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A Chevron informou nesta segunda-feira (23) que concordou em comprar a Hess por US$ 53 bilhões (R$ 268 bilhões) em ações, a segunda megafusão proposta entre as maiores empresas petrolíferas dos EUA, depois que a Exxon fez uma oferta de US$ 59,5 bilhões pela Pioneer Natural Resources no início deste mês.

O acordo proposto aumenta a concorrência no setor. A Chevron é a segunda maior produtora de petróleo e gás dos EUA, atrás da Exxon. Mas ela deve se tornar uma parceira incomum na Guiana de sua maior rival, já que a Hess, juntamente com a chinesa CNOOC, estava trabalhando em conjunto para desenvolver a perfuração no nascente produtor sul-americano. Além da Guiana, a Hess ainda tem um importante projeto de xisto na Dakota do Norte (EUA), junto com ativos no Golfo do México e no Golfo da Tailândia.

O acordo também sinaliza os planos da Chevron de continuar aumentando os investimentos em combustíveis fósseis, já que a demanda por petróleo continua forte e os grandes produtores usam as aquisições para reabastecer seus estoques após anos de subinvestimento.

A operação "situa a Chevron em uma posição idônea para reforçar nossos resultados de longo prazo e melhorar ainda mais nosso vantajoso portfólio", disse o presidente e CEO da Chevron, Mike Wirth.

"Esta combinação estratégica une duas sólidas empresas para criar uma empresa de energia integrada de classe mundial", declarou o CEO da Hess, John Hess, cuja empresa deve, provavelmente, ingressar no conselho de administração da Chevron.

A Chevron ofereceu 1,025 de suas ações para cada ação da Hess, ou US$ 171 por ação, o que implica um prêmio de cerca de 4,9% em relação ao último fechamento da ação. O valor total do negócio é de US$ 60 bilhões (R$ 303,4 bilhões), incluindo a dívida.

As ações da Chevron estavam sendo negociadas em queda de 3% no pré-mercado. Os analistas do RBC disseram que ficaram surpresos com o momento do acordo e que esperavam que a empresa aguardasse um pouco mais depois do mega acordo da Exxon com a Pioneer.

A Guiana se tornou um importante produtor de petróleo após grandes descobertas nos últimos anos, transformando o país em um dos maiores produtores da América Latina, superado apenas pelo Brasil e pelo México.

A Exxon e seus parceiros Hess e CNOOC são os únicos produtores de petróleo ativos no país. Espera-se que seus projetos atinjam 1,2 milhão de barris por dia de produção até 2027.

A Chevron disse que, após a conclusão do acordo, pretende aumentar seu programa de recompra de ações em US$ 2,5 bilhões para o topo de sua faixa anual de US$ 20 bilhões, em um sinal de confiança nos preços futuros da energia e em sua geração de caixa.

O Goldman Sachs foi o principal consultor da Hess, enquanto o Morgan Stanley foi o principal consultor da Chevron.

A fusão se dá no momento em que o petróleo é cotado acima dos US$ 87 (R$ 439,85 na cotação do dia) o barril, um nível historicamente alto que está fazendo disparar os lucros dos gigantes do setor.

No ano passado, a Chevron obteve lucros recordes de US$ 35,5 bilhões (R$ 179,2 bilhões), e a Hess, um lucro líquido de US$ 2,2 bilhões (R$ 11,1 bilhões) para 2022.

(Reuters e AFP)

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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