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Um personagem inesperado chamou a atenção no leilão de concessão de blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado nesta quarta-feira, 13. A Elysian Brasil Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, do empresário mineiro Ernani Jardim de Miranda Machado, arrematou 122 blocos, quase todos com ofertas de R$ 51 mil, somando cerca de R$ 12 milhões em bônus.

eldquo;Eu poderia dizer para vocês que fiz um super cálculo, mas a verdade é que eu vi que o mínimo para se fazer ofertas era R$ 50 mil e coloquei mais R$ 1 mil por lanceerdquo;, explicou Machado a jornalistas na saída da licitação.

Fundada em agosto, a poucos dias do prazo máximo para a inscrição no leilão, e com capital social de R$ 50 mil, a Elysian agora vai ter de investir R$ 400 milhões em sua centena de concessões nos próximos anos, sendo R$ 80 milhões no curto prazo, prevê o empresário. Ele disse que o valor baixo do capital social é natural e, uma vez que a empresa começar a operar com os blocos arrematados, espera internalizar os valores.

Ernani Machado afirma que não buscará financiamento e fará os pagamentos e aportes futuros com recursos próprios e de seus sócios na empresa de tecnologia JMM Tech. eldquo;Já temos capital suficiente. Já separamos (o recurso) para fazer o investimento, que iniciaremos em abrilerdquo;, diz.

A maior parte dos blocos arrematados por Machado (99) está localizada na Bacia Potiguar, mas o empresário também levou alguns blocos nas bacias de Sergipe-Alagoas e Espírito Santo. A preferência por Potiguar se deu porque a bacia era a que tinha maior número de blocos à disposição, o que se encaixaria na estratégia elaborada por Machado.

Ele buscou fazer ofertas por muitas áreas emdash; tendo em vista que parte delas não era viável emdash; e oferecendo valores pouco maiores que o exigido em edital.

O empresário não tem expectativa de conseguir condições de operação e óleo de boa qualidade em todos os blocos. eldquo;Muitas áreas não têm petróleo. Temos de ter um leque abrangente para fazer estudos preliminares e saber onde é possível encontrar (óleo). Pode ser também que a gente comece a extrair e não seja de boa qualidadeerdquo;, diz.

A Elysian funciona num espaço de coworking em Belo Horizonte e ainda não tem funcionários. Mas contratou sete consultores especializados no setor de petróleo, que se apresentarão para trabalhar em regime de dedicação exclusiva, contou Machado. eldquo;Eu não vou falar os nomes (dos consultores) não, senão vão roubar o consultor de mimerdquo;, afirma. A partir da conquista dos blocos no leilão, a ideia é ampliar e melhorar a estrutura da empresa.

De terno xadrez, gravata amarela e bom humor, o empresário foi até a sala de imprensa para se apresentar aos jornalistas que cobriam o leilão. Na conversa, ele destacou que vai usar eldquo;tecnologias diferenteserdquo; para fazer uma extração de óleo e gás menos agressiva ao meio ambiente. eldquo;Não agressiva é impossívelerdquo;, reconhece.

Ele contou que sua empresa de tecnologia já ganhou eldquo;centenas de prêmios em setores que não tem relação com petróleoerdquo;. eldquo;A maioria das tecnologias hoje usadas para extrair petróleo são as mesmas de 80, 100 anos atrás.erdquo;

A Elysian, disse ele, vai usar equipamentos para verificar o volume e a composição dos gases emitidos na operação. A partir daí, fará o cálculo de quantas árvores deve plantar para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa.

Por fim, o empresário diz que foi atento para evitar áreas com potencial risco ambiental e social emdash; por exemplo, com a presença de quilombolas. eldquo;Qualquer coisa desse gênero, nós descartamos automaticamenteerdquo;, promete.

A escolha da Elysian pelo setor de petróleo se deveu à oportunidade. eldquo;Temos essa oportunidade e temos de agarrá-la. Estamos fazendo tecnologias para petróleo e gás, percebemos que havia o leilão e que nós tínhamos a condição financeira de fazer isso. Por que não fazer, né?erdquo;.

O diretor geral da ANP, Rodolfo Saboia, disse que a empresa apresentou as garantia exigidas e atendeu as exigências do edital de licitação. De qualquer forma, disse o executivo, haverá um acompanhamento mais próximo agora nas etapas após leilão, de desenvolvimento do programa de exploração mínimo.

Fonte/Veículo: O Estado de São Paulo

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