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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em oito unidades da Federação (21 a 24/10)

Entre os dias 21 e 24/10, a ANP fiscalizou o mercado de combustíveis em oito unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis. Na semana, destacou-se a atuação da ANP na Bahia, em duas forças-tarefa com diversos outros órgãos, nas quais foram fiscalizados 49 postos de combustíveis, em dez cidades. Veja abaixo mais informações sobre essa operação, bem como sobre as principais ações nas demais unidades federativas do país: Bahia Na semana, a ANP participou de duas forças-tarefa no estado. Na primeira, com Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA), Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro), Procon Estadual e Polícia Militar, foram fiscalizados 26 postos de combustíveis, nas cidades de Conceição do Jacuípe, Feira de Santana, Conceição do Coité, Serrinha e Santa Bárbara. Um posto de Feira de Santana foi autuado e sofreu interdição por comercializar gasolina C aditivada fora das especificações da ANP. Na mesma cidade, outro posto foi autuado por exibir marca comercial e identidade visual similar à de distribuidor, estando cadastrado na ANP como bandeira branca. Em Conceição do Coité, um posto foi autuado por não funcionar no horário mínimo determinado pela ANP. Em Capim Grosso, Ourolândia, Jacobina, Várzea da Roça e Riachão do Jacuípe, a força-tarefa envolveu a ANP, o Departamento de Polícia Técnica (DPT), a Sefaz -BA, o Ibametro e a Polícia Militar. Foram fiscalizados 23 postos de combustíveis. Um posto de Capim Grosso foi autuado e interditado por exercer a atividade sem autorização da ANP, tendo 5.206 litros de combustíveis (gasolina e diesel) apreendidos. Outro posto, em Riachão do Jacuípe, foi autuado por exibir marca comercial de distribuidor estando cadastrado na ANP como bandeira branca. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No total, foram coletadas no estado 19 amostras de combustíveis para análise mais aprofundada em laboratório. Amazonas Em Manaus, foram fiscalizados três postos revendedores e, em ação conjunta com Polícia Civil-AM, Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e secretarias estaduais de Meio Ambiente (SEMA) e da Fazenda (SEFAZ), dois pontos de abastecimento. Um dos pontos de abastecimento foi autuado por não oferecer segurança adequada para o exercício da atividade e por adquirir combustível acima de sua capacidade de armazenamento. Também foi interditado, de forma cautelar, por não ter licença ambiental e auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, documentação obrigatória. Os fiscais coletaram ainda uma amostra de diesel para análise em laboratório. O outro ponto de abastecimento fiscalizado foi autuado e interditado cautelarmente por desenvolver essa atividade sem contar com instalações de armazenamento próprias e por atuar como transportador-revendedor-retalhista (TRR) sem autorização da ANP. Não foram encontradas irregularidades nos postos de combustíveis fiscalizados. Distrito Federal Em Brasília, foram fiscalizados um transportador-revendedor-retalhista (TRR) e uma distribuidora de combustíveis. Não foram encontradas irregularidades em campo. Em ambos os agentes econômicos, foram coletadas amostras de combustíveis para análises mais detalhadas no Centro de Pesquisas de Análises Tecnológicas endash; CPT/ANP, laboratório da ANP em Brasília. Maranhão No período, foram fiscalizados 13 postos de combustíveis no estado. A Agência realizou ação conjunta com o Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial (Inmeq-MA) nas cidades de São Luís, Raposa, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Santa Rita, além de ações individuais também em São Luís e em Açailândia. Quatro postos foram autuados na ação conjunta, em São Luís, Raposa, São José de Ribamar e Santa Rita, por motivos como: termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificação de aspectos de qualidade) em desacordo com as normas; deixar de prestar informações ao consumidor; utilizar bomba em más condições de uso e conservação; não realizar análise da qualidade do combustível revendido quando solicitado; não atender às normas de segurança da legislação vigente; e instalações e equipamentos em desacordo com a legislação. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 12 amostras de combustíveis para análise mais aprofundada em laboratório. Minas Gerais Os fiscais da ANP estiveram em 22 postos de combustíveis e um ponto de abastecimento, em 16 cidades: Estrela do Sul, Iraí de Minas, Moema, Arcos, Campo Belo, Candeias, Córrego Danta, Itapecerica, Perdões, Santana do Jacaré, Além Paraíba, Ewbank da Câmara, Juiz de Fora, Leopoldina, Mar de Espanha e Santo Antônio do Aventureiro. Em Juiz de fora, onde a Agência atuou em força-tarefa com Ipem-MG, Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) e Procon municipal, três postos foram autuados por motivos como: indisponibilidade dos instrumentos para o teste da qualidade dos combustíveis (que pode ser exigido pelo consumidor); termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificação de aspectos de qualidade) em desconformidade com as normas; e identificação do combustível em desacordo com a legislação. Em ações somente da ANP, houve autuações em dez postos, nos municípios de Iraí de Minas, Campo Belo, Candeias, Córrego Danta, Perdões, Além Paraíba, Leopoldina, Mar de Espanha e Santo Antônio do Aventureiro. As irregularidades encontradas foram: ausência dos instrumentos para o teste da qualidade; medida-padrão de 20 litros (equipamento utilizado no teste de volume) em desacordo com as normas; não exibir a marca comercial do distribuidor ao qual é vinculado; termodensímetro desconforme com a legislação; e quadro informativo em desacordo com as regras. Além disso, em um posto de Campo Belo e em outro de Santana do Jacaré, foram apreendidos óleos lubrificantes sem registro do produto na ANP, totalizando 8,5 litros. É importante destacar que qualquer agente econômico ou cidadão pode verificar os registros de lubrificantes que estão ativos na Agência. Basta acessar a eldquo;Ferramenta de Pesquisa de Registro de Produtoserdquo; ou o Painel Dinâmico do Registro e Óleos e Graxas Lubrificantes. Essa simples consulta evita a aquisição e a comercialização de óleos clandestinos, que podem acarretar a diminuição da vida útil do motor, gerando prejuízo ao consumidor. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 28 amostras de combustíveis para análise mais aprofundada em laboratório. Rio Grande do Sul A ANP fiscalizou duas revendas de GLP em Canoas, em conjunto com a Delegacia do Consumidor. Ambas foram interditadas por operarem em endereços diferentes dos autorizados pela ANP. Roraima Em Boa Vista e em Mucajaí, foram fiscalizados, no período, seis postos revendedores de combustíveis e um ponto de abastecimento. Um dos postos revendedores foi autuado por fornecer, de forma irregular, combustível para um ponto de abastecimento. São Paulo Na semana, foram fiscalizados 17 postos de combustíveis, nas cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo, Osasco e Diadema. Dois postos, um em São Paulo e outro em Santo André, foram autuados e totalmente interditados por não permitirem o livre acesso às suas instalações e combustíveis, impossibilitando a fiscalização. Nos postos da capital paulista, foram ainda coletadas amostras de combustíveis para análise mais aprofundada em laboratório. As ações no estado foram conduzidas pelo Procon estadual, por meio do acordo de cooperação técnica e operacional que mantém com a ANP. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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Gestão da Petrobras acelera entregas às vésperas do novo plano de negócios

A gestão de Magda Chambriard à frente da Petrobras está acelerando as entregas de projetos, principal promessa da executiva ao assumir o comando da estatal em maio. A corrida tem como foco projetos de petróleo e gás e ocorre em meio à finalização do novo plano de negócios da empresa, que carrega dúvidas, sobretudo, a respeito dos próximos projetos para a ampliação da participação na área de renováveis. Outras grandes incertezas são o início da produção em águas profundas em Sergipe e o avanço da exploração na Margem Equatorial. Na sexta-feira (25/10), o conselho da administração da companhia aprovou a continuidade da implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS). A UFN-III foi incluída na carteira em implantação no plano de investimentos aprovado ano passado. À época, o projeto foi mantido na lista em avaliação, sem a decisão final de execução. A previsão de início da operação é 2028, somando R$ 3,5 bilhões em investimentos. O retorno da estatal ao segmento de produção de fertilizantes é uma das expectativas do terceiro governo Lula. Na semana passada, a estatal também recebeu no Brasil o FPSO Almirante Tamandaré, que será a sétima plataforma do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A previsão é de entrada em operação até a primeira quinzena de janeiro de 2025. Com capacidade para produzir até 225 mil barris/dia de petróleo e 12 milhões de m³/dia de gás natural, será uma das maiores plataformas do país. Recentemente, a companhia iniciou também a operação do FPSO Maria Quitéria, no campo de Jubarte. Outra entrega esperada pelo governo ocorreu em setembro: a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, em Itaboraí (RJ). O avanço nos projetos acontece às vésperas do anúncio do plano de negócios 2025-2029 da companhia, previsto para ser anunciado ao mercado no dia 21 de novembro. A data ainda pode sofrer alterações. Será o primeiro planejamento elaborado pela gestão Chambriard. Em entrevista este mês, a presidente da estatal afirmou que o plano ainda está em elaboração. Segundo a CEO, o planejamento vai incluir eldquo;moléculas e elétronserdquo;: a empresa vai buscar ampliar participação em fontes renováveis, mas com uma maior atenção para o mercado de combustíveis.

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Agências reguladoras independentes?

Agências reguladoras deveriam ser independentes do governo. Isso não é opinião. É simplesmente bom senso apoiado pelas melhores teorias de ciências econômicas. Contudo, sabemos que a realidade não permite o que os economistas chamam de política ótima. O mundo é recheado de políticas de segunda, terceira ou milésima categoria, dadas as restrições políticas. Agências reguladoras só podem ser independentes se houver processo claro de indicação de gestores, contratos transparentes entre governo, agências e empresas reguladas e arcabouço jurídico robusto para resolver conflitos entre partes interessadas. Uma condição que limita a eficiência das agências é ficar recebendo pressão do presidente da República. Com o apagão em São Paulo, voltou ao debate o papel das agências reguladoras. Elas foram criadas nos EUA no século 19, mas se desenvolveram ao longo do século 20 para lidar com monopólios naturais e falhas de mercado. Só no Brasil alguém acredita que economistas acham que livres mercados trazem o suprassumo da felicidade. Poluição, universalização, medicamentos, transplantes e várias outras características requerem que o Estado regule investimentos e alocação de recursos por mercados privados. Agências reguladoras independentes são políticas de Estado, não de governo. Ou seja, é seu papel fundamental tomar ações que desagradam ao Executivo, desde que para melhorar a eficiência dos serviços e investimentos. Criar um órgão regulador das agências nada mais é que tentativa do Executivo de acabar com a independência capenga das agências atuais. O problema é que estamos muito aquém do ótimo social. O arcabouço jurídico é falho e nenhum governo aceita ter pouca ingerência sobre elas. Lula sempre foi contra o modelo de agências independentes. Pouco depois de assumir a Presidência pela primeira vez, em 2003, foi aos jornais reclamar que "as agências mandam no país". Na época, Lula afirmou que "tudo isso [as decisões tomadas pelas agências sem interferência do governo] vai ser mudado, mas que é preciso tempo para mudar". E foi o que os governos petistas fizeram. Retiraram quando puderam autonomia das agências, o que em si não é o maior problema. Mas deixaram falhos marcos regulatórios importantes. A lei geral das agências reguladoras foi aprovada somente em 2019 (lei nº 13.848/2019). Perdemos mais de 15 anos porque sucessivos governos escolheram tentar manter poder sobre tarifas e regras em vez de sedimentar uma fundamental reforma de Estado. O resultado? Parece que estamos no dia da marmota. Lula, mais de 20 anos depois, volta a reclamar de qualquer autonomia que limite o poder do governo, que é imenso. Mas pelo menos Lula é consistente: mesmo quando não estava no poder, continuava a reclamar dessa independência. O Prêmio Nobel de Economia deste ano foi dado a pesquisadores que mostram que instituições robustas geram desenvolvimento de longo prazo. Talvez o pior erro dos governos petistas tenha sido tratar agências reguladoras como adversárias, não estrutura do Estado a ser aprimorada. FHC não implementou o modelo ideal. Começou uma reforma que sucessivos governos deveriam aprimorar. Mas não fizeram, e a lei geral das agências não é ideal. Políticas ótimas são difíceis, mas também não precisávamos escolher a incerteza atual. Não precisa pesquisa de Prêmio Nobel para entender isso.

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Aneel anuncia bandeira amarela em novembro e conta de luz terá alívio

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou ontem que as tarifas de energia elétrica terão bandeira amarela no mês de novembro. O órgão regulador citou a melhoria das condições climáticas, com o aumento do volume do reservatórios das hidrelétricas em razão das chuvas, o que deve levar a uma redução da necessidade de acionamento das termoelétricas, que produzem energia mais cara. Em nota divulga pouco depois do anúncio da Aneel, o Ministério de Minas e Energia (MME) declarou que as medidas de planejamento da pasta para os reservatórios do país dispensaram a volta do horário de verão em 2024 e também possibilitaram o relaxamento da bandeira tarifária. A pasta comandada por Alexandre Silveira citou medidas preventivas adotadas, como a preservação de recursos na bacia do Rio Paraná endash; em abril, as usinas hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera tiveram diminuídas as suas vazões. CONTA MENOR. A mudança na bandeira tarifária, depois de dois meses de bandeira vermelha, significará um alívio na conta de luz de novembro em relação a este mês, em que está valendo a bandeira vermelha 2 endash; nessa bandeira o custo adicional cobrado na conta de luz é de R$ 7,87 para a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido. Para o próximo mês, sob bandeira amarela, esse acréscimo na conta de luz cairá para R$ 1,885. A bandeira amarela tinha sido acionada pela última vez em julho deste ano. A medida vale para todos os consumidores de energia conectados ao Sistema Interligado Nacional. Haverá reflexo também na inflação. De acordo com a Warren Investimentos, a mudança na bandeira tarifária de energia deve aliviar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro em 0,29 ponto porcentual, na comparação com outubro. Os fatores que levaram ao acionamento da bandeira vermelha patamar 2 em outubro foram o risco hidrológico (GSF) decorrente do prolongado período seco e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) endash; valor calculado para a energia a ser produzida em determinado período. Foi um relaxamento nesses dois indicadores que, segundo a Aneel, possibilitou agora o acionamento da bandeira amarela. O Estadão/Broadcast havia mostrado que as chuvas registradas nos últimos dias em bacias hidrográficas relevantes e a perspectiva de significativo volume de precipitações nos primeiros 20 dias seriam foram os fatores centrais para a decisão da Aneel, na avaliação do especialista. TERMOELÉTRICAS. Apesar dessa melhora, a Aneel avalia que as previsões para as chuvas e das vazões dos reservatórios nos próximos meses ainda permanecem abaixo da média. Isso indica, segundo o órgão regulado, a necessidade de manutenção da geração termoelétrica complementar para atender os consumidores. Ou seja, o uso de uma fonte mais cara. Boa parte do mercado apontava para a perspectiva de retorno da bandeira vermelha patamar 1 em novembro. O que acabou não acontecendo. A bandeira tarifária ficou verde de abril de 2022 até julho deste ano, quando foi acionada a bandeira amarela. Em agosto, voltou a bandeira verde, que passou a vermelha patamar 1 em setembro e, depois, para vermelha patamar 2 neste mês de outubro. De acordo com dados da Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, vai atingir em novembro a marca de 61 acionamentos nas classificações amarela, vermelha 1, vermelha 2 ou, as de maior impacto, que sinalizam eldquo;escassez hídricaerdquo;. O sistema visa atenuar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia. Antes, o custo da energia em momentos de mais dificuldades era repassado às tarifas apenas no reajuste anual de cada empresa, com incidência de juros. No modelo atual, os recursos são cobrados e transferidos às distribuidoras mensalmente por meio da eldquo;conta Bandeiraserdquo;.

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Planalto busca acerto para 18 indicações às agências regulatórias antes de eleição no Congresso

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca acertos com o Congresso Nacional para definir os nomes que vão preencher 18 vagas em agências reguladoras que estão abertas ou ficarão livres até fevereiro, mês das eleições aos comandos da Câmara e do Senado. O debate sobre os cargos ocorre no momento em que o governo faz críticas públicas à atuação das agências e avalia formas de aumentar o controle sobre os órgãos de regulação, o que tem sido visto como tentativa de intervenção do Executivo. Lula e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), devem discutir as indicações nos próximos dias com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o favorito para a sucessão para o comando da Casa. O Senado costuma ter forte influência na indicação de diretores das agências. Isso porque os candidatos são sabatinados em comissões temáticas da Casa, depois aprovados ou não no plenário. Nos bastidores, aponta-se que Alcolumbre gostaria que o Senado detivesse o controle de 50% das indicações para as agências regulatórias. Na prática, significa que ele próprio teria grande influência. Durante a gestão passada, Jair Bolsonaro (PL) abriu a possibilidade para que senadores atuassem em indicações, sobretudo nas agências regulatórias das áreas de infraestrutura. O presidente do Senado no início daquele governo era justamente Alcolumbre, que agora vem travando uma batalha com o governo Lula, que busca retomar o controle sobre as indicações. O senador pelo Amapá sempre negou que mantivesse acordo com Bolsonaro pela metade das indicações e que queira manter o patamar no governo Lula. Dos 18 cargos, cinco são para os comandos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Um dos alvos prioritários do governo é a vaga já aberta de diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem criticado o órgão regulador por causa dos repetidos episódios de falta de luz em São Paulo. Silveira já enviou para o Palácio do Planalto a indicação do quinto membro da Aneel. Segundo interlocutores no governo, ele defende para o cargo o nome do seu secretário nacional de Energia Elétrica, Gentil Nogueira de Sá. O nome, no entanto, teria desagradado a Alcolumbre e também ao senador Marcos Rogério (PL-RO), que participou das articulações para a agência no governo Bolsonaro. Os dois costumavam ser aliados de Silveira, quando o mineiro tinha mandato no Senado. Em outra disputa com a Casa, o governo Lula bateu o martelo na indicação do secretário de Petróleo e Gás do MME (Ministério de Minas e Energia), Pietro Mendes, para comandar a ANP, como a Folha revelou. A indicação do nome é vista como um sinal da força de Alexandre Silveira dentro do governo, mas mais uma vez entra em confronto com os antigos aliados no Senado. Há uma segunda vaga na disputa, mas nesse caso integrantes do governo afirmam que há consenso para abraçar a indicação do senador Otto Alencar (PSD-BA), o procurador da AGU (Advocacia-Geral da União), Artur Watt Neto. A Anvisa e a ANM (Agência Nacional de Mineração) são as agências em que o governo terá mais indicações até fevereiro. Cada uma terá três vagas abertas. Lula externou descontentamento com as agências durante reunião de articulação política neste mês. O presidente tem argumentado que as agências estão aparelhadas por bolsonaristas ou muito influenciadas por empresários do setor. O chefe do Executivo determinou que fosse estudada uma revisão da Lei Geral das Agências, coordenada pela AGU. Uma das ideias é elaborar proposta sobre uma avaliação de desempenho que poderia, no limite, gerar a demissão dos dirigentes. O movimento é avaliado com preocupação pelos atuais dirigentes dos órgãos de regulação e visto como uma forma de pressão. Ainda há a interpretação nas agências de que dificilmente as sugestões seriam aprovadas pelo Congresso. O governo também avalia a proposta de criação de um órgão supervisor que pudesse avaliar o desempenho dos diretores. A ideia da gestão petista não envolveria encurtar os mandatos, que hoje são de cinco anos. Os cargos em agências são cobiçados pelo Congresso e entram nas negociações do governo para ampliar o apoio na Câmara e no Senado. Alcolumbre tem defendido que os nomes sejam apresentados já com apoio prévio do Legislativo. A ideia do senador é manter a influência sobre as escolhas. É comum que o Planalto, sob diferentes governos, alinhe os nomes antes da indicação formal, justamente para evitar que um candidato sofra resistência no Congresso e demore a ser aprovado. As vagas geram interesse de parlamentares pelo impacto da atuação das agências em praticamente todos os setores econômicos. A ANTT, por exemplo, que terá duas vagas abertas em fevereiro, enfrenta durante o governo Lula o desafio de renegociar contratos de concessão de rodovias federais, que não trouxeram as melhorias previstas para os usuários. Já a ANS é alvo constante de reclamações de consumidores e pressão de empresas por regular preços de planos de saúde. A agência terá novo presidente a partir de dezembro. Um dos nomes especulados ao cargo é Wadih Damous (PT), atual secretário nacional do consumidor no Ministério da Justiça. Outro órgão que terá novo chefe, a Anvisa tem sido alvo de críticas do governo. Em agosto, o presidente Lula disse que a agência se tornaria mais rápida na liberação de medicamentos "quando algum companheiro da Anvisa" percebesse que um parente morreu pela falta de remédio que já poderia ter sido aprovado. A declaração foi criticada pelo presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, e por servidores do órgão. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, tentou amenizar as críticas de Lula, mas afirmou que há uma reclamação da indústria sobre o ritmo de trabalho da agência. Ela também disse que a autonomia "técnica" das agências "não pode ser a definição de uma política por uma agência". Integrantes da equipe de Nísia defendem, nos debates no Planalto, indicar Leandro Safatle para o comando da agência, atual secretário adjunto no Ministério da Saúde. No meio das discussões sobre novos diretores, as agências ainda têm apresentado uma reclamação praticamente comum ao governo: falta de servidores e cortes de orçamento. A Anvisa, por exemplo, estimava no começo do ano que 600 dos cerca de 1.600 servidores tinham direito à aposentadoria. O governo ainda terá duas indicações na ANA (Agência Nacional de Águas). Lula ainda poderá indicar um nome para a Ancine (Agência Nacional do Cinema), Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Governo terá 18 indicações às agências até fevereiro Anvisa: 3 cargos, sendo uma indicação a presidente ANM: 3 vagas ANTT: 2 vagas, uma para diretor-presidente ANP: 2 vagas, uma para o comando ANA: 2 vagas ANS: 1 vaga, para diretor-presidente Antaq: 1 vaga, para diretor-presidente Aneel: 1 vaga Ancine: 1 vaga Anatel: 1 vaga Anac: 1 vaga

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Stellantis vai oferecer carro 100% a etanol a empresas e governos

O grupo Stellantis confirmou nesta sexta (25) que seus dois primeiros carros com motorização híbrida flex serão os SUVs compactos Pulse e Fastback, da Fiat. Mas essa não é a única novidade da estratégia de descarbonização da empresa. A coluna apurou que a montadora já homologou três carros com motorização 100% a etanol no Brasil. São veículos também da marca Fiat e que estão prontos para o lançamento. Primeiramente, serão oferecidos a empresas que lidam com grandes frotas. A ideia é convencer as companhias de que essa será a garantia de que seus veículos irão rodar apenas com o combustível de origem renovável, reduzindo a pegada de carbono de suas operações. Executivos do grupo Stellantis explicam que é difícil ter o controle sobre o abastecimento dos carros flex. Os motoristas acabam abastecendo com gasolina, para ter maior autonomia. Mas o uso do combustível de origem fóssil anula os benefícios desses veículos, e as empresas não atingem suas metas ambientais. A montadora também vai oferecer seus carros a etanol aos órgãos governamentais de diferentes esferas. Como o biocombustível está no centro do programa Mover (Mobilidade Verde e Sustentabilidade), a adoção por parte da administração pública seria um motivador para outros setores. Após essa fase emdash;e a depender da receptividade dos produtosemdash;, os automóveis podem chegar à rede concessionária. O objetivo é iniciar a comercialização em 2025. Já os híbridos flex chegam antes, com início das vendas previsto para novembro. A motorização dedicada ao etanol tende a apresentar rendimento melhor em comparação aos carros flex. A autonomia deverá ser próxima à obtida com o uso do combustível de origem fóssil, mas a um preço menor por litro e com redução das emissões de poluentes. O grupo Stellantis também será beneficiado com o lançamento dos novos carros 100% a etanol, que entrarão na conta global de descarbonização da empresa. A expectativa da montadora é que os modelos cheguem ao mercado junto com o novo modelo de cobrança do imposto sobre Produtos Industrializados, chamado IPI Verde. A discussão está emperrada desde o início do ano. A proposta inicial previa que carros movidos a etanol teriam tributação menor ou equivalente aos automóveis 100% elétricos. (Coluna por Eduardo Sodré)

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