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Brasil mira 15% do crédito de carbono

Um grupo de empresas começou a se preparar para um mercado que promete ser bilionário no Brasil: o crédito voluntário de carbono, que é aquele em que não existe uma obrigação na lei. Estudo da consultoria Mckinsey aponta que o Brasil pode dominar 15% desse setor até o fim da década. A consultoria aponta que, apenas por aqui, esse mercado pode movimentar cerca de US$ 2 bilhões, ou mais de R$ 10 bilhões, já 2030. No entanto, atingir esse potencial depende do aumento da oferta de crédito de carbono no mercado endash; algo que precisa ser corrigido se o Brasil não quiser perder o bonde. A Mckinsey afirma que o setor precisa crescer muito: a geração de créditos para compensação de emissões teria de crescer dez vezes em relação ao que está disponível atualmente. De olho nesse potencial, pesos-pesados do País se uniram para aproveitar essa oportunidade de receita. Nesse grupo está um heterogêneo conjunto de empresas, dos mais diversos setores, como indústria, cosméticos, agronegócio e commodities: Amaggi, Auren, B3, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Dow, Natura, Raízen, Vale e Votorantim. Segundo a Mckinsey, o Brasil pode acelerar a venda de créditos de carbono tanto por meio de soluções naturais, como a preservação da floresta, quanto por ações de reflorestamento e de implantação de sistemas florestais em áreas degradadas. Outra possibilidade são as iniciativas para evitar a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. A movimentação do mercado de carbono tem como mola propulsora o cumprimento da meta global, estabelecida no Acordo de Paris, em 2015, de que a temperatura do planeta aumente no máximo em 1,5º Celsius até 2050. eldquo;Estamos criando mecanismos para destravar esse mercadoerdquo;, diz o sócio da consultoria no Brasil, Henrique Ceotto, um dos responsáveis pela iniciativa. REGRAS. O estudo da Mckinsey também aponta que a troca de créditos de carbono precisa se tornar um mercado estruturado. Isso quer dizer que será necessário desenvolver instrumentos financeiros para compra e venda de créditos, além de sanar dúvidas sobre a tributação e a governança endash; uma vez que se trata de um segmento que não estará atrelado a metas governamentais. Outro ponto seria uma revisão de questões regulatórias que dificultam ou impedem o desenvolvimento de projetos. Entre as necessidades está uma melhoria na regulação do Cadastro Ambiental Rural, para eliminar dúvidas sobre a propriedade de terras. Ceotto frisa que a demanda por créditos de carbono voluntários está crescendo à medida que a agenda ESG (sigla em inglês para ações ambientais, sociais e de governança) ganha força nas empresas. Mas o setor esbarra no fato de a oferta de crédito de carbono ainda ser muito baixa endash; o que infla os preços, prejudicando o crescimento dessas iniciativas. eldquo;Estamos perdendo empregos, renda e PIBerdquo;, comenta o sócio da Mckinsey. Além do Brasil, outro pesopesado do mercado de carbono deverá ser a Indonésia endash; segundo a Mckinsey, o país tem um potencial de abocanhar outros 15% desse setor. Já grandes economias como EUA e China têm potencial bem menor: suas participações deverão ficar entre 2% e 3%. MOVIMENTO DE EMPRESAS. Participando dos debates sobre o mercado de carbono, o responsável pela área de sustentabilidade do Rabobank, Taciano Custódio, afirma que ter um valor tangível facilita a conversa com produtores rurais, que são o foco da instituição financeira na hora de gerar créditos. eldquo;Esse é um gatilho, especialmente para o produto rural que está acostumado a atuar num mercado muito tangívelerdquo;, comenta o executivo. Além da experiência do banco holandês com o tema sustentabilidade, o Rabobank tem na sua prateleira a opção aos clientes de eldquo;empréstimo verdeerdquo;, o que poderá auxiliálos na jornada de eldquo;produzirerdquo; crédito de carbono, tanto para compensação própria quanto para a venda no mercado. eldquo;O produtor rural tem terra, um ativo que vai muito além da produção de alimentoserdquo;, diz. Para a CBA, fabricante de alumínio do grupo Votorantim, a iniciativa reflete também a meta da empresa de ser eldquo;carbono neutraerdquo; até 2050. Segundo o gerente geral de sustentabilidade da empresa, Leandro Campos, a companhia já utiliza energia gerada a partir de fontes 100% renováveis, além de ter um projeto de reflorestamento para gerar créditos de carbono. Para compensar toda a sua pegada de carbono até 2050, porém, a CBA precisará comprar créditos de fontes externas endash; diante do impacto de sua atividade, precisará completar uma fatia de 10% de sua meta. eldquo;Esse é um problema que só se resolve com multidisciplinaridadeerdquo;, aponta Campos. ebull;

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Preço do diesel recua 1,21% nos postos do País

O preço médio do litro do diesel 500 recuou 1,56% nos postos do País após a última redução feita pela Petrobras, de 5,80%, no dia 20, e foi comercializado em média a R$ 6,90 nos primeiros quatro dias após o reajuste. Já o diesel S-10, o mais consumido, recuou 1,21% e fechou o período a R$ 7,10 o litro, segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL).

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País tenta ressuscitar fábrica de chips com dívida de R$ 600 milhões

Anunciada em 2012 e com previsão de início de operações em três anos, mas inativa até agora, a fábrica de semicondutores da Unitec em Minas Gerais, um investimento de R$ 1,2 bilhão, virou uma espécie de eldquo;iscaerdquo; para atrair grupos internacionais para produzir o componente no Brasil. Hoje, ele é importado da Ásia, e sua escassez desde o início da pandemia tem provocado paradas em várias fábricas no mundo, principalmente nas de veículos. Os dois principais acionistas da Unitec são, atualmente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa argentina Corporación America, com 33% de participação cada. Os minoritários são o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e as empresas Matec e Intecs. O uso de suas instalações e infraestrutura em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, poderia antecipar em dois anos o início da produção local de chips. Uma fábrica nova pode levar no mínimo quatro anos para ficar pronta. Foi esse eldquo;benefícioerdquo; endash; de já ter estrutura para acelerar o processo endash; que um grupo de dirigentes do setor automotivo e representantes do governo federal apresentou a dois fabricantes de semicondutores em viagem ao Japão nas duas últimas semanas. Um deles é a Renesas, uma das grandes produtoras de chips no mundo, com sede em Tóquio. O governo brasileiro também informou que, em breve, editará uma medida provisória estabelecendo desoneração tributária, alternativas de financiamento e infraestrutura a interessados em investir na produção local. MERCADO. Outro ponto destacado pelo grupo é o tamanho do mercado brasileiro. Só a indústria automotiva deve demandar quase 4 bilhões de chips por ano, tendo como base uma produção anual de 2,3 milhões de veículos, segundo cálculos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Cada carro novo tem aproximadamente 1,5 mil microchips. eldquo;Dirigentes das duas empresas japonesas (uma pediu para não ter o nome divulgado) ouviram as propostas, pediram mais informações e vão agendar novos encontros, aqui no Brasil, para discutir o temaerdquo;, diz o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, que liderou o grupo em visita ao Japão. Ele lembra que, em vários países, especialmente na Ásia, há 29 fábricas de semicondutores em construção, projetos iniciados antes da crise de escassez provocada pela pandemia. eldquo;Hoje, para comprar equipamentos para a produção, há fila de espera de dois a três anos.erdquo; A produção local passou a ser imprescindível para a indústria brasileira, avalia Leite. A demanda por chips, já bem elevada, vai crescer substancialmente com o uso do 5G, da internet das coisas e com a chegada de carros conectados, elétricos e autônomos. Perspectiva Com a estrutura montada, início da fabricação de semicondutores poderia ser antecipado em dois anos O fracasso da primeira fábrica da América do Sul a operar em várias etapas da produção de chips está relacionado a diversos fatores que resultaram em pedido de recuperação judicial e dívidas trabalhistas e tributárias de R$ 600 milhões. Ela foi idealizada em 2005 pelo ex-presidente da Volkswagen do Brasil Wolfgang Sauer endash; que era um dos acionistas, mas faleceu em 2013. Teve como principal sócio, ao lado do BNDES, o empresário Eike Batista, que vendeu sua parte à Corporación America em 2014, após os escândalos que levaram seu grupo à falência. Com a mudança de acionista, o nome da empresa foi alterado de Six para Unitec, o mesmo que a fábrica do grupo argentino tem em seu país, onde produz chip para cartão de celular, documento de identidade, passaporte e outras aplicações. A situação da empresa piorou em 2019, quando a IBM, então dona de 18,8% das ações e provedora da tecnologia, deixou o projeto. A matriz americana vendeu suas operações globais da área de semicondutores e o comprador não se interessou pela fábrica local. Marco Aurélio Barreto, sócio da Tauá Partner e responsável pelo processo de recuperação da Unitec, afirma que o projeto também passou por dificuldades em razão de alterações do câmbio, que elevaram os custos dos investimentos em reais, pois a maior parte dos equipamentos era importada. eldquo;O que a Unitec mais precisa é de um operador que entenda do tema, que faça design e produção de semicondutores, e tenha clientes e fornecedoreserdquo;, diz Barreto. O Brasil abriga oito empresas que realizam partes do processo de produção de chips, mas nenhuma que faça a maior parte das etapas. Em nota enviada ao Estadão, a Corporación America informa também que, em 2015, os bancos públicos suspenderam as linhas de crédito previstas. eldquo;Esta circunstância levou à necessidade de os acionistas aumentarem seus compromissos de capitalizaçãoerdquo;, diz. eldquo;A Corporación América manifestou interesse em fazer as contribuições correspondentes com os demais sócios mas, infelizmente, eles não quiseram continuar fazendo contribuições de capitalerdquo;, acrescenta a nota, eldquo;e a planta permanece em estado pré-operacionalerdquo;. A companhia argentina diz ter feito aportes extraordinários para garantir a manutenção e a proteção dos ativos da empresa, além de conceder linhas de crédito para a Unitec. Segundo informações, alguns maquinários foram vendidos. FUNCIONÁRIOS. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e região, Geraldo Valgas, a Unitec chegou a ter 150 funcionários, que prepararam a fábrica e fizeram testes de produção. Em 2020, eram apenas 30. A entidade representa dez deles em ação trabalhista que está no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O grupo pede cerca de R$ 7 milhões em indenização. Quem também tem ação contra a Unitec é o BNDES. Além de acionista, o banco emprestou R$ 173 milhões à empresa. A instituição diz que já foi determinada a expedição de carta precatória para penhora de um imóvel dado em hipoteca. Segundo o BNDES, eldquo;com o aquecimento do mercado global de semicondutores, a companhia e seus acionistas têm buscado investidores estratégicos que se alinhem ao seu plano de negócios, com vistas a tornar a empresa operacionalerdquo;. O BDMG vai na mesma linha e diz apoiar o processo de busca por um plano de reestruturação que envolva a atração de novos investidores. A Prefeitura de Ribeirão das Neves não foi envolvida na busca de novos investidores, mas afirma ter interesse em acompanhar o tema. O governo de Minas também quer atrair aportes para o setor, considerado fundamental para a economia. eldquo;Apresentações com potenciais investidores estrangeiros já foram realizadaserdquo;, diz em nota, sem informar se algum manifestou interesse.

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Petrobras tem condição de negociar penalidades com Cade, diz Ativa

A aplicação de penalidades por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) seria algo negativo a Petrobras, mas a empresa tem condições de negociá-las, de acordo com a Ativa Investimentos. eldquo;O não-avanço em alguns processos não resultam da falta de vontade da empresa e sim de condicionantes de mercado, como especificidades de cada refinaria e questões judiciaiserdquo;, diz a corretora. A Petrobras tem até o fim de 2022 para vender cinco das oito refinarias que estão incluídas no Termo de Compromisso de Cessação (TCC) assinado com o Cade, reportou o Valor. Outros três processos tiveram os prazos estendidos e poderão ser concluídos posteriormente. A Ativa tem recomendação de compra para as ações preferenciais da Petrobras, com preço-alvo de R$ 41, potencial de alta de 40% ante o fechamento de ontem na B3.

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Governo Bolsonaro anuncia chegada de diesel russo ao Brasil

O Porto de Santos recebeu cerca de 35 milhões de litros de diesel importados da Rússia. A informação foi divulgada nesta sexta pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. Ele disse ainda que outras remessas de combustível do país de Vladimir Putin estão em trâmite para serem enviadas ao Brasil. eldquo;Novas cargas são esperadas para outubro, aumentando a competição e pressionando para a queda dos preços do combustívelerdquo;, projeta o ministro. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Preço da gasolina cai 1,4% na semana, para R$ 4,81, diz ANP

O preço da gasolina caiu mais 1,4% nos postos brasileiros nesta semana, informou nesta sexta-feira (30) a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Segundo a agência, o produto foi vendido, em média, a R$ 4,81, o menor valor desde junho de 2020. Foi a 14ª semana consecutiva de queda, reflexo dos cortes de impostos federais e estaduais no fim de junho e de reduções promovidas pela Petrobras nos preços de venda por suas refinarias. Desde o fim de junho, a queda acumulada é de 35%. O ritmo de queda vem desacelerando, já que a Petrobras não mexe nos preços de refinaria desde o início do mês e os efeitos do corte de impostos já chegaram às bombas. A cotação do etanol anidro, misturado à gasolina vendida nos postos, teve forte recuo no início do mês, ajudando a derrubar a gasolina. A gasolina mais barata do país foi encontrada pela ANP em São Paulo, a R$ 4,15 por litro. A mais cara foi encontrada também em São Paulo, a R$ 6,99. Nesta semana, 21 estados brasileiros tiveram preço médio da gasolina abaixo de R$ 5. O menor deles é o Amapá, com R$ 4,49. Já o preço do diesel caiu 2,23% nesta semana, ainda como reflexo de redução de 5,8% no preço de refinaria promovida pela Petrobras no último dia 20. Segundo a ANP, o litro do combustível saiu, em média, a R$ 6,56, o menor desde março, em valores corrigidos pela inflação. Desde os cortes de impostos, a queda acumulada no preço do diesel é de 13,3%. O produto foi menos impactado pela medida porque já tinha impostos federais zerados e alíquota inferior ao teto estabelecido em lei na maior parte dos estados. Segundo a ANP, o preço do etanol hidratado ficou em R$ 3,37 por litro nesta semana, queda de 1,2% em relação à semana anterior. O botijão de gás, que havia subido após o último corte promovido pela Petrobras nas refinarias, finalmente teve repasses, ainda que pequeno. Nesta semana, o produto foi vendido a R$ 112,13 por litro, queda de 1% em relação ao registrado duas semanas atrás. A ANP não havia divulgado o preço desse combustível na última semana, alegando fim do contrato com a empresa que faz a coleta dos dados. A nova empresa só iniciou os trabalhos nesta semana, mas adiantou à agência os dados da semana anterior sobre gasolina, diesel, etanol e GNV (Gás Natural Veicular). A Petrobras vem anunciando cortes de preços quase semanalmente para gerar fatos positivos à campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta semana, porém, com a alta do dólar, não viu espaço para reduzir combustíveis mais populares. Nos últimos dois dias, segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina e do diesel nas refinarias brasileiras está abaixo das cotações internacionais. No início do pregão desta sexta, a gasolina estava com defasagem de R$ 0,02 por litro. No caso do diesel, a defasagem era de R$ 0,09 por litro. Os valores ainda são pequenos para justificar aumento de preços nas refinarias. A estatal limitou-se, então, a anunciar queda de 0,83% no preço do querosene de aviação e de 10,5% no preço do asfalto, produtos que não tinham seus reajustes divulgados até o início da gestão de Caio Paes de Andrade no comando da companhia. A estratégia de promover reajustes a conta-gotas é criticada pela oposição e dentro da própria Petrobras como uso político da empresa, que vem se alinhando mais ao governo na atual gestão, com a aceleração dos cortes de preços, enfraquecimento da governança e acomodação de aliados do Planalto em cargos.

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