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Transição energética: como o Brasil pode deixar os combustíveis fósseis para trás

As energias renováveis respondem por 90% da matriz elétrica e por 50% da matriz energética no Brasil, muito acima da média global, o que torna o país líder em energia limpa entre as grandes economias. Para avançar na transição energética, no entanto, é preciso reduzir a dependência de combustíveis fósseis, escalar novas tecnologias de descarbonização e combater o desmatamento. emdash; A redução da dependência de combustíveis fósseis passa por diferentes possibilidades, desde o uso de outras fontes de energia, como biocombustíveis, no caso dos transportes marítimo e aéreo, onde a eletrificação ainda não é uma opção viável, até a busca por maior eficiência nos processos produtivos, no caso do setor industrial emdash; diz a diretora da Coppe/UFRJ, Suzana Kahn. emdash; Mudar nosso padrão de consumo também é essencial. Sem promover a busca de soluções para esta parte da equação, o mundo continuará dependendo de petróleo e gás. A redução das emissões de gases de efeito estufa por transportes como a aviação, o marítimo e o rodoviário pesado é difícil. Esses modais demandam muita energia, em condições que, hoje, só os combustíveis fósseis fornecem com a densidade energética e o custo adequados. Para descarbonizar estes setores, estuda-se o desenvolvimento de novas soluções, como o combustível sustentável de aviação (SAF), o hidrogênio verde (H2V), o biometano (CH4) e o diesel verde (HVO), além de tecnologias de captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS). Suzana Kahn lembra que, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), mais da metade das soluções para descarbonizar o setor de energia ainda não alcança escala comercial. emdash; Portanto, seria fundamental que uma política de inovação aproximasse o setor acadêmico de ciência e tecnologia do setor privado, em busca de soluções comerciais competitivas emdash; sugere. Com energia limpa abundante e a custos competitivos, o Brasil possui condições naturais favoráveis para viabilizar, por exemplo, o hidrogênio verde, produzido a partir de eletricidade renovável. Projetos-piloto já foram anunciados e há acordos de cooperação internacional firmados neste sentido. Com negociações avançadas, o Ceará investe na criação de um hub de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário de Pecém (CIPP) para produzir e exportar o combustível. Em junho, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), maior financiador de energia renovável do mundo, a Petrobras e a Finep lançaram um edital para estruturar um fundo FIP de até R$ 500 milhões destinado a investir em micro, pequenas e médias empresas de base tecnológica com soluções inovadoras em energias renováveis e baixo carbono. Estima-se que o processo seja concluído em outubro e que as operações se iniciem no primeiro semestre de 2026. Aposta no biometano De acordo com a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, uma das grandes apostas para descarbonizar processos industriais e transporte pesado é o biometano, cuja molécula principal é a mesma do gás natural (CH4). A diferença é a origem. Enquanto o gás natural é de origem fóssil, o biometano é um biocombustível renovável, obtido pela purificação do biogás. emdash; Estamos começando a escalar o biometano, que pode ser produzido da vinhaça, uma sobra do processo de produção de açúcar e álcool, e a partir do feedstock da pecuária, da suinocultura. Podemos ser um dos cinco maiores produtores de biometano do mundo. Ele é essencial na descarbonização porque substitui o gás natural no transporte de longa distância e na indústria emdash; explica Luciana, cuja diretoria, a de Mudança Climática, já financiou cinco projetos de biometano, num total de R$ 535 milhões.

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Carro do futuro: veículos autônomos e combustíveis verdes devem dominar indústria automotiva

Pelas ruas de Los Angeles, nos Estados Unidos, carros autônomos, sem motoristas, já circulam como táxis, transportando passageiros. A Waymo, empresa do Google, expandiu seu serviço de robotáxis para a cidade, além de já operar em São Francisco e Phoenix. Na China, em Wuhan e Pequim, a Baidu, conhecida como o eldquo;Google chinêserdquo;, oferece o serviço de robotáxis Apollo Go, e planeja expandir para mais de 100 cidades até 2030. Essas novidades sinalizam que o carro autônomo será o ápice de um futuro que já começa a ser desenhado, mas que ainda levará tempo até ser atingido plenamente. emdash; Com carros cada vez mais conectados, a tendência, no futuro muito próximo, é essa evolução na autonomia aumentar muito, até a etapa de não termos mais condutores nos veículos emdash; avalia Igor Calvet, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras instaladas no Brasil. Os primeiros passos dessa mudança já estão sendo dados velozmente, com carros cada vez mais recheados de tecnologia, conectados e movidos por eletricidade, na busca pela redução das emissões de carbono. A eletrificação, segundo especialistas, é a maior transformação dessa indústria desde sua criação, no século XIX. No mundo, estima-se que as montadoras vão investir US$ 1 trilhão até 2030 para produzir milhões de carros eletrificados, incluindo investimento em baterias e produção de lítio para confeccioná-las. emdash; Um motor a combustão tem entre 2 mil e 3,5 mil componentes. No elétrico, são entre 200 e 300 peças. Isso tem como consequência fábricas com menos trabalhadores, mais automação e maior facilidade de manutenção desses veículos. O desafio é produzir baterias mais baratas e reduzir o preço final desses carros emdash; observa Jorge Antonio Martins, coordenador dos cursos automotivos da Fundação Getulio Vargas (FGV). Estima-se que, no Brasil, cerca de 80% dos veículos leves terão algum nível de eletrificação até 2040, segundo uma pesquisa da Anfavea, em conjunto com a consultoria BGC. O presidente da associação observa que ainda não se sabe qual tecnologia deve prevalecer no país, se a de veículos híbridos, híbridos plug in ou elétricos puros. Por enquanto, os híbridos saem na frente, já que a infraestrutura de carregamento para os elétricos puros ainda é fator de receio entre os consumidores, assim como o valor de revenda do carro. O dado mais recente da Anfavea mostra que, entre os veículos vendidos no país, a parcela dos eletrificados já representa 10,6%, com híbridos e híbridos plug in liderando as preferências. Mas Calvet observa que tanto aqui quanto globalmente, o mundo ainda será multipropulsão por anos, com veículos a combustão coexistindo com os eletrificados. Investimentos no país Com seu mercado que permite escala (anualmente, o país vende cerca de 2,5 milhões de veículos), o Brasil está numa briga global por investimentos nessas novas tecnologias. As montadoras já instaladas no país anunciaram que, até 2030, vão desembolsar R$ 180 bilhões no desenvolvimento de projetos. Programas do governo federal, como o Mover, que oferece incentivos fiscais para estimular a produção de veículos mais eldquo;verdeserdquo;, além da cobrança de menos imposto de quem polui menos, como o IPI Verde, têm trazido mais previsibilidade ao setor e ajudado no desenvolvimento dessas tecnologias de transição. A indústria automotiva, que foi dominada sempre por europeus e americanos, assistiu aos chineses aproveitarem uma brecha para ganhar mercado. Com carros elétricos cheios de tecnologia, a China espalhou seus produtos pelo mundo e pisou no acelerador da transição para os chamados eldquo;carros verdeserdquo;. Duas gigantes chinesas, inclusive, a BYD e a GWM, estão investindo no Brasil, para produzir localmente. emdash; A Anfavea vê com bons olhos a produção local. Mas a entrada dos carros chineses no Brasil, de maneira abrupta, promoveu um desequilíbrio concorrencial. São veículos que vêm de fora, com tarifas baixas de importação, e tem subsídios por trás emdash; diz Calvet. As duas montadoras chinesas, BYD e GWM, prometem investir quase R$ 10 bilhões para fabricar seus carros no país. Dentro de algumas semanas, a GWM vai inaugurar a sua primeira fábrica no Brasil, no interior de São Paulo, num investimento que totaliza R$ 4 bilhões, até 2026. Serão produzidos o SUV Haval 6 e a picape Poer. A montadora revela que se trata do primeiro ciclo de investimento no país, etapa que inclui o início da produção e avanços em pesquisa e desenvolvimento. A GWM também vai montar um centro de engenharia, cujo anúncio será feito ainda neste ano. emdash; No Brasil, estamos vendo uma procura muito forte para os veículos híbridos, e híbridos plug-ins principalmente. No caso dos elétricos, há demanda, mas ainda temos algumas questões de infraestrutura, que estão avançando com a chegada dos carregadores mais potentes e rápidos emdash; conta Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM Brasil. A BYD já inaugurou sua unidade na Bahia, em Camaçari, onde vai produzir o SUV Song Plus, um híbrido plug in, e o elétrico Dolphin Mini. O objetivo da BYD é produzir 150 mil unidades inicialmente, e subir para 300 mil/ano. Quando estiver totalmente operacional, o projeto deve gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos, prevê a montadora. emdash; O que estamos vendo hoje, na Bahia, é um marco na reindustrialização do país e um grande salto tecnológico emdash; afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD no Brasil e chefe Comercial e de Marketing. Conglomerado que detém as marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, a Stellantis anunciou o maior investimento da história do setor no Brasil e na América do Sul, com desembolso de R$ 32 bilhões entre 2025 e 2030, destinados ao lançamento de 40 novos produtos. Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para América do Sul, explica que esse aporte contempla o desenvolvimento das tecnologias Bio-Hybrid (que combinam motores elétricos e a combustão, utilizando etanol). emdash;Com uma matriz energética privilegiada, o Brasil tem a oportunidade de trilhar um caminho próprio no processo de descarbonização, fazendo valer uma vantagem competitiva que é o etanol e a energia elétrica de fonte renovável emdash; afirma Cappellano. Desafio para vender Para os executivos dessas montadoras, entraves como o domínio de novas tecnologias e deficiências de infraestrutura para carregamento dos carros elétricos vêm sendo superados no Brasil. Mas a indústria automotiva tem um desafio também do lado do consumidor: boa parte das novas gerações, que utilizam os aplicativos para se locomover nas grandes cidades, não quer ter a propriedade do veículo. emdash; Isso é uma grande tendência e ninguém sabe exatamente como ficará essa questão, que muda também a forma de vender carros emdash; pontua Igor Calvet, da Anfavea. COMO O GLOBO VIU A indústria automotiva estava nas páginas do GLOBO desde sua primeira edição. A manchete histórica, naquele dia 29 de julho de 1925, estampava: eldquo;Voltam-se as vistas para a nossa borrachaerdquo;. Havia a expectativa de que o empresário americano Henry Ford desembarcasse no país para anunciar investimentos numa fábrica de borracha, no Pará. As vendas de automóveis já sinalizavam o gosto do consumidor brasileiro pelos carros. Entre 1922 e 1923, o total de carros importados subiu de 2.772 para 12.995 unidades, mostrou O GLOBO em sua primeira edição. A cobertura do setor automotivo intensificou-se no GLOBO a partir de julho de 1933, quando o jornal ganhou sua primeira coluna sobre o assunto chamada eldquo;Automobilismoerdquo;. Os temas eram principalmente ligados ao exterior, mas também havia algumas notas de conteúdo nacional e testes com acessórios. No segundo governo de Getulio Vargas, o então presidente restringiu a importação de veículos para estimular a indústria nacional. Essa virada foi refletida nas páginas do jornal, que aumentou o número de reportagens sobre o setor. Em 1956, o primeiro veículo produzido localmente foi a Isetta, fabricado pela nacional Romi. O GLOBO já havia antecipado os planos da empresa meses antes do início da produção. Nessa época, o jornalista Mauro Salles criou a coluna semanal "Automóveis, Lanchas, Motos e Aviões", que caiu no gosto dos leitores e tornou-se uma referência para o jornalismo automotivo brasileiro. emdash; Falar de automóveis era tabu na imprensa nacional. Na época, muitos jornais brasileiros consideravam as informações sobre automóveis, propaganda ou entretenimento emdash; lembrou Salles, em uma entrevista publicada em 2005. Pela primeira vez na imprensa brasileira, antes mesmo das chamadas revistas especializadas, a coluna fez testes com veículos, algo inovador na época. Em 1962, O GLOBO fez a primeira cobertura de um Salão Internacional do Automóvel, em Paris. Os carros continuaram na pauta do jornal pelas décadas seguintes, em colunas e suplementos como eldquo;Veículos e Transporteserdquo;, eldquo;Auto-Motoerdquo; e eldquo;CarroEtcerdquo;. Agora, com a transição para a indústria dos chamados eldquo;carros verdeserdquo;, que demandam investimentos bilionários, o assunto tem ganhado cada vez mais espaço nas páginas de Economia.

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Petróleo fecha em queda com incerteza comercial

Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta sexta-feira (25) revertendo os ganhos da madrugada e caminhando para encerrar a semana em baixa. O mercado ainda assimila as incertezas em torno de um possível acordo comercial entre EUA e UE, além do impacto da autorização para a Chevron retomar a extração de petróleo na Venezuela. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro recuou 1,32% (US$ 0,87), a US$ 65,16 o barril. Já o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve queda de 1,02% (US$ 0,70), a US$ 67,66 o barril. Na semana, o WTI caiu 1,35% e o Brent perdeu 2,34%. Após comentários do presidente Donald Trump sugerindo uma chance de avanço nas negociações com a UE, o ING destaca que "parece que as conversas com a UE estão se movendo na direção certa" e que eventuais acordos podem "reduzir incertezas e aliviar parte das preocupações com a demanda que pairam sobre o mercado". Ao mesmo tempo, a decisão do governo Trump de autorizar a Chevron a voltar a operar na Venezuela reaqueceu projeções de aumento de oferta de petróleo pesado no mercado americano. De acordo com o ING, a medida pode resultar em um incremento superior a 200 mil barris por dia nas exportações venezuelanas. Para Alex Hodes, da StoneX, a liberação "poderia trazer cerca de 250 mil barris por dia de petróleo pesado para os EUA, em vez de ir para compradores asiáticos", o que ajudaria a aliviar restrições na oferta de destilados. Ainda assim, analistas veem dificuldade para uma retomada mais firme nos preços. Segundo o Commerzbank, o petróleo tem oscilado em uma faixa estreita "desde o início de julho" e deve seguir pressionado nas próximas semanas com o enfraquecimento da demanda sazonal. "Os analistas continuam esperando um excesso significativo de oferta no outono", destaca a consultoria. Até o final do ano, o Commerzbank projeta o WTI a US$ 62 e o Brent a US$ 65 por barril. Na visão da instituição, porém, o preço do óleo deve voltar a subir no fim do primeiro trimestre do ano que vem, com o valor por barril do WTI e do Brent avançando a US$ 67 e a US$ 70, respectivamente, ao término de março de 2026. (Estadão Conteúdo)

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IPVA zero para carros a etanol, elétricos e híbridos fabricados em Minas a partir de setembro

A partir de 1º de setembro de 2025, carros novos fabricados em Minas e movidos exclusivamente a etanol terão isenção do IPVA. A regra vale também para veículos híbridos, elétricos e a gás natural, desde que o preço não ultrapasse 36 mil Ufemgs (R$ 199 mil). A medida faz parte da Lei 25.378, sancionada parcialmente e publicada no Diário Oficial. A proposta, que começou focada apenas em carros elétricos, foi ampliada durante a tramitação na ALMG. O governador Romeu Zema vetou o limite de isenção para apenas um veículo por contribuinte e a multa de 25% por atraso no parcelamento, mantendo o teto de 20% reconhecido pelo STF. Os vetos ainda serão apreciados pelos deputados. Alta nos combustíveis e energia elétrica faz prévia da inflação de julho na Grande BH ser a maior do país A gasolina puxou para cima a inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que avançou 0,61% em julho e registrou o maior IPCA-15 do país, segundo o IBGE. O índice ficou bem acima da média nacional de 0,33% e teve como principais vilões o aumento de 4,49% nos combustíveis e de 3,89% na energia elétrica. A passagem aérea disparou 29,57% e foi o item com maior alta no mês. Cinco dos nove grupos pesquisados subiram, com destaque para Transportes e Habitação, enquanto Alimentação e Bebidas recuaram 0,35%, puxados pela queda no preço da batata, laranja e café. No acumulado de 12 meses, a inflação da RMBH já soma 5,86%, também liderando o ranking entre as regiões. Minas entra no top 7 da BYD e ganha mais seis concessionárias Minas Gerais se tornou o sétimo maior mercado da BYD no Brasil, com 2,5 mil carros elétricos emplacados no primeiro semestre de 2025 e mais de 8,4 mil desde 2022. A montadora chinesa vai abrir seis novas concessionárias no estado, que já conta com 17 unidades, e ampliar a instalação de carregadores ultrarrápidos em rotas estratégicas. O interesse crescente dos mineiros por veículos sustentáveis consolidou Minas como prioridade nos planos da marca. A empresa destaca a alta satisfação dos clientes e prepara ações para fortalecer parcerias locais e a eletrificação da frota. Nesta sexta (25) e sábado (26), a BYD promove o evento eldquo;48 Horas Eletrizanteserdquo; com descontos, condições especiais e meta de vender 100 mil veículos por ano.

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ANP vai rever atividade de formulação de gasolina e óleo diesel

A Diretoria da ANP decidiu suspender, cautelarmente, os dispositivos da Resolução ANP nº 852/2021 relacionados à atividade de formulação de gasolina e óleo diesel. A formulação consiste na produção de gasolina e óleo diesel por meio de mistura mecânica de hidrocarbonetos líquidos. O tema será incluído na Agenda Regulatória da ANP 2025-2026 para realização de Análise de Resultado Regulatório (ARR) e avaliação da manutenção da atividade de formulação de gasolina e óleo diesel no Sistema Nacional de Abastecimento de Combustíveis, considerando os riscos associados e a necessidade de garantir a proteção dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos. A Diretoria também determinou que os processos de autorização e de retomada da operação em andamento relativos à formulação de gasolina e óleo diesel sejam suspensos até que seja realizada e concluída a ação regulatória sobre a atividade.

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Como mudança no cálculo do IPI vai penalizar clientes de veículos a diesel

O programa IPI Verde, lançado pelo governo federal e que entra em vigor em novembro, promete tornar os carros eficientes e sustentáveis mais acessíveis. A iniciativa é somada ao programa Carro Sustentável, que desde o último dia 10 isentou até o fim de 2026 o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de alguns carros compactos menos poluentes, equipados com motor 1.0 aspirado e câmbio manual. Contudo, para compensar a renúncia fiscal, o bolso de quem optar por modelos mais potentes e movidos a diesel vai pesar. Dentre os veículos que serão mais impactados estão justamente os SUVs com esse tipo de motorização, que terão acréscimos no imposto. O IPI Verde reformula completamente a forma de tributação sobre veículos, substituindo a lógica anterior baseada apenas na cilindrada do motor. Agora, entram em cena critérios como tipo de combustível, potência, eficiência energética, facilidade de reciclagem e presença de tecnologias de segurança. Como funciona o novo cálculo A alíquota parte de uma base fixa: 6,3% para veículos de passeio e 3,9% para comerciais leves. A partir daí, são aplicados acréscimos (malus) ou descontos (bônus), de acordo com cinco critérios técnicos. Um automóvel a diesel, por exemplo, recebe de cara um acréscimo de 12 pontos percentuais se for veículo de passeio, ou de 2,5 pontos se for comercial leve, como picapes. A potência também entra na conta: um SUV com mais de 224 cv (165 kW) paga mais imposto do que um de 150 cv, por exemplo. Já itens como tecnologias assistivas à direção (como controle de estabilidade e frenagem autônoma) garantem até um ponto percentual de desconto. Quanto o preço de carros a diesel deve aumentar Com base nas novas regras, esta coluna fez a simulação dos novos preços de dois veículos muito populares em suas categorias: a picape Ford Ranger XLS e o SUV Toyota SW4 Dimond. Ambos são equipados com motor a diesel e tração 4x4, além de tecnologias de assistência à condução (ADAS), como exigido pelo decreto para redução da alíquota.

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