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IPCA: Inflação deve desacelerar em junho com alívio em alimentos e gasolina

A inflação brasileira deve apresentar uma nova desaceleração em junho: a expectativa do mercado, segundo o Boletim Focus, é de alta de 0,23%. O dado oficial será divulgado nesta quinta-feira (10). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem reduzindo o ritmo de crescimento nos últimos meses, com variações de 1,31% em fevereiro, 0,56% em março, 0,43% em abril e 0,26% em maio. A expectativa é que a inflação de junho seja pressionado para baixo, principalmente, pela deflação de alimentos e bens industriais, além da queda nos preços da gasolina, em função do corte recente promovido nas refinarias. Segundo os economistas da Daycoval, itens in natura emdash; como frutas, hortaliças, arroz, feijão e ovos de galinha emdash; devem apresentar queda nos preços, acompanhando a sazonalidade do período. A Monte Bravo também projeta deflação nos bens industriais, com destaque para eletroeletrônicos, diante da reversão parcial dos repasses da depreciação cambial. Por outro lado, a energia elétrica deve pressionar o IPCA para cima, devido à bandeira vermelha 1, reflexo do clima mais seco. As carnes vermelhas também devem continuar com variações positivas. O grupo de serviços deve apresentar alta moderada, puxada por alimentação fora do domicílio, transporte por aplicativos e serviços automotivos. A projeção é de que o núcleo de serviços suba 0,43% no mês e acumule alta de 6,8% em 12 meses. Os serviços subjacentes também devem seguir elevados. Apesar do alívio esperado no índice no mês, a Daycoval manteve sua projeção de inflação em 5,1% para o fim de 2025. A instituição também avalia que o Banco Central deve, inclusive, manter a Selic em 15% até dezembro, diante de um cenário que ainda considera adverso para a convergência da inflação à meta. Já a Monte Bravo revisou sua estimativa para o IPCA de 2025 de 5,7% para 5,5%, com base na expectativa de queda nos preços das commodities em reais emdash; reflexo da desaceleração global emdash; e na revisão da trajetória cambial, com o dólar projetado em R$ 5,80 no fim do próximo ano.

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Ministério pede fiscalização por aumento indevido de combustíveis

Após estudo do Ministério de Minas e Energia identificar aumento indevido no preço da gasolina em Minas Gerais e no Distrito Federal, o titular da pasta, Alexandre Silveira, cobrou ação mais rigorosa dos órgãos de fiscalização. O ofício encaminhado nesta terça-feira (8) demonstra que, além da redução de 17 centavos por litro, anunciada pela Petrobras, não ter sido repassada aos consumidores dessas regiões, os preços ainda subiram. Diante da possibilidade de infração à ordem econômica e de práticas que podem lesar os consumidores, o Ministério de Minas e Energia acionou formalmente a ANP, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, o Procon-MG e o Procon-DF para que tomem providências. O documento destaca que os argumentos dos representantes do setor, como a alta no preço do etanol anidro ou a manutenção temporária em dutos de abastecimento, não justificam os aumentos. Ainda segundo o texto, a manutenção já estava programada e com prévia de estoques. Com isso, não haveria impacto ao abastecimento nem aos preços. O Ministério de Minas e Energia informou que, desde 2023, lidera práticas para combater fraudes e crimes no setor de combustíveis. Entre essas ações estão o apoio a projetos de lei que endurecem o combate ao roubo e furto de combustíveis; a modernização dos processos de fiscalização da ANP; e o estabelecimento de multas de até R$ 500 milhões para as distribuidoras de combustíveis fósseis que violarem as metas de descarbonização.

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Mercados estão sedentos por mais petróleo, dizem Opep+ e grandes petroleiras

Os aumentos de produção do grupo de produtores de petróleo Opep+ não estão levando a estoques mais altos, mostrando que os mercados estão sedentos por mais petróleo, disseram nesta quarta-feira ministros e executivos dos países da Opep e chefes de grandes petroleiras ocidentais. A Opep+, que bombeia cerca de metade do petróleo do mundo, vem reduzindo a produção há vários anos para apoiar o mercado. Mas reverteu o curso este ano para recuperar a participação no mercado e como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que o grupo bombeasse mais para ajudar a manter um controle sobre os preços da gasolina. A Opep+, que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, como a Rússia, começou a reduzir os cortes de 2,17 milhões de barris por dia em abril, com um aumento de produção de 138.000 bpd. Seguiram-se aumentos de 411.000 bpd a cada mês em maio, junho e julho. No sábado, o grupo aprovou um salto de 548.000 bpd para agosto e provavelmente aprovará um grande aumento para setembro quando se reunir novamente em agosto, disseram fontes à Reuters. "Você pode ver que, mesmo com os aumentos de vários meses, não vimos um grande acúmulo de estoques, o que significa que o mercado precisava desses barris", disse o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al-Mazrouei, a repórteres. Mazrouei falou nos bastidores de um seminário Opep, que reúne os principais ministros e executivos do petróleo. A Opep negou acesso ao seminário aos repórteres da Reuters e de várias outras organizações de notícias. A Opep não quis comentar o motivo dessa medida. A demanda global de petróleo aumentará em cerca de 1,2 milhão a 1,3 milhão de barris por dia (bpd) até o final deste ano, apesar dos desafios impostos pelas tarifas dos EUA e pelas tensões comerciais, disse durante o seminário Amin Nasser, presidente-executivo da gigante saudita do petróleo Aramco, segundo os participantes. Nasser citou o aumento da demanda de gasolina dos EUA e o setor petroquímico da China como impulsionadores do crescimento. Os compradores chineses e japoneses estão solicitando mais petróleo em mais uma indicação de forte demanda, disse Shaikh Nawaf Al-Sabah, presidente-executivo da Kuweit Petroleum Corporation, no seminário, de acordo com os participantes. A Opep aumentou a produção em parte porque quer recuperar a participação de mercado de concorrentes como os Estados Unidos, disseram fontes à Reuters. O presidente-executivo da BP, Murray Auchincloss, disse que a produção dos países não pertencentes à Opep deve estagnar no próximo ano, depois de ter atingido novas máximas nos últimos meses. O mercado físico de petróleo parece apertado e a China está aumentando os estoques, disse Auchincloss, de acordo com os participantes. O presidente-executivo da Shell, Wael Sawan, disse estar mais preocupado com as taxas de esgotamento dos campos de petróleo de 4% a 5% ao ano, o que significa que são necessários mais investimentos, de acordo com os participantes. O presidente-executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, disse que achava que o mercado estava bem abastecido, já que o crescimento da demanda caiu pela metade na China nos últimos anos, de acordo com os participantes. Com os aumentos de produção planejados, a Opep+ provavelmente concluirá o retorno ao mercado dos 2,17 milhões de bpd de cortes voluntários em setembro. Ela também está permitindo que os Emirados Árabes Unidos concluam um aumento de produção separado de 300.000 bpd. A Opep+ ainda tem cortes separados de 3,65 milhões de bpd em vigor, consistindo em 1,65 milhão de bpd em cortes voluntários de oito membros e 2 milhões de bpd de todos os membros. Esses cortes expiram no final de 2026. (Reuters)

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Tarifa pode levar Brasil a ampliar exportações de petróleo para Ásia, diz StoneX

O Brasil poderá registrar uma mudança no perfil de compradores de petróleo com uma possível maior participação de países asiáticos em detrimento dos Estados Unidos, caso a commodity brasileira não seja isenta das tarifas anunciadas nesta quarta-feira pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na avaliação da consultoria StoneX. Em um pior cenário, a consultoria afirmou que eldquo;impactos de curto prazoehellip; podem envolver um recuo nas exportações de petróleo enquanto essas alterações se concretizamerdquo;. Atualmente, os Estados Unidos representam 11,3% das exportações de óleo bruto do Brasil, com uma média de 38 milhões de barris no primeiro semestre de 2025, de acordo com dados do governo brasileiro citados pela consultoria. O volume, entretanto, é menor do que a média registrada no primeiro semestre do ano passado, de 49 milhões de barris, à medida que o Brasil ampliou suas exportações para o mercado asiático, especialmente para a China, principal compradora de petróleo brasileiro (46%), ponderou a StoneX. Por outro lado, a consultoria destacou que o Brasil representou menos de 3% das importações norte-americanas em 2025, com o país reduzindo sua participação em relação ao ano anterior, citando dados da Administração de Informação de Energia dos EUA (AIE). Em geral, segundo a StoneX, os Estados Unidos dependem mais de países como Canadá (65%), México (7%) e Arábia Saudita (4%), além de registrarem importações de petróleo de outros países da América Latina, como Venezuela e Guiana. eldquo;Dessa maneira, caso o petróleo brasileiro não esteja isento dessas novas tarifas, é provável que os importadores americanos procurem novos fornecedoreserdquo;, completou. (Reuters)

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Petróleo fecha estável com demanda por gasolina, ataques no Mar Vermelho e tarifas

Os preços do petróleo ficaram estáveis nesta quarta-feira, com os investidores avaliando os fortes dados da demanda de gasolina dos Estados Unidos e os ataques a navios no Mar Vermelho, enquanto as tarifas de cobre dos EUA se aproximavam. Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 0,06%, a US$70,19 por barril. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) fechou em alta de 0,07%, para US$68,38 por barril. Os estoques de petróleo dos EUA aumentaram, enquanto os estoques de gasolina e refinados caíram na semana passada, informou a Administração de Informações sobre Energia (AIE) nesta quarta-feira. Os estoques de petróleo aumentaram em 7,1 milhões de barris, para 426 milhões de barris na semana encerrada em 4 de julho, disse a AIE, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters, que previam um aumento de 2,1 milhões de barris. A demanda por gasolina aumentou 6%, para 9,2 milhões de barris por dia na semana passada, informou a AIE. eldquo;A demanda parece ser sólida e não está desacelerandoerdquo;, disse Phil Flynn, analista sênior de mercado do Price Futures Group. Após meses de calmaria no Mar Vermelho, os ataques na principal rota de navegação global voltaram a ocorrer na semana passada. As equipes de resgate retiraram seis tripulantes com vida do Mar Vermelho nesta quarta-feira e 15 ainda estavam desaparecidos do segundo de dois navios afundados nos últimos dias em ataques reivindicados pela milícia Houthi do Iêmen, alinhada ao Irã, após meses de calmaria. Os preços do petróleo também foram sustentados por uma previsão da AIE, na terça-feira, de que os EUA produzirão menos petróleo em 2025 do que o esperado anteriormente, uma vez que a queda dos preços levou os produtores norte-americanos a diminuir a atividade. (Reuters)

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Sem novos projetos, país pode ter déficit na oferta de biodiesel

O Brasil terá de continuar investindo em novas capacidades industriais de produção de óleo vegetal caso o governo mantenha o plano de aumentar progressivamente a mistura de biodiesel ao diesel até 20% (B20) em 2030, como está previsto na Lei do Combustível do Futuro. Essa é a conclusão do estudo da consultoria Bain, que indicou que o país corre risco de viver um déficit de oferta a partir de 2030 se não surgirem novos projetos de ampliação de capacidade industrial do setor. Atualmente, a mistura está em 14%, e subirá para 15% (B15) a partir de agosto, conforme aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em junho. Pela lei do Combustível do Futuro, a mistura deve crescer 1 ponto percentual ao ano até chegar aos 20% em 2030. A projeção da Bain leva em consideração a capacidade industrial existente hoje para produzir óleos vegetais e também os investimentos já anunciados e planejados para os próximos anos. Além disso, o cálculo considera somente a demanda do setor de biodiesel por óleos vegetais, e não leva em conta a demanda por outras indústrias de biocombustíveis, como a de combustível sustentável de aviação (SAF) e o diesel verde (HVO), que ainda não existem em operação no país. Capacidade As indústrias de óleos vegetais têm uma capacidade ociosa hoje em torno de 12% a 13%, e os novos projetos anunciados até agora preveem um acréscimo de capacidade de 1 milhão de toneladas a 1,5 milhão de toneladas por ano até 2027, segundo a Bain. Mesmo com essa ampliação, a demanda por óleos vegetais deve crescer mais até lá, fazendo com que a capacidade ociosa caia para 9% nesse prazo, se não houver novos projetos. A situação pode começar a apertar em 2028, nas contas da consultoria. Nesse ano, a ociosidade deve ficar abaixo de 1 milhão de toneladas, e em 2029 a produção e a demanda por óleos vegetais deve praticamente empatar. Sem novos investimentos, o Brasil corre o risco de chegar em 2030 com um déficit de 800 mil toneladas de óleos vegetais, estimou a Bain. Diante dessa perspectiva, o setor precisa se debruçar já sobre novos projetos de expansão de capacidade, avalia Felipe Cammarata, sócio da Bain. eldquo;Para um investimento começar a operar em 2028, precisa ser formalizado até 2026. Temos que ter projetos no curto prazo considerando os mandatos [de mistura]erdquo;, alerta. Desde o último ano, a indústria já vem anunciando investimentos mesmo com a existência de capacidade ociosa. eldquo;Os projetos já estão acontecendo, e os investimentos não vão acontecer somente após se esgotar a capacidadeerdquo;, afirma Daniel Amaral, economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Investimentos Em junho, quando o CNPE aprovou o B15, o Ministério de Minas e Energia estimou que a mistura impulsionaria mais de R$ 5 bilhões em investimentos. Antes de a Lei do Combustível do Futuro ser aprovada, a Abiove projetava que o setor investiria US$ 10 bilhões em novas indústrias nos próximos anos diante da demanda. Neste ano, entre os maiores anúncios de investimento está o da Cocamar, que vai colocar R$ 750 milhões em uma nova esmagadora de soja em Maringá (PR). Em 2024, um dos maiores anúncios foi o da Comigo, em um projeto de R$ 1,3 bilhão em uma esmagadora em Palmeiras de Goiás (GO). eldquo;A lei do Combustível do Futuro já está gerando investimentos na cadeia produtivaerdquo;, acrescenta Amaral. A produção de biodiesel não é o único destino dos óleos vegetais no Brasil. O produto é usado ainda no mercado doméstico de alimentos e para exportação, destinos que representaram 45% das vendas de óleo vegetal no ano passado. As estimativas da Bain já consideraram que o aumento da mistura de biodiesel poderia eldquo;roubarerdquo; óleo vegetal desses segmentos, que passariam a ter uma participação reduzida nos próximos anos. Essa demanda por biodiesel poderia fazer o consumo de óleo vegetal nos alimentos e para exportação cair 14,4 pontos percentuais até 2030, nas contas da consultoria. Porém, se esses segmentos elevarem a demanda pelo óleo vegetal brasileiro, há ainda maior risco de estrangulamento da oferta. A alta no consumo de biodiesel também pode reduzir a parcela da soja destinada para a exportação. No ano passado, 64% da soja em grão colhida no país foi exportada, mas com o aumento da mistura e o crescimento orgânico do consumo de combustíveis, a fatia eldquo;exportávelerdquo; pode cair para 59%, segundo a Bain. O motivo é que, ainda que a produção brasileira da oleaginosa possa crescer a uma média de 4% ao ano até o fim da década, o consumo de biodiesel tende a ter avanço de 8% ao ano.

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