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O aumento da cotação do petróleo para um patamar que chegou a se aproximar de US$ 100 o barril nas últimas semanas pode ser explicado pela decisão dos governos de Rússia e Arábia Saudita de reduzirem a sua produção.

Numa tentativa de forçar a subida dos preços, os dois países estenderam o corte voluntário de produção até o fim do ano. Juntos, os dois países respondem por uma redução de 1,3 milhão de barris por dia. Em maio e junho, o preço do barril caiu a US$ 75. Nesta quinta-feira, 5, a cotação está em torno de US$ 85.

O cenário global atual resulta, portanto, numa combinação bastante perversa: há uma queda na produção, mas um aumento da demanda, sobretudo, pela decisão da China de encerrar a sua política de covid zero.

eldquo;A ficha do mercado caiuerdquo;, afirma Walter de Vitto, economista e sócio da Tendências Consultoria. eldquo;O mercado ficou deficitário. Está se consumindo mais do que produzindo. Isso vai levar a um enxugamento de estoques neste segundo semestre, e os preços estão refletindo esse cenário.erdquo;

Desde o surgimento da pandemia de covid-19, a economia global vem tentando equilibrar a oferta e demanda de petróleo. Do fim de 2022 até meados deste ano, os preços do petróleo recuaram devido a um cenário oposto ao atual: uma desaceleração da demanda por causa da política chinesa de combate ao avanço da covid e um aumento da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

eldquo;Depois da pandemia, a Opep fez cortes para ajustar o mercado. Houve um descasamento muito grande entre demanda e oferta naquele momento, e acumulou-se muito estoqueerdquo;, afirma o economista. eldquo;Quando os estoques recuaram e estavam num nível de maior equilíbrio, (os países) começaram a aumentar a produção.erdquo;

Por ora, a expectativa é que os preços do petróleo fiquem mais pressionados no curto prazo, mas há uma tendência de arrefecimento na cotação. Na projeção da Tendências, o preço do barril de petróleo vai permanecer acima de US$ 90 dólares até o fim do ano, mas deve recuar para a faixa dos US$ 80 no ano que vem.

Em dezembro, a consultoria estima um relaxamento do corte de produção e também trabalha com uma expectativa da queda da demanda diante da esperada desaceleração da economia mundial em 2024. eldquo;Os estoques devem refletir um cenário de maior equilíbrio do mercadoerdquo;, afirma de Vitto.

E a Petrobras?

Para os analistas, não há a expectativa de que a atual administração da Petrobras adote uma política parecida com a do governo Dilma Rousseff, de segurar repasses de preços e que provoca um descasamento muito grande com o cenário internacional.

eldquo;Esse aumento de preços deve ensejar um novo reajuste neste ano, a não ser que ele volte mais rápido do que estamos projetandoerdquo;, afirma De Vitto.

No governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras abandonou a política de reajuste de preços dos combustíveis emdash; a paridade de preço internacional (PPI) emdash;, criada no governo de Michel Temer e que considerava basicamente as cotações do petróleo no mercado internacional. O último reajuste da companhia foi anunciado em 15 de agosto.

eldquo;Na minha opinião, nas próximas semanas a Petrobras vai ter que aumentar o preço do diesel e da gasolinaerdquo;, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Na terça-feira, 3, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a companhia analisa se será necessário realizar um novo reajuste de preços dos combustíveis ainda neste ano. eldquo;Já fizemos um ajuste (de preços), e estamos agora analisando a possibilidade ou não de outro reajuste até o fim do ano. O que temos de concreto é que a nossa política de preços está funcionando.erdquo;

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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