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As vendas no varejo brasileiro recuaram em agosto, consolidando a visão de um desempenho mais fraco do setor em 2023 como um todo, ainda que a queda tenha vindo abaixo do esperado por economistas, mostraram dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (18).

O volume de vendas varejistas caiu 0,2% em agosto ante julho, contra avanço de 0,7% no mês anterior, saindo-se melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de baixa de 0,70% na comparação mensal. Na comparação com o mesmo período de 2022, houve alta de 2,3% nas vendas, superando com força o avanço de 1,20% previsto pelos economistas consultados pela Reuters.

Cristiano Santos, gerente da pesquisa no IBGE, disse que os dados de agosto corroboram a visão de que "o ciclo do comércio (em 2023) como um todo é muito baixo; ora sobe e ora desce, mas é uma performance mais fraca que em anos anteriores". Segundo ele, o crédito baixo e a maior inadimplência são fatores que têm afetado o consumo neste ano.

Em agosto, quatro dos oito segmentos do comércio varejista pesquisados registraram queda no volume de vendas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,2%); Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%).

"Ao longo do ano, até agosto, grandes cadeias de lojas de atividades de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, Móveis e eletrodomésticos e Tecidos, vestuário e calçados vivem crises contábeis e estão passando por redução no número de lojas", explicou Santos.

Na outra ponta, registraram aumento nas vendas em agosto os grupos Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%); Combustíveis e lubrificantes (0,9%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%).

O crescimento no grupo de hiper e supermercados "tem a ver com a desaceleração da inflação na parte alimentícia", disse o gerente da pesquisa, "com maior renda para o consumidor adquirir produtos".

Por outro lado, no comércio varejista ampliado endash; que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo endash; o volume de vendas recuou 1,3% em agosto frente a julho, após queda de 0,4% no mês anterior.

"Para o comércio ganhar fôlego é preciso uma série de fatores: crescimento do crédito, de renda, massa real, do emprego e menos inflação. Isso dá chance para o orçamento chegar ao consumo", avaliou Santos.

(Reuters)

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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