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Com ajuda da queda nos preços de alimentos, o setor de supermercados vem exibindo bom desempenho nas vendas, impulsionando assim o resultado do comércio varejista brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O volume vendido pelo varejo cresceu 0,6% em setembro ante agosto, após um ligeiro recuo de 0,1% no mês anterior. Os dados são Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo IBGE.

O resultado veio praticamente no topo das estimativas mais otimistas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,3% a alta de 0,7%, com mediana positiva de 0,1%.

eldquo;O varejo alimentício, com crescimento acima do esperado, é o que explica esse desvio nas projeçõeserdquo;, avaliou o economista Daniel Arruda, da LCA Consultores. eldquo;Reforça aquela perspectiva de setores ligados à renda desempenhando melhor, como efeito da desinflação e do mercado de trabalho resilienteerdquo;, acrescentou.

O segmento de supermercados avançou 1,6% em setembro ante agosto, depois de já ter crescido 1,1% no mês anterior.

eldquo;A melhora no varejo tem sido ancorada bastante pela atividade de supermercadoserdquo;, afirmou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE. eldquo;É o quarto mês de crescimento consecutivo (nas vendas de supermercados), e tem puxado o varejo para o crescimento.erdquo;

As vendas globais do comércio varejista subiram 0,8% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano. O resultado sucede avanços de 1,9% no primeiro trimestre e de 0,1% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

Já as vendas do setor de supermercados aumentaram 1,6% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano, após avanços de 1,0% no primeiro trimestre e de 1,7% no segundo trimestre, sempre na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

A deflação dos alimentos para consumo no domicílio ajuda o desempenho do setor de supermercados. Além disso, a expansão na massa de rendimentos e o aumento no número de pessoas ocupadas elevam a probabilidade de consumo, assim como o ligeiro aumento na concessão de crédito a pessoas físicas, enumerou Santos.

Como contrapesos, o pesquisador do IBGE cita o aumento de preços de combustíveis, que prejudicou o volume vendido por essa atividade em setembro, enquanto a alta do dólar reduziu o fôlego do consumo de equipamentos de informática. O fechamento de lojas físicas de grandes redes afetou ainda as atividades de vestuário e de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento, apontou.

eldquo;A redução do número de lojas físicas, por conta da crise de grandes empresas que atuam nessas atividades, continua tendo influência nos últimos meseserdquo;, disse Santos.

Cinco das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas nas vendas em setembro ante agosto: combustíveis (-1,7%), vestuário e calçados (-1,1%), livros e papelaria (-1,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%) e equipamentos para escritório, informática e comunicação (-0,1%). Na direção oposta, houve expansão em móveis e eletrodomésticos (2,1%), supermercados (1,6%) e farmacêuticos e perfumaria (0,4%).

eldquo;Os segmentos que dependem um pouco mais do crédito seguem fracos. Ainda que haja queda no juro, isso não é repassado diretamente para o crédito e o endividamento já estava altoerdquo;, lembrou Maurício Nakahodo, economista-sênior do Banco MUFG Brasil.

Nakahodo vê o cenário compatível com uma desaceleração forte do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, com contração de 0,5%. eldquo;Os dados de agosto, principalmente, e o que tivemos em setembro até agora apontam para essa quedaerdquo;, justificou.

No comércio varejista ampliado emdash; que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício emdash; houve alta de 0,2% no volume vendido em setembro ante agosto. O segmento de veículos registrou queda de 0,9%, enquanto material de construção caiu 2,0%. Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal, por ser necessária uma base de dados mais longa. No entanto, Cristiano Santos mencionou que o desempenho melhor que o estimado do atacado alimentício foi o que motivou a revisão do resultado do varejo ampliado em agosto ante julho, que passou de uma queda de 1,3% divulgada anteriormente para uma alta de 0,6%.

As vendas do varejo ampliado ficaram estáveis (0,0%) no terceiro trimestre ante o segundo trimestre de 2023.

Em termos gerais, o volume vendido pelo comércio varejista manteve em setembro a trajetória vista desde fevereiro deste ano, de oscilações próximas à estabilidade, resumiu Cristiano Santos, do IBGE.

eldquo;O varejo repete em setembro o comportamento visto este ano, com exceção de janeiro, de variações, tanto para o positivo quanto para o negativo, muito próximas da estabilidadeerdquo;, concluiu.

Fonte/Veículo: O Estado de São Paulo

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