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A oferta recorde dos Estados Unidos está pressionando os mercados globais de petróleo à medida que os preços caem para mínimas de cinco meses. A produção de petróleo bruto americano atingiu uma nova máxima histórica de 13,2 milhões de barris por dia em setembro, de acordo com dados divulgados na semana passada, mais do que qualquer outro país e representando cerca de um em cada oito barris da produção global.

Os volumes adicionais superaram as previsões oficiais e estão causando dificuldades para o cartel de petróleo Opep+, que concordou na semana passada em aprofundar os cortes em seus próprios volumes na tentativa de sustentar os preços em declínio.

As novas ofertas também estão causando desconforto para a administração Joe Biden, à medida que autoridades dos EUA se juntam a um esforço para eliminar os combustíveis fósseis nas negociações climáticas da ONU em Dubai.

O petróleo bruto West Texas Intermediate caiu abaixo de US$ 70 o barril na quarta-feira pela primeira vez desde julho, movimento impulsionado em parte pela produção mais alta do que o esperado nos campos de xisto dos EUA.

"A oferta dos EUA foi provavelmente a maior surpresa das surpresas", disse Bob McNally, presidente do Rapidan Energy Group, chamando-a de "principal motivo" pelo qual os mercados não se ajustaram como muitos esperavam.

Os EUA representam 80% da expansão da oferta global de petróleo este ano, de acordo com a AIE (Agência Internacional de Energia). Sua produção deve crescer 850 mil barris por dia, estima a Administração de Informação de Energia dos EUA, bem abaixo do ritmo alcançado anteriormente na revolução do xisto, mas muito mais rápido do que os analistas esperavam.

O crescimento tem sido mais forte na Bacia do Permiano, no Texas e no Novo México, o campo de petróleo mais prolífico da América do Norte e cenário de uma série de negociações corporativas que apontam para mais ganhos de produção.

Nos novos poços do Permiano, a produção média de petróleo por plataforma de perfuração aumentou para 1.319 barris por dia. Há uma década, o número era cerca de 183 barris por dia. Grandes produtores, incluindo Devon Energy, EOG Resources e ExxonMobil, relataram crescimento na produção do Permiano no terceiro trimestre em comparação com o ano anterior.

Scott Sheffield, CEO da Pioneer Natural Resources, o maior produtor do Permiano, disse estar "muito surpreso" com o crescimento, que foi quase o dobro do que ele havia estimado um ano atrás. "Por causa disso, há uma boa chance de alcançarmos 15 milhões de barris por dia em cinco anos", disse ele, referindo-se ao volume total dos EUA.

A produção de gás natural também está em níveis recordes nos EUA, ultrapassando 125 bilhões de pés cúbicos por dia em setembro.

(Financial Times)

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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