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A fabricante de fertilizantes Yara vai trocar o gás natural de origem fóssil por biometano em sua planta de Cubatão (SP), onde produz amônia, que assim passará a ser denominada eldquo;amônia verdeerdquo; ou eldquo;amônia de baixo carbonoerdquo;. O processo vai começar com 3% do total consumido, com a meta de atingir 100% em 2030. A troca do insumo começa no primeiro semestre de 2024, mas a Yara ainda não fala de expectativas de impactos financeiros.
A empresa é uma das maiores consumidoras de gás natural no Estado de São Paulo endash; o insumo responde por 80% do custo variável para a produção da amônia. eldquo;Por ora, a troca serve ao propósito de descarbonização e não se refletirá em redução dos custoserdquo;, diz Daniel Hubner, vice-presidente de Soluções Industriais da empresa.
A companhia também não divulga projeções sobre quanto os clientes estão dispostos a pagar por um produto que contribui para a descarbonização da cadeia. eldquo;A grande discussão é se haverá prêmio na amônia verdeerdquo;, diz Hubner. eldquo;O mercado ainda está engatinhando. Ainda não se sabe quanto vai valer o fertilizante de baixo carbono.erdquo;
NOVA PLANTA.
Com o biometano, a companhia estima que vai cortar em 80% a emissão de gases de efeito estufa da unidade de Cubatão. O insumo será produzido pela Raízen, e distribuído pela Comgás à unidade de produção da Yara.
A amônia é matéria-prima para fertilizantes nitrogenados e serve como combustível para trens e caminhões. É usada também na fabricação de explosivos para mineração. Na fabricação da amônia, o gás é usado como combustível e também como matéria-prima.
Inicialmente, a Yara vai comprar 20 mil metros cúbicos de biometano por dia, cerca de 3% dos 700 mil que consome diariamente. Com o insumo, produzirá 15 toneladas diárias de amônia verde, o equivalente a 2,5% da produção atual.
Em sua planta, a Yara usará biometano produzido a partir da vinhaça e da torta de filtro, subprodutos da fabricação de etanol. A fábrica da Raízen, localizada em Piracicaba (SP), está em fase final de construção. A parceria foi decidida há dois anos. Os valores dos contratos com a Raízen e com a Comgás não foram revelados.
AMÔNIA AZUL. A Yara informa que reduziu em quase 45% as emissões de gases de efeito estufa, desde 2005, com melhorias no processo produtivo e eficiência energética. Agora, busca outras formas de descarbonizar as atividades.
No primeiro semestre, anunciou a construção de duas unidades para produzir amônia azul nos EUA endash; a denominação indica que o gás carbônico gerado no processo é enterrado. Ou seja, usa combustível fóssil, mas não libera gás carbônico para a atmosfera. ebull;
Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo
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