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Vendas no varejo do Brasil recuam 0,4% em novembro, queda acima do esperado

As vendas no varejo brasileiro recuaram 0,4% em novembro na comparação com o mês anterior e subiram 4,7% sobre um ano antes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 0,20% na comparação mensal e de avanço de 4,30% sobre um ano antes. No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 1,8% na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral ficou estável (0,0%). Na série sem ajuste sazonal, o varejo ampliado teve alta de 2,1%, acumulando no ano alta de 4,4% ante o mesmo período de 2023 e de 4,0% em 12 meses. Cinco das oito atividades recuam na comparação com outubro Em termos setoriais, houve predominância de taxas negativas, atingindo cinco das oito atividades pesquisadas. Móveis e eletrodomésticos (-2,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-2,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%) registraram taxas negativas. Já Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,5%), Combustíveis e lubrificantes (1,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (1,4%) tiveram alta na passagem de outubro para novembro. No âmbito do comércio varejista ampliado, as duas atividades tiveram queda de outubro para novembro: Veículos e motos, partes e peças, com -7,6%, e Material de construção, com -1,4%. Cinco atividades do varejo avançam frente a novembro de 2023 Em relação a novembro de 2023, cinco dos oito setores investigados ficaram no campo positivo: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,2%), Tecidos, vestuário e calçados (8,0%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,4%) e Combustíveis e lubrificantes (1,7%). O setor de Móveis e eletrodomésticos apresentou estabilidade (0,0%). No campo negativo, ficaram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-10,6%). No comércio varejista ampliado, Veículos e motos, partes e peças teve resultado de 4,5%, Material de construção cresceu 3,2% e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda de 11,7% em relação a novembro de 2023. A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou aumento de 10,2% nas vendas frente a novembro de 2023, 21º ponto positivo consecutivo de crescimento (o último mês a registrar variações negativas na base interanual foi fevereiro de 2023: -0,5%). O setor, para o indicador interanual, obteve a segunda maior influência no campo positivo, somando 1,0 p.p. ao total de 4,7% do varejo. Em relação ao acumulado, o ritmo é de desaceleração no crescimento, uma vez que os resultados até outubro e novembro são 14,9% e 14,4%, respectivamente. Nos últimos 12 meses, o resultado de 13,5% até novembro de 2024 é maior em 0,1 p.p. ao acumulado até outubro. O setor de Tecidos, vestuário e calçados apresentou crescimento de 8,0% nas vendas frente a novembro de 2023, sétimo resultado não negativo seguido (2,0% em maio, 0,0% em junho, 5,6% em julho, 5,8% em agosto, 3,5% em setembro e 7,9% em outubro). No indicador interanual, dos 11 meses apurados em 2024, apenas três apresentaram resultados negativos: fevereiro, com -0,5%, março, com -0,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior e abril, com -3,7%. No ano, o acúmulo é positivo e crescente: 1,5% até setembro, 2,1% até outubro e 2,7% até novembro. O mesmo cenário se apresenta para o acumulado dos últimos 12 meses: 1,3% até setembro, 2,2% até outubro e 2,4% até novembro. O segmento de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou seu sétimo mês consecutivo de crescimento para o indicador interanual: 5,4% em novembro. O desempenho do setor segue sendo positivo desde julho de 2022, com exceção de um único mês: abril de 2024 (-1,3%). O segmento também exerceu a maior influência na composição da taxa global do varejo, contribuindo com 2,8 p.p. do total de 4,7%. Com isso, a atividade continua próxima do valor mais alto da série histórica do índice de base fixa, estando, em novembro, 0,1% abaixo do nível recorde, que aconteceu em outubro. No ano, o acúmulo é de 5,2% até novembro, estável há três meses. Nos últimos 12 meses, o acúmulo também é positivo até novembro (5,2%). O grupamento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, entre outros, apresentou alta de 3,4% nas vendas frente a novembro de 2023, chegando a dez meses consecutivos de crescimento contínuo na perspectiva interanual. Tal série de desempenhos positivos se contrapõe ao período anterior, de maio de 2022 a janeiro de 2024, sequência de 21 meses apresentando resultados negativos em virtude da crise contábil de grandes empresas do setor, o que afetou os resultados de receita, assim como reduziu o número de lojas físicas no país. No ano, os ganhos acumulados até novembro são de 6,7%, enquanto nos últimos 12 meses o resultado também é positivo: 4,5%. A atividade de Combustíveis e lubrificantes apresentou resultado positivo de 1,7% nas vendas de novembro de 2024 frente a novembro de 2023, segunda alta consecutiva. O setor não emendava uma sequência de dois resultados positivos consecutivos desde o primeiro semestre de 2023, que encerrava um período de 16 altas. Em termos de resultado acumulado no ano até novembro, ao passar de -2,0% até outubro para -1,6% no mês de referência, a atividade mostra diminuição no ritmo de perdas. O mesmo se dá em relação ao acumulado nos últimos 12 meses: de -1,8% até outubro para -1,5% em novembro. O grupamento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou queda de 4,4% em novembro de 2024 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segunda maior variação no campo negativo dentre todos os setores e primeiro resultado de queda após alta de 6,3% em outubro. No ano, até novembro, o setor acumula resultado de 1,0%, abaixo do estabelecido até outubro (1,7%). Para o indicador dos últimos 12 meses o cenário é similar, já que registra 0,8% até novembro, menor do que o acumulado até outubro de 2024 (3,1%). Em relação ao setor de Livros, jornais, revistas e papelaria, houve queda de 10,6% nas vendas frente a novembro de 2023, contra -9,3% em outubro de 2024 frente a outubro de 2023. Para este indicador, o setor totaliza sete meses consecutivos de quedas. Em relação ao acumulado no ano, as perdas até novembro têm a mesma intensidade do que até setembro e outubro: -7,7% em setembro, -7,8% em outubro e -8,0% até novembro. Em termos de resultado acumulado nos últimos 12 meses, o cenário também é de perdas: de -7,6% até outubro para -8,1% até novembro de 2024. Já o grupo de Móveis e eletrodomésticos apresentou estabilidade (0,0%) no indicador de volume de vendas de novembro de 2024 comparado a novembro de 2023, após registrar alta de 9,9% na comparação de outubro de 2024 com o mesmo mês do ano anterior. O indicador acumulado do ano até novembro de 2024 apresenta ganhos de 3,5%, patamar inferior ao acumulado até os mês anterior (3,9%). Para os últimos 12 meses, até novembro o resultado foi de 2,9%. A atividade de Veículos e motos, partes e peças, uma das que compõem o varejo ampliado, apresentou crescimento de 4,5% nas vendas frente a novembro de 2023, 19ª alta consecutiva. O setor exerceu, para o mês de novembro, a segunda maior influência na composição absoluta da taxa interanual, somando 0,8 p.p para o total de 2,1% do varejo ampliado. Em relação ao acumulado do ano, o indicador registra ganhos ao longo de todo o ano de 2024, com estabilidade no ritmo nos últimos meses: 13,4% em julho, 12,7% em agosto, 12,1% em setembro, 13,0% em outubro e 12,2% em novembro. No acumulado dos últimos 12 meses a série se encontra no campo positivo há um ano e meio, registrando ganhos de 11,8% em novembro. O grupo de Material de construção apresentou crescimento de 3,2% no volume de vendas frente a novembro de 2023, sexta alta consecutiva após um período de maior volatilidade ocorrido até maio de 2024, alternando meses de alta com meses de queda (+5,0% em fevereiro, -9,5% em março, +16,6% em abril e -1,3% em maio). Com um segundo semestre com melhor desempendo, o setor passou a acumular ganhos em 2024, sustentando um patamar superior a 4,0% desde setembro: 4,2% até setembro, 5,0% até outubro e 4,8% até novembro. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado é positivo há oito meses, atingindo 4,3% até novembro. Por fim, o setor de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, teve queda de 11,7% em novembro, em volume de vendas, quarta consecutiva para este indicador. O setor teve a maior contribuição, no campo negativo, dentre todos os 11 setores apurados para o varejo ampliado, somando -1,7 p.p. ao total de 2,1%. No acumulado do ano o cenário é de aceleração das perdas, já que registrou -7,0%% até novembro contra -6,5% até outubro. Nos últimos 12 meses o resultado também é de perdas: -6,3% até novembro de 2024. (com Reuters e agência IBGE)

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Gasolina E30: Brasil dá mais um passo rumo à transição energética

O Brasil está mais próximo de ter uma nova gasolina nos postos de abastecimento. O Ministério de Minas e Energia (MME) autorizou o início dos testes da gasolina E30, que terá 30% de etanol em sua composição, um aumento em relação aos atuais 27,5%. A iniciativa, que conta com a participação de diversas entidades do setor automotivo e de biocombustíveis, como Anfavea e Unica, pretende avaliar a viabilidade e o impacto da nova mistura nos veículos. Os testes serão realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia e coordenados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O que será testado? Os testes com a gasolina E30 abrangerão diversos aspectos, como o desempenho do veículo, em que será avaliada a dirigibilidade, aceleração, consumo e emissão de poluentes. Além disso, serão analisados os efeitos da nova mistura nos componentes do motor e do sistema de combustível. A gasolina E30 promete reduzir as emissões de gases poluentes, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar. Cronograma e próximos passos Os testes terão início em janeiro e devem ser concluídos em fevereiro. Caso os resultados sejam positivos, a nova gasolina E30 poderá chegar aos postos de abastecimento a partir de abril. A introdução da gasolina E30 faz parte da Lei do Combustível do Futuro, que estabelece metas mais ambiciosas para a utilização de biocombustíveis no Brasil. (AUTOTEMPO)

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Petróleo sobe 1% com clima nos EUA e na Europa impulsionando demanda por combustível

Os preços do petróleo subiram mais de 1% nesta quinta-feira, enquanto o clima frio atinge partes dos Estados Unidos e da Europa e aumenta a demanda por combustíveis de inverno. Os preços futuros do petróleo Brent subiram 0,76 dólar, ou 1%, 76,92 dólares por barril. Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA subiram 0,60 dólar, ou 0,82%, a 73,92 dólares. Na quarta-feira, ambos os índices de referência caíram mais de 1%. O aumento desta quinta-feira é eldquo;definitivamente o início da demanda de combustível de inverno aqui nos EUAerdquo;, disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York. Partes do leste do Texas até o oeste da Virgínia estavam sob um alerta de tempestade de inverno nesta quinta-feira, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, cobrindo grandes áreas do Arkansas, Tennessee e Kentucky. Os futuros do diesel com teor de enxofre ultrabaixo estavam sendo negociados a cerca de 2,38 dólares o galão, o valor mais alto desde 8 de outubro, de acordo com dados da LSEG. Os analistas do JP Morgan estimam que, nos Estados Unidos, Europa e Japão, para cada grau Fahrenheit que a temperatura cai abaixo da média de 10 anos, há um aumento de 113.000 barris por dia (bpd) na demanda por óleo para aquecimento e propano eldquo;à medida que as temperaturas mais baixas levam os consumidores a aumentar o aquecimentoerdquo;. Condições extremas de inverno podem levar a interrupções na oferta de petróleo, já que as temperaturas congelantes podem causar congelamentos temporários e cortes na produção, disseram os analistas do JP Morgan. (Reuters)

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Vendas de veículos novos registram alta de 14,2% em 2024

As vendas de veículos novos no País tiveram crescimento de 14,2% no ano passado, chegando a 2,63 milhões de unidades, segundo balanço divulgado ontem pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias. Como consequência da expansão do crédito, da renda e do emprego, o resultado superou as previsões iniciais tanto da entidade, que começou 2024 com expectativa de crescimento de 12%, quanto das montadoras, representadas pela Anfavea, cuja primeira projeção, de alta de 6,1%, foi ainda mais modesta. As entregas às locadoras, que compraram um a cada quatro carros vendidos no ano passado, também sustentaram o desempenho positivo. Embora tenha voltado a experimentar níveis mensais de expansão equivalentes aos obtidos antes da pandemia durante o segundo semestre do ano passado, o mercado terminou 2024 com vendas 5,5% abaixo do volume de 2019. Para 2025, as projeções anunciadas pela Fenabrave estimam um crescimento de 5% do mercado, para 2,77 milhões de unidades. No mês passado, a Anfavea divulgou previsão um pouco mais otimista, de mais de 2,8 milhões de veículos em 2025, o que, se confirmado, será o maior número em 11 anos. Os prognósticos consideram a tendência de desaceleração do crescimento em razão do aumento dos juros. Somente em dezembro, as vendas subiram 3,6% no comparativo com o mesmo mês de 2023, somando 257,4 mil unidades, entre carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. Foi o melhor dezembro nos últimos cinco anos. Frente a novembro, a alta foi de 1,6%. MOTOS. As vendas de motos tiveram crescimento de 18,6% no ano passado, refletindo a expansão do crédito, do emprego e da renda, além da demanda vinda do crescimento dos serviços de entrega (delivery). A busca dos consumidores por veículos mais baratos e econômicos em combustível também continuam impulsionando o segmento. Para 2025, as projeções da Fenabrave estimam um crescimento de 5% do mercado de veículos No total, 1,88 milhão de motos foram vendidas em 2024, segundo balanço da Fenabrave. Em dezembro, as vendas, de 151,9 mil motos, subiram 14,4% ante o mesmo mês de 2023. Na comparação com novembro, a alta foi de 3,3%. O resultado de 2024 superou a previsão inicial da Fenabrave, que iniciou o ano passado projetando um crescimento de 16% nas entregas de motocicletas. ebull;

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Etanol: a galinha de ouro da transição energética

A galinha dos ovos de ouro, clássico do fabulista grego Esopo, do século 6 a.C., conta a história de um casal que sacrifica sua fonte de prosperidade na esperança de obter riqueza imediata. O etanol brasileiro simboliza essa galinha dos ovos de ouro na transição energética: um pilar estratégico que fortalece a economia e reduz emissões de gases de efeito estufa (GEE). Desde o início do Proálcool, em 1975, o biocombustível já evitou a emissão de mais de 600 milhões de toneladas de GEE, consolidando o Brasil como líder global em energia limpa. Proteger esse tesouro exige enfrentar desafios que podem comprometer seu futuro. O etanol brasileiro é uma história de sucesso construída sobre um modelo único de sustentabilidade e eficiência. Desde 1976, a mistura de etanol anidro à gasolina é obrigatória no Brasil, variando entre 18% e 27,5%. Essa política estabilizou o mercado e reduziu a pegada de carbono dos combustíveis consumidos no País. Nos últimos anos, o etanol de milho vem ganhando espaço, ampliando a oferta do biocombustível e garantindo o abastecimento, mesmo em cenários de alta volatilidade, evitando crises como as que marcaram a década de 1980. O desabastecimento daquela época serve como alerta para o setor. Na época o aumento do preço do açúcar no exterior elevou o custo de produzir etanol, gerando desabastecimento e abalando a confiança dos consumidores. O aumento da produção de etanol de milho garante que situações similares não voltem a ocorrer, preservando o abastecimento mesmo em cenários de alta volatilidade no mercado internacional. Nos últimos anos, o setor sucroenergético enfrentou desafios adicionais. Governos de diferentes espectros políticos adotaram políticas controversas para controlar os preços dos combustíveis. Durante o governo Dilma, o preço da gasolina foi artificialmente mantido abaixo do mercado para conter a inflação, prejudicando a Petrobras e desestimulando o consumo de etanol. O Brasil corre o risco de comprometer o desenvolvimento de seu maior trunfo, prejudicando o avanço em direção a um futuro mais sustentável. Já no Bolsonaro, às vésperas da eleição de 2022, foi aprovada uma lei complementar que forçou a redução do ICMS como manobra para baixar os preços dos combustíveis. A redução do ICMS sobre combustíveis, iniciada no governo Bolsonaro e prorrogada pelo governo Lula, causou um impacto devastador nas finanças estaduais e na competitividade do setor sucroenergético. A medida afetou gravemente as contas dos Estados e desestimulou investimentos no setor de biocombustíveis. Estimativas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) indicam que, nos dois primeiros meses de prorrogação da desoneração pelo governo Lula, o impacto sobre os investimentos foi de cerca de R$ 3 bilhões. Essa situação ampliou as dificuldades do setor, agravando a insegurança quanto à continuidade dos investimentos necessários para sua sustentabilidade e crescimento. O governo atual adota uma política de preços que preocupa o setor de biocombustíveis e as metas climáticas do Brasil: a nova política de preços da Petrobras. Essa política subsidia combustíveis fósseis, pois o combustível importado é vendido no País por um valor inferior ao pago pela estatal no mercado externo. Ao desestimular o consumo de etanol e aumentar a dependência de combustíveis fósseis importados, o Brasil enfraquece seu compromisso com a transição energética e a sustentabilidade, em um momento crítico de enfrentamento das consequências da crise climática. Os eventos climáticos extremos no Brasil destacam a urgência de ações concretas para mitigar as mudanças climáticas. No caso do Pantanal, a situação é ainda mais alarmante. Estudos recentes alertam que, se o aquecimento global prosseguir nesse ritmo, o bioma pode desaparecer até o final do século. Nesse contexto, o etanol é peça-chave para reduzir emissões no transporte e um elemento essencial na transição energética do País. A aprovação, em 2024, do eldquo;Combustível do Futuroerdquo; e do marco legal do hidrogênio ampliou o potencial do etanol em novas aplicações, como a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e hidrogênio de baixo carbono. Com essas iniciativas, o etanol pode se consolidar como solução estratégica para descarbonizar setores como aviação e indústria, oferecendo uma alternativa sustentável para o futuro energético do Brasil e do mundo. O governo Lula tem adotado iniciativas corretas para fomentar a produção de biocombustíveis e promover um futuro mais sustentável. Contudo, tem dado sinais trocados com ações que favorecem a competitividade de combustíveis fósseis. Essas ações desestimulam os investimentos no setor sucroenergético, especialmente em ciência, tecnologia e inovação, essenciais para aumentar a produtividade dos biocombustíveis. Com isso, o Brasil corre o risco de comprometer o desenvolvimento de seu maior trunfo, prejudicando o avanço em direção a um futuro mais sustentável. Não podemos repetir o erro da fábula de Esopo e matar a nossa galinha dos ovos de ouro da transição energética. ebull; José Serra - economista

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Etanol: demanda aquecida com entressafra prolongada e vendas no período de festas sustentam cotações

A demanda por biocombustível se mostrou aquecida no início de 2025 e a reposição das vendas do etanol durante as festividades de Natal e Réveillon tiveram papel importante para o cenário positivo, aponta levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP). "Além da expectativa de preços firmes nos próximos meses com a entressafra mais prolongada no Centro-Sul, a reposição das vendas do período de festividades do ano passado também deu suporte às cotações", analisam os pesquisadores do setor para o Cepea. O estudo aponta que, de 30 de dezembro/24 a 3 de janeiro/25, o volume de etanol hidratado negociado no mercado Spot do estado de São Paulo quase dobrou frente na comparação com o período anterior. Entre 30 de dezembro e 3 de janeiro: o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou em R$ 2,6712/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), avanço de 0,99% frente ao período anterior. No caso do anidro, o indicador subiu 0,82%, a R$ 3,0339/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins). Cadeia A cadeia da soja e do biodiesel desbancou a estimativa de queda, recuperou os preços com a demanda aquecida nos mercados doméstico e externo e poderá atingir R$ 598,4 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O desempenho equivale representando a 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio do Brasil. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o setor apresentou de melhora na renda e superou o nível pré-pandemia. A marca também equivale 5,1% do PIB nacional em 2024. Chuvas O professor e pesquisador Fábio Marin, do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), afirmou em análise enviada ao g1, que o período de crescimento das lavouras e pastagens, incluindo também a soja, milho e a cana, vem sendo beneficiado pelo volume de chuvas.

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