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Apresentado a dezenas de movimentos sociais e ambientais nesta sexta-feira (17) em São Paulo, o Plano de Transformação Ecológica, coordenado pelo Ministério da Fazenda, ainda está sendo rascunhado e, por enquanto, tem foco na indústria e no setor energético.
Apesar de prever incentivos para as energias renováveis - para além de solar e eólica, o plano foca em hidrogênio e diesel verdes - o plano evita prever uma saída dos combustíveis fósseis - como petróleo, carvão e gás - que são o principal causador da crise climática.
"Está em aberto", respondeu o ministro Fernando Haddad (Fazenda), ao ser questionado durante coletiva de imprensa, ao fim do evento, sobre a possibilidade do Plano de Transformação Ecológica prever um teto para o uso de combustíveis fósseis no país.
Durante a coletiva, os ministros receberam de representantes do Observatório do Clima uma carta assinada por 61 organizações pedindo que o Brasil lidere a construção de um acordo global pelo fim dos combustíveis fósseis. "O Brasil pode dar o exemplo", comentou Haddad ao receber o documento.
"Nós temos que diminuir o consumo de combustíveis fósseis e nós vamos diminuir gerando energia limpa. Este governo está comprometido até a medula com a transformação ecológica através da geração de energia limpa", completou Haddad.
"Se vai ou não explorar petróleo, quando é esse limite, quem toma essa decisão é o Conselho de Política de Energética", afirmou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).
"O debate que será colocado na COP [do Clima da ONU] para todos os países que produzem petróleo é até quando essa exploração vai acontecer e quando esse teto vai ser alcançado e quando começa o declínio. Não teremos como fugir desse debate. O Brasil não vai se furtar a esse debate e pode ajudar nele, por exemplo, vendendo hidrogênio verde", disse Marina.
Haddad, por outro lado, vê uma oportunidade econômica na exportação de petróleo para os países que ainda estão presos nesse modelo energético.
"O mundo, infelizmente, ainda vai precisar [de petróleo]. O melhor que nós teríamos a fazer seria vender para eles a nossa produção", defendeu o ministro da Fazenda.
O agronegócio é outro setor ausente entre os compromissos previstos no plano. Para Haddad, o agro ainda tem uma chance de enxergar uma oportunidade em projetos que compõem a transição ecológica, como o mercado de carbono. "Na Câmara [dos Deputados], ainda há uma oportunidade de revisão", afirmou, em referência à ausência do setor do agronegócio no projeto de lei de mercado de carbono que tramita no Congresso.
"Para que o certo se estabeleça, é fundamental que se tire o que está errado, senão há uma competição injusta", afirmou Marina Silva. "É fácil dizer o que a gente vai começar; difícil dizer o que a gente vai descontinuar", completou.
(Blog - Ambiência)
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
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