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No 3.º trimestre do ano, PIB teve alta de 0,1% e previsões são ruins. Em 2024, o presidente deverá cobrar de ministros políticas de estímulo, em especial no crédito, e obras.
2,2% É a projeção do governo para o crescimento do PIB em 2024. Haddad fala em 2,5%
Adesaceleração do crescimento da economia brasileira, confirmada pelo IBGE com o anúncio do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2023, que registrou alta de 0,1% no período, já era esperada e está por trás da nova nuvem de pressão por mais gastos em 2024.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem mais cobra do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um PIB maior, e não está nada satisfeito com a projeção do governo de crescimento de 2,2% no ano que vem endash; ontem, em Berlim, Haddad falou em alta de 2,5% (mais informações na pág. B2).
A cobrança do presidente sobre a equipe econômica vem desde o início do governo e a pressão na Esplanada dos Ministérios tende a esquentar por novas políticas de estímulo fiscal, sobretudo de crédito.
Lula quer ver a todo vapor o motor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pode renovar também a pressão para o Banco Central (BC) acelerar a queda da taxa básica de juros, como já fez ontem Haddad na Alemanha.
Se em 2023 o crescimento do PIB deve ficar próximo de 3%, para 2024 a pesquisa Focus, coletada pelo Banco Central com base em projeções de analistas econômicos de fora do governo, aponta uma alta de 1,5%. O PIB mais baixo traz menor arrecadação.
BOAS NOTÍCIAS x DESPESAS.
Na reta final do ano, o governo vai surfar nos resultados gerais positivos de 2023. O Brasil fechará o ano, sob o ponto de vista econômico, muito melhor do que se esperava no início do governo Lula. Juros e inflação em queda; saldo da balança comercial muito mais alto e sob novo patamar com o aumento da produção de petróleo; investimentos estrangeiros diretos no País em torno de R$ 63 bilhões e a menor taxa de desemprego desde 2014. Quando todos esses resultados favoráveis se somarem à aprovação das medidas econômicas, mesmo que desidratadas, Haddad e equipe vão comemorar.
O problema vem depois, em 2024, em um cenário de desaceleração da economia combinado com ano de eleições. Os sinais ruins de pressão expansionista começaram com as tentativas recentes de fazer mudanças nas regras fiscais.
No governo, dizem que a culpa é da imprensa, que não está querendo ver que as regras do novo arcabouço fiscal seguem todas intocadas. Mas, como a roda da economia gira e o Brasil segue muito dependente do que acontece no cenário externo, se degringolar lá fora, a deterioração aqui dentro será rápida se a credibilidade fiscal estiver em baixa. Aí, os amigos do governo que vão comemorar os resultados de 2023 vão sumir. É preciso muita calma nessa hora. ebull;
Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo
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