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Entenda o que é o combustível do futuro e o que muda para gasolina e diesel dos postos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta terça-feira (8) a Lei do Combustível do Futuro (PL 528/2020), onde se estabelece o aumento da mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel, respectivamente. Em meio à luta contra as mudanças climáticas, o combustível do futuro prevê que o Brasil evite a emissão de 705 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) até 2037. O texto também institui o marco regulatório para a captura e a estocagem de carbono e destrava investimentos que somam R$ 260 bilhões. Na prática, a quantidade de mistura de etanol à gasolina aumenta, passando dos 27,5% máximos atualmente para a margem de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Já a quantidade de biodiesel adicionada ao diesel vendido ao consumidor final subirá 1 ponto percentual a cada ano, ou seja, para 15% em 2025 até chegar em 20% em 2030. Além disso, a lei também cria programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano. A partir de 2027, os operadores aéreos serão obrigados a usar o combustível sustentável de aviação para reduzir em 10% as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos até 2037, no chamado de Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação.

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Petróleo cai 4,6% após altas sequenciais e com possível cessar-fogo no Oriente Médio

Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta terça-feira, 8, rompendo o rali registrado nos últimos pregões. Os preços da commodity foram limitados por notícia de que o Hezbollah buscaria um cessar-fogo para o conflito no Oriente Médio e também pelo aumento da produção do óleo na Líbia, que havia suspendido as atividades. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em queda de 4,63% (US$ 3,57), a US$ 73,57 o barril, após uma sequência de cinco altas seguidas. O Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 4,63% (US$ 3,75), a US$ 77,18 o barril, depois de sete sessões seguidas de altas. Nesta terça-feira, o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou publicamente pela primeira vez que o grupo está apoiando um cessar-fogo no Líbano. eldquo;Uma vez que o cessar-fogo esteja firmemente estabelecido, todos os outros detalhes serão discutidos de forma colaborativaerdquo;, mencionou em discurso, reduzindo os temores do conflito. Durante a sessão, os preços do petróleo chegaram a cair mais de 5%. No entanto, as perdas foram reduzidas depois de informações que Israel ainda analisa atacar instalações de energia do Irã, em resposta ao ataque realizado na semana passada. De acordo com relatório do Julius Baer, a situação no Oriente Médio deve fazer com que os preços do petróleo subam e diminuam até o fim do ano, assim como aconteceu no início do ano. Uma análise feita pelo Moodyersquo;s sugere que a volatilidade no mercado de petróleo deve persistir eldquo;bastante elevadaerdquo; enquanto não houver uma resolução maior da guerra. Outro fator que empurrou o valor do óleo para baixo foi a retomada na produção de petróleo na Líbia, que atingiu mais de 1,1 milhão de barris nas últimas 24 horas, como anunciado pela Corporação Nacional de Petróleo da Líbia (NOC), segundo a XM. (Estadão Conteúdo)

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Raízen assina compromisso de R$ 11,5 bi em investimentos para E2G e mais combustíveis

A Raízen (RAIZ4) assinou nesta terça-feira uma carta de compromisso de investimentos de 11,5 bilhões de reais em plantas de produção de etanol de segunda geração (E2G), biogás e biometano durante cerimônia de sanção do Combustível do Futuro, programa do governo que visa estimular a produção de novos combustíveis sustentáveis. A companhia, maior produtora de açúcar e etanol de cana do mundo, já havia anunciado anteriormente sua intenção de construir nove plantas de etanol produzido a partir do bagaço da cana. O produto, uma importante aposta da Raízen para o futuro, já tem sido exportado para clientes da Europa. Duas plantas de E2G da Raízen já estão em operação nas unidades paulistas Costa Pinto e Bonfim, onde também haverá produção de biogás e biometano, e outras duas estão em fase final de construção. (Reuters)

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Portos e governo se movimentam por obras em terminais e rios, e crise climática pressiona

O setor portuário e o governo se movimentam para levar adiante a dragagem de rios e de canais de acesso a portos pelo país. Demanda antiga do segmento, as obras são necessárias para impedir que embarcações encalhem, e se tornaram um tema ainda mais urgente diante do assoreamento causado pela seca e pelas chuvas fortes registradas ao longo deste ano. No porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, a autoridade portuária pretende publicar ainda neste ano o edital para contratar a empresa que fará o alargamento e o aprofundamento do acesso à Baía de Babitonga, onde estão localizados o terminal e o porto de Itapoá. Com a dragagem, a profundidade do canal por onde os navios trafegam para chegar aos dois portos chegará a 16 metros, segundo a autoridade portuária. Dessa forma, o complexo portuário, que hoje permite, somente, a entrada de navios com até 310 metros de comprimento, poderá receber embarcações com até 366 metros. No modelo proposto pela autoridade portuária, o porto de Itapoá, de administração privada, pagaria inicialmente pela obra, orçada em aproximadamente R$ 300 milhões. O terminal de São Francisco do Sul, que é público, quitaria o valor em um prazo de até 12 anos, por meio da receita obtida com as tarifas recolhidas de novos navios que poderão adentrar o complexo portuário. "É um modelo novo de contratação. A gente tentou recursos do PAC, [Programa de Aceleração do Crescimento], mas não foi possível. Diante dessa escassez em recursos da União, a gente buscou o modelo de parceria com o porto de Itapoá, que é um terminal privado", diz Cleverton Vieira, presidente do porto de São Francisco do Sul. O senador Beto Martins (PL-SC), que ocupava o cargo de secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina e assumiu neste anos a vaga no Senado, disse que o tema havia sido levado ao governo federal anteriormente, mas, segundo ele, a gestão estadual não conseguiu recursos para as obras. "Em São Francisco do Sul, a gente conseguiu convencer [o porto de] Itapoá a fazer o investimento, porque, se for esperar pelo governo federal, vamos esperar sentados por uns 20 anos. Tem sempre problemas de orçamento. E o governo estadual não poderia investir esse dinheiro lá, até porque era responsabilidade da União", diz. A reportagem questionou o Ministério de Portos e Aeroportos sobre o tema na quarta (18), na quinta (19) e na sexta (20). Em resposta enviada à Folha no sábado (21), a pasta disse que a obra foi incluída no PAC como uma PPP (parceria público-privada). "O ministério envidou esforços no fomento à realização da obra com investimento privado, fomento esse que perpassa por várias decisões que garantam estabilidade jurídica e regulatória para o investimento proposto", escreveu em nota. Segundo Leandro Carelli Barreto, sócio da Solve Shipping, eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca histórica registrada no país, que está afetando a navegação em rios do Norte, elevam a necessidade de atenção para as obras de dragagem. "Enchentes ou secas afetam diretamente os canais e, em um segundo momento, bate em restrição de navegação, que bate em restrição de carga, que vai bater em aumento de frete. É um efeito dominó", afirma Barreto. Segundo a Solve Shipping, o calado ideal para receber navios mais modernos seria de pelo menos 16 metros com a maré baixa. No cais público de Porto Alegre, que teve suas atividades suspensas por cerca de dois meses por causa das enchentes, os impactos relacionados à falta de arrecadação no período de interrupção da operação chegaram a R$ 2 milhões, segundo a autoridade portuária. No entanto, a estimativa é de que os custos totais para o restabelecimento do sistema na capital gaúcha cheguem ou até ultrapassem a casa dos R$ 850 milhões. A quantia inclui a dragagem de todos os canais de navegação, que ficaram assoreados. De acordo com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), no Rio Grande do Sul, as contratações emergenciais estão na fase interna de diagnósticos e elaboração de um plano executivo de desobstrução, que precede a contratação da empresa que vai executar a obra. Em outra frente, o governo planeja dragagens de manutenção em rios do Norte, enquanto a seca pressiona por medidas emergenciais na região. A saída para o Grupo Chibatão, por exemplo, foi a montagem de um píer flutuante temporário na região, por meio do qual cargas de embarcações maiores são transferidas para balsas, que têm mais facilidade para circular pelos rios assoreados. Diferentemente das dragagens de aprofundamento, as dragagens de manutenção, previstas para rios da região Norte, são feitas periodicamente para manter a navegabilidade e não exigem mudanças tão estruturais. À Folha, o secretário de hidrovias do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes, disse que a pasta participa do trâmite para uma dragagem emergencial no rio Tapajós e já estuda obras do tipo, também em caráter emergencial, para o tramo sul do rio Paraguai. Antunes afirma que, diferentemente do tramo norte do rio endash;que concentra atividades de pesca e lazerendash;, no tramo sul trafegam muitas embarcações de carga. "A gente estava tentando fazer dragagem no tramo sul do rio Paraguai só para melhorar a navegação, mas hoje não é uma questão de melhorar, é para viabilizar mesmo. Mudou o aspecto. Se a gente não fizer dragagem ali, a embarcação simplesmente não passa", afirma. Para a dragagem desses dois rios, a secretaria também vai avaliar, para o ano que vem, um contrato convencional, em vez do acordo emergencial. Dessa forma, o Dnit contrataria uma empresa que ficaria à disposição, por alguns anos, para realizar a dragagem quando necessária endash;o dinheiro seria enviado à companhia, somente, em situações que exigissem a operação para o desassoreamento. Segundo o Dnit, as dragagens nos rios Madeira, Paraguai (tramo norte) e Taquari já estão em andamento. Intervenções em trechos do rio Solimões estão previstas para começar ainda neste ano. A ordem de serviço para o trecho Manaus/Itacoatiara já foi assinada, e a equipe já iniciou a mobilização para o início das atividades de dragagem.

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Aumento de imposto sobre cigarros terá impacto desproporcional

A recente decisão do governo federal de aumentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os cigarros tem gerado um debate acalorado entre especialistas, legisladores e a população em geral. Embora a medida pareça num primeiro momento amplamente apoiada, como uma espécie de estratégia para se reduzir o consumo de tabaco e aumentar a arrecadação, é crucial analisar os impactos desproporcionais que poderá ter sobre a saúde dos brasileiros, a segurança pública, o varejo, a economia e a sociedade como um todo. Para início de conversa, o aumento do imposto elevará o preço dos cigarros legais, tornando-os menos acessíveis. Cria-se, por consequência, um ambiente propício para a expansão do mercado ilegal, que, não apenas drena recursos do governo, mas, também, financia atividades criminosas. Outro efeito negativo da medida é o de afetar diretamente o varejo legalizado, que já enfrenta desafios num cenário econômico instável, impactando, negativamente, as receitas dos varejistas. Isso pode levar a demissões, passando pelo fechamento de pequenos negócios. E, ainda mais grave: nas periferias, empresários já relatam sofrer ameaças de criminosos para comercializar seus produtos contrabandeados. Outro ponto a ser observado é o efeito psicológico e social adverso nos consumidores, que poderão migrar para uma alternativa mais barata e, potencialmente, ainda mais prejudicial à saúde, como os cigarros eletrônicos contrabandeados. Muitas vezes vistos como uma opção eldquo;menos nocivaerdquo; ao tabaco tradicional, proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses produtos ilegais são comercializados livremente e consumidos especialmente pelos jovens. Os argumentos aqui elencados obrigariam qualquer legislador sensato a considerar alternativas menos gravosas e que poderiam ser implementadas para alcançar os mesmos objetivos no que tange à saúde pública e à arrecadação. Medidas como campanhas de conscientização sobre os riscos do ato de fumar e o fortalecimento da fiscalização contra o contrabando de cigarros tradicionais e eletrônicos, com o consequente aumento na arrecadação de impostos, podem ser igualmente eficazes. Contudo, sem os efeitos colaterais negativos destacados. Como representante da maior entidade patronal regional do varejo de bares e restaurantes no País, acredito que com uma abordagem mais equilibrada e bem planejada é possível alcançar bom senso, sem criar um ambiente favorável à criminalidade associada e a um risco social agregado. Edson Pinto Diretor-executivo da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp), é presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes de Osasco, Alphaville e região (SinHoRes)

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Padilha diz que governo está 'otimista' com votação da Reforma Tributária

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira que o governo está "otimista" que a votação da Reforma Tributária será concluída ainda neste ano. Na sexta-feira, o governo retirou a urgência da tramitação do projeto de lei que regulamenta os principais aspectos da reforma. O texto mais importante da reforma já foi aprovado, mas a regulamentação está travada em duas frentes. No Senado, está o projeto de regulamentação mais amplo, com regras de funcionamento dos novos impostos. Na Câmara, está pendente de votação as regras do Comitê Gestor do novo tributo e sobre imposto de herança. emdash; Quero reforçar que o governo é otimista em relação ao compromisso tanto do presidente do Senado quanto do presidente da Câmara, das duas casas, de concluir a votação da reforma tributária esse ano emdash; afirmou Padilha. O ministro afirmou ainda que a entrega da regulamentação seria um legado importante para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixam as presidências das casas legislativas em fevereiro. emdash; Não é decisivo para a implementação da Reforma Tributária, porque ela começa a ser implementada mesmo para as ações práticas a partir de 2026, mas a aprovação neste ano é um gesto importante, na nossa opinião, um legado importante da presidência das duas casas emdash; disse. Padilha afirmou ainda que núcleo de governo fez nova reunião com o Ministério da Fazenda para discutir os pontos do projeto e que, passado o primeiro turno da eleição, há expectativa pelo avanço da tramitação. emdash; Já teve algumas reuniões da equipe técnica do Ministério da Fazenda com o senador Eduardo Braga, nós acompanhamos também enquanto Ministério das Relações Institucionais, todo mundo esperando passar esse período eleitoral para que a gente possa ser mais efetivo nesse diálogo.

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