasduc III (2030); Malha Sudeste II (2031) e Gastau (2031). Para 2025, portanto, seriam discutidos somente os casos dos ativos contidos na Malha Nordeste e Malha Sudeste I. Tarifa postal? Outra possível pauta, na revisão tarifária, será a postalização das tarifas endash; um debate ressuscitado pelo novo decreto da Lei do Gás. O decreto 12.153/2024 reintroduziu o conceito da tarifa postal, como modelo preferencial, no capítulo que reforça a competência da ANP em adotar medidas transitórias. E define, então, a tarifa postal como aquela tarifa uniforme cobrada de todos os carregadores do sistema, independentemente da distância, de sua localização na malha de gasodutos e do seu operador. Hoje, há uma discrepância na forma como as tarifas de cada transportadora são calculadas. No caso da TAG, a tarifa é composta por 90% de fator postal e 10% de fator locacional endash; que segue a metodologia da Distância Ponderada pela Capacidade (CWD, na sigla em inglês). No caso da NTS, a proporção é de 80%/20% e, na TBG, 50%/50%. Isso ajuda a criar disparidades nos custos de injeção de gás em diferentes pontos do sistema. A expectativa entre os agentes do setor é de que, na revisão tarifária, sejam adotadas algumas soluções específicas para cada transportadora, mas que seja possível buscar alguma integração maior entre as diferentes áreas de mercado. Estabilidade tarifária O diagnóstico das transportadoras é de que tão importante quanto discutir as receitas é discutir os critérios de divisão das receitas. Um exemplo de como essas regras podem pesar na tarifa é a regra de alocação das receitas entre os pontos de entrada e saída. As tarifas cobradas pela injeção de gás na malha têm um peso maior na composição das receitas das transportadoras: 70% dos custos são recuperados pelas tarifas de entrada, enquanto os 30% restantes pelas tarifas de saída. No caso da TBG, por exemplo, essa divisão expõe as tarifas do Gasbol às flutuações de demanda em Corumbá (MS) e à entrada de gás boliviano endash; um dos fatores por trás do caso recente de aumento das tarifas da transportadora na oferta de capacidade 2024. Na ocasião, ao enviar sua proposta tarifária, a própria TBG já identificava a necessidade de revisão da metodologia de cálculo das tarifas para o início do 2º Ciclo Regulatório (a partir de 2026). Outro debate que pode entrar em pauta é a divisão das receitas entre contratos legados e o restante do mercado endash; algo que contaminou a oferta de capacidade da NTS em 2024. E que levou a empresa a mudar sua metodologia para evitar novas distorções que levem a um novo choque tarifário. Ao fim, foi implementado uma fórmula baseada em duas parcelas: a Tarifa Legados: resultante da divisão da receita dos contratos legados (subtraído o saldo da conta regulatória) pela capacidade no cenário de referência (fixado com base nos máximos históricos); e a Tarifa Gasig: consiste na divisão da receita do gasoduto Itaboraí-Guapimirim pela soma das capacidades solicitadas na fase de manifestação de interesse e a capacidade já reservada pela Petrobras no TCC do Cade. Ainda dentro da discussão sobre estabilidade tarifária, os recentes episódios de frustração de demanda nas ofertas da NTS e TBG em 2024 colocam em xeque a própria metodologia de cálculo dos cenários de referência. WACC e Conta Regulatória A revisão tarifária de 2025 será uma oportunidade também para dar mais clareza sobre o WACC (o custo médio ponderado de capital, usado como taxa de remuneração do capital no cálculo das receitas das transportadoras. As empresas do setor relatam, hoje, dificuldades de aprovar novos investimentos diante das incertezas sobre que patamar será adotado a partir de 2026. O WACC atual, de 7,25% ao ano, é considerado defasado pelas transportadoras. Sobre a Conta Regulatória, o Conselho de Usuários pede uma publicação mais frequente sobre o saldo da Conta endash; um mecanismo criado para evitar cenários de sobre ou sub arrecadação em relação à receita máxima permitida dos transportadores. Em resumo: valores recebidos com produtos de curto prazo, penalidades e excedentes autorizados e não autorizados são adicionados no saldo dessa conta e revertidos em redução tarifária. Hoje, o acesso à informação ocorre no momento em que a tarifa é definida para oferta de capacidade. Os usuários entendem que, com atualizações mais frequentes, os consumidores têm mais previsibilidade dos custos relativos à infraestrutura. Até que o tema seja regulamentado pela ANP, o funcionamento da Conta Regulatória segue as disposições de uma nota técnica (13/2019-SIM): o saldo deve ser reconciliado no intervalo de dois anos do recebimento das receitas. GÁS NA SEMANA Reforma tributária. O presidente Lula sancionou o PLP 68/2024. O texto final manteve a monofasia na tribulação do gás natural processado e biometano. Entenda os impactos para o setor Termelétricas locacionais. O governo Lula vai precisar se articular para evitar a derrubada pelo Congresso dos vetos no marco legal das eólicas offshore. Dentre os trechos barrados está aquele que cria mecanismos para destravar a contratação compulsória de térmicas a gás. LRCAP. A Abrage defende a inclusão de mais um produto hidrelétrico, com entrada em operação em 2029, no Leilão de Reserva de Capacidade. Portocem. O BNDES aprovou apoio financeiro de R$ 3,8 bilhões, por meio da emissão de debêntures, para a implantação de usina a gás em Barcarena (PA). Transportadoras. NTS e TAG assinaram com a Eneva e BTG Pactual Commodities os primeiros contratos para uso da interconexão entre as malhas de gasodutos do Sudeste e Nordeste. Os acordos totalizam 220 mil m³/dia. Mercado livre. A indústria ceramista ultrapassou, este mês, a marca de 2 milhões de m³/dia no ambiente livre. Desde o ano passado, mais que triplicou o volume contratado na modalidade. No cativo. As tarifas vão cair até 4% no Rio de Janeiro a partir de fevereiro. É o primeiro ajuste desde que CEG e CEG Rio aderiram ao prêmio de incentivo à demanda previsto na nova política de preços da Petrobras. Revisão tarifária no ES. A ARSP, o regulador estadual, abriu consulta pública até 2/2 para colher contribuições sobre a minuta de resolução com a metodologia de revisão da margem média de distribuição da ES Gás endash; que passará por sua 1ª Revisão Tarifária Ordinária desde a privatização. Na Bahia. A diretoria da Agerba aprovou reajuste de 16,59% nas tarifas do Serviço de Movimentação de Gás (TMOV) para o setor industrial e para matéria-prima de fertilizantes. Biometano. A Marca Ambiental iniciou a construção de uma planta no aterro de Cariacica (ES), prevista para operar a partir do 2º semestre. O investimento é de R$ 70 milhões. A usina será capaz de processar 60 mil m³/dia.

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Raízen (RAIZ4) anuncia fim de operação de planta piloto de etanol de segunda geração (E2G)

A Raízen (RAIZ4), em comunicado ao mercado nesta sexta-feira (17), anunciou que a partir de 1º de abril de 2025, início da nova safra (25/26), a planta piloto de etanol de segunda geração (E2G), localizada em Piracicaba (SP), terá sua operação descontinuada. A unidade passará a operar dedicada a testes e futuros desenvolvimentos do biocombustível. Inaugurada em 2015, a eldquo;Planta 1erdquo; passou por diversas transformações para aprimoramento e desenvolvimento da tecnologia de produção de E2G, que foi replicada em escala comercial na Planta de Bonfim (Planta 2), que já está em fase operacional, e nas Plantas Univalem (Planta 3) e Barra (Planta 4), que iniciarão operação após as autorizações necessárias. Recentemente, o BNDES aprovou financiamento no valor total de R$ 1 bilhão para a companhia construir uma unidade de E2G, em Andradina (SP), com capacidade instalada de produção de até 82 milhões de litros por ano. Em 14 de fevereiro, a companhia divulga seus resultados referentes ao terceiro trimestre da safra 2024/2025.

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