Petrobras segue com preço defasado, diz mercado
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A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (6) que enviou um navio-sonda para perfurar a bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. O equipamento deverá realizar a perfuração na região ainda neste ano, em movimento que marcará o primeiro poço exploratório em toda a margem equatorial brasileira desde 2015.
O navio partiu do Rio de Janeiro na terça-feira (5). A petroleira afirmou que o envio ocorreu após a embarcação ter passado por uma limpeza de casco e abastecimento na baía de Guanabara.
Pitu Oeste será o terceiro poço da concessão BM-POT-17, e a previsão é de que a sua perfuração, a 52 km da costa, dure de três a cinco meses.
A Petrobras recebeu do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em outubro, a licença de operação para perfuração de poços exploratórios, em águas profundas, da bacia Potiguar.
No âmbito da mesma licença ambiental, a Petrobras planeja perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79 km da costa do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste.
Em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pontuou que o novo Plano Estratégico 2024-2028 prevê investimento de US$ 3,1 bilhões em atividades exploratórias na margem equatorial.
"Esse esforço já dá a medida da confiança que depositamos no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país", explicou Prates.
A margem equatorial no Brasil, uma ampla região que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, é vista como uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás, com grandes perspectivas econômicas, mas também enormes desafios socioambientais.
"O poço de Pitu Oeste significa a retomada de nossas atividades na margem equatorial e uma campanha exploratória na qual acreditamos, pois expandirá ainda mais as atividades da Petrobras para o Nordeste e o Norte e ajudará a financiar a nossa transição energética", disse em nota o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes.
A AIE (Agência Internacional de Energia) já indicou, porém, que novos poços de exploração de petróleo não devem ser abertos no mundo. Se as atividades com combustíveis fósseis não forem limitadas, o planeta não conseguirá cumprir a meta do Acordo de Paris, que prevê limitar o aquecimento preferencialmente em até 1,5°C em relação ao período pré-industrial, sem ultrapassar os 2°C.
Com a pesquisa exploratória em Potiguar, a companhia planeja obter mais informações geológicas da área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo realizada em 2013 no poço de Pitu.
O avanço exploratório na margem equatorial divide opiniões dentro do governo Lula (PT), especialmente no que diz respeito à exploração da bacia Foz do Amazonas, na costa do Amapá, onde o Ibama barrou a pesquisa até o momento.
Os planos de expansão da gestão Lula para o petróleo se tornaram alvo de críticas, por contradizerem o discurso do governo em questões ambientais. Na COP28, conferência do clima da ONU, que acontece até o dia 12 em Dubai, o presidente confirmou que o Brasil ingressará no grupo Opep+, formado por países parceiros do cartel do petróleo.
(Reuters e São Paulo)
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
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