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O anúncio da adesão do Brasil à Opep+, grupo expandido que agrega os 13 membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) e mais dez países, provocou críticas de organizações não governamentais ambientais. Representantes de ONGs apontam que a iniciativa eldquo;contradizerdquo; o discurso do governo brasileiro de limitar as emissões de combustíveis fósseis.

eldquo;O Brasil diz uma coisa, mas faz outra na COP-28. É inaceitável que o mesmo país que afirma defender o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C anuncie agora sua aliança com o grupo dos maiores produtores de petróleo do mundoerdquo;, afirmou Leandro Ramos, diretor de programas do Greenpeace Brasil.

Peri Dias, representante da 450.org na América Latina, questionou: eldquo;O Brasil quer ser um líder climático ou um Estado dependente de combustíveis fósseis? Não pode ser ambos ao mesmo tempo.erdquo; Segundo ele, o País eldquo;precisa ser mais claro em seus compromissos e defesa para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis e expandir as energias renováveis se quiser ser o líder que pretende ser para a COP-30eamp;Prime;, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. eldquo;O Brasil precisa pressionar firmemente pelo completo abandono do petróleo, gás e carvão no texto final da COP-28eamp;Prime;, afirmou.

Para Ramos, do Greenpeace, entrar na Opep+ é uma decisão eldquo;completamente equivocada e perigosaerdquo;, que ocorre em um momento em que o País deveria se preocupar em acelerar a transição energética e criar planos para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis. eldquo;Não basta se comprometer com a desmatamento zero, o governo brasileiro deve adotar uma postura contra os combustíveis fósseis se quiser assumir um papel de liderança climática mundialerdquo;, disse.

A Opep+ anunciou a adesão do Brasil, a partir de janeiro de 2024, em sua última reunião realizada em Viena na quinta-feira passada. No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai, que o Brasil vai entrar no grupo, mas não vai eldquo;apitar nadaerdquo; nas decisões do bloco. Ele argumentou que a participação brasileira é importante para convencer países produtores de petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis.

Neste domingo, 3, antes de embarcar para Berlim, na Alemanha, o presidente voltou a falar do assunto. eldquo;O Brasil não será membro efetivo da Opep nunca porque nós não queremos. Agora, o que nós queremos é influenciarerdquo;, afirmou.

Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, a adesão à Opep+ não vai impor ao País nenhuma cota máxima de produção de petróleo.

O Brasil, atualmente o maior produtor de petróleo da América Latina, se tornará o vigésimo quarto membro da Opep+ e o terceiro da região, ao lado do México e Venezuela, este último, um dos cinco países fundadores do cartel da Opep em 1960 e que hoje conta com as maiores reservas de petróleo do mundo.

(Com Agências Internacionais)

Fonte/Veículo: O Estado de São Paulo

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