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A segunda prévia de janeiro do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) mostrou alta de 0,33%, variação inferior ao 0,78% apurado no segundo decêndio de dezembro. Com isso, o IGP-M acumula queda de 3,07% em 12 meses - nos 12 meses encerrados em dezembro, o índice registrou deflação de 3,14%.

André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e responsável pelo cálculo do índice, ressalta que o IGP-M teve altas expressivas em 2021 e 2022 devido, primeiramente, aos gargalos das cadeias globais durante da pandemia de covid-19 e, posteriormente, por causa de efeitos como a crise hídrica e guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. eldquo;Houve uma sucessão de acontecimentos que influenciaram os preços das commodities, a maioria para cimaerdquo;, ressalta.

O ano passado, diz Braz, foi de eldquo;devolução expressivaerdquo; dos exageros desses dois anos de elevação. eldquo;Isso fez o IGP-M ficar negativo, o que se sustenta até hoje.erdquo;

Para o economista, com os preços agora mais estáveis, o índice volta a ter resultados positivos, reduzindo o acumulado com sinal negativo.

Na segunda prévia de janeiro, entre os componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do indicador, subiu 0,30% na segunda prévia de janeiro, contra 1,07% na segunda medição do mês passado.

O resultado do IPA mostra a influência do que Braz chamou de eldquo;principal riscoerdquo; para o IGP-M no horizonte: o El Niño. eldquo;A expectativa de ter uma safra ruim já influencia o índiceerdquo;, diz.

Como resultado, dentro do IPA, os Bens Finais passaram de 0,68% na segunda prévia de dezembro para 1,02% na segunda medição de janeiro. A maior contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos em natura, cuja taxa passou de 3,72% para 6,66%.

Os Bens Intermediários caíram 1,42% no segundo decêndio de janeiro, contra queda de 0,56% no segundo decêndio de dezembro. O destaque coube ao subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -1,68% para -6,01%.

As Matérias-Primas Brutas passaram de 3,36% no segundo decêndio de dezembro para 1,51% em igual período de janeiro. Contribuíram para o movimento do grupo os seguintes itens: soja em grão (1,98% para -2,92%), minério de ferro (7,24% para 5,75%) e cana-de-açúcar (0,36% para -1,93%). Em sentido oposto, destacam-se os itens: algodão em caroço (-1,60% para 2,70%), café em grão (4,49% para 5,49%) e arroz em casca (6,98% para 7,92%).

Esse efeito também foi sentido no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Com peso de 30% no IGP-M, o IPC variou 0,43% no segundo decêndio de janeiro, contra alta de 0,07% na segunda prévia de dezembro. Seis das oito classes de despesa do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,25% para 1,35%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item hortaliças e legumes, cuja taxa passou de 0,10% para 10,33%.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,63% para 1,24%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,33% para 0,07%), Vestuário (-0,35% para 0,62%), Comunicação (-0,35% para -0,07%) e Despesas Diversas (0,10% para 0,11%).

Nessas classes de despesa, vale mencionar cursos formais (0,00% para 2,67%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-2,33% para -0,96%), roupas (-0,48% para 0,76%), tarifa de telefone residencial (-2,12% para -0,67%) e alimentos para animais domésticos (-0,78% para 0,13%).

Em contrapartida, os grupos Habitação (0,26% para 0,13%) e Transportes (-0,15% para -0,21%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas por aluguel residencial (0,60% para -0,60%) e tarifa de táxi (5,24% para -0,93%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), responsável por 10% do IGP-M, variou 0,31% no segundo decêndio de janeiro. No mês anterior, o índice foi de 0,10%.

Fonte/Veículo: Valor Econômico

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