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É consenso entre analistas do setor de pagamentos que as empresas que antes eram conhecidas pelas maquininhas de cartão terão de ir além delas para sobreviver e sustentar a rentabilidade no futuro. Nesse caminho, a Stone, uma das maiores empresas do setor, tem planos ambiciosos para dobrar o lucro até 2027. O salto, segundo a companhia, virá daquilo que faz além dos pagamentos.

No primeiro Stone Day de sua história, a empresa divulgou a expectativa de chegar a R$ 4,3 bilhões em lucro líquido ajustado daqui a quatro anos. Uma das apostas vem da captura de transações na casa dos R$ 600 bilhões no segmento de micro, pequenas e médias empresas. As comissões com esses clientes devem chegar a 2,7%. O volume de depósitos nas contas digitais deve aumentar para R$ 14 bilhões, e a carteira de crédito, a R$ 5,5 bilhões.

Por trás da expectativa de maior rentabilidade, está a ambição da empresa de aumentar a venda de produtos financeiros e de software para os clientes das maquininhas. eldquo;A contribuição de outros produtos, fora pagamentos, vai aumentarerdquo;, afirma ao Estadão/Broadcast o vice-presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores da empresa, Mateus Schwening.

Outro pedaço desse foco é o da eficiência. eldquo;O último pilar está muito centrado no aumento de eficiência operacional para crescer com baixo investimento incrementalerdquo;, diz o CEO da Stone, Pedro Zinner. A crença da companhia é que, após dez anos de operação, a estrutura está preparada para crescer sem a necessidade de grandes ampliações.

A apresentação de perspectivas de longo prazo animou o mercado. Na Nasdaq, bolsa americana em que a Stone é listada, os papéis subiam da empresa subiram neste mês 39,21%. Além do Stone Day, a companhia informou há duas semanas um lucro líquido ajustado de R$ 435 milhões no terceiro trimestre, alta de quatro vezes em um ano e também anunciou um novo plano de recompra de ações que pode chegar a R$ 1 bilhão.

Integração

A Stone espera ampliar as receitas através da maior integração entre os serviços financeiros e os de software, em que os principais ativos vieram da Linx, adquirida em 2021. Essa integração, que começa a ganhar força agora, terá um foco mais estrito: os segmentos de varejo, postos de gasolina, alimentação e farmácias serão prioritários na oferta combinada.

A diretora de Estratégia e Marketing da Stone, Lia Matos, afirma que os demais setores não serão deixados de lado. Entretanto, a Stone detectou que esses quatro são os que mais oferecem espaço de crescimento da oferta de serviços financeiros para micro, pequenas e médias empresas, que são a prioridade de negócio da Stone.

eldquo;Nessas áreas prioritárias, vamos ter uma ênfase em integração de canal, de produto e alinhamento de incentivoserdquo;, afirma. eldquo;Nas outras áreas do nosso negócio de software, vamos continuar muito mais similares ao que somos hoje, mas com um foco muito grande em eficiência.erdquo;

Essa integração está mais avançada nos postos de gasolina. A Stone integrou a maquininha às bombas de combustíveis. Em geral, nos postos, esses dois equipamentos estão separados, o que abre margem para fraudes na cobrança de clientes que pagam com cartão.

Com o novo sistema, a bomba eldquo;comunicaerdquo; à maquininha exatamente quanto o cliente tem de pagar. Sem a integração, era necessário que esse valor fosse informado por um funcionário ou pelo próprio cliente, o que abria margem para fraudes. Na conexão desenhada pela empresa, a operação inclusive tem o CPF do frentista cadastrado, para identificar todo o processo.

Segundo a Stone, as áreas prioritárias representam 76% do potencial de receitas em serviços financeiros. A ideia da companhia é focar a venda desses produtos a segmentos que hoje são menos atendidos. É um desafio: os bancos que controlam adquirentes, como o Itaú (dono da Rede) e Bradesco e Banco do Brasil (que controlam a Cielo), também estão de olho nesse público.

Racional

A concorrência é forte, mas é diferente daquela vista na eldquo;guerra das maquininhaserdquo;, que movimentou o setor na segunda metade da década passada. Matos diz que o mercado tem mostrado maior racionalidade, sem abrir mão de margem para manter ou conquistar clientes. É um discurso que outras companhias, como a própria Cielo, têm adotado.

eldquo;A principal métrica para nós é a capacidade de continuar ganhando clientes e crescer acima do mercado, naturalmente de forma rentávelerdquo;, afirma ela. eldquo;Esse rouba-monte (de clientes) não tem como alavanca uma guerra de preços, necessariamente. Vemos um mercado bem mais racional.erdquo;

Fonte/Veículo: O Estado de São Paulo

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