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Após pouco mais de um mês sem grandes surpresas, há poucas razões que possam levar o Banco Central (BC) a ampliar ou reduzir o seu ritmo de cortes para a Selic, a taxa básica de juros, e a crença virtualmente unânime entre economistas e analistas é que ele deve fazer uma nova redução de 0,5 ponto nesta quarta-feira (20).

Isto levaria a Selic dos atuais 13,25% para 12,75%. O Comitê de Política Monetária (Copom), corpo que reúne a diretoria do BC, anuncia no final da tarde desta quarta-feira sua nova decisão em relação à taxa básica de juros.

No encontro anterior, no início de agosto, o Copom cortou a Selic pela primeira vez, também em 0,5 ponto, depois de um ano em que a taxa ficou estacionada nos 13,75%, maior nível desde 2016.

Em seus comunicados à época, o comitê também já deixou expresso que seus próximos cortes seriam igualmente de 0,5 ponto. Caso cumprida a promessa, a taxa cai dos 13,25% atuais para 11,75% até o fim do ano emdash; considerando três cortes de 0,5 nas três reuniões que o Copom ainda terá sobre a Selic entre esta semana e dezembro.

eldquo;Quando o Banco Central já deixa dito que vai fazer um determinado corte, da mesma magnitude, tem que acontecer algo muito extraordinário para que ele não façaerdquo;, diz a chefe de economia da corretora Rico, Rachel de Sá.
Seria o caso de um resultado de inflação ou de algum dado da atividade econômica, por exemplo, muito longe do que estivesse sendo esperado.

eldquo;Grande parte da política monetária é a comunicação, e se o Banco Central fala uma coisa, mas faz outra, isso mexe demais com os efeitos dessa políticaerdquo;, acrescenta Rachel.

Uma pesquisa feita pelo BTG Pactual na semana passada com 57 participantes do mercado financeiro mostrou que 93% dos entrevistados esperam o corte de 0,5 ponto nesta quarta-feira, e 90% dizem que a redução será igual na reunião seguinte, em novembro.

De acordo com o J.P. Morgan, eldquo;até aqui, há pouca razão para modificar a indicação recente [dada pelo BC]erdquo;.

Se houver alguma mudança no cenário para as reuniões seguintes, entretanto, o banco acha mais possível que eldquo;o BC acelere em vez de moderar o ritmoerdquo; na rota de redução da Selic. Ou seja, os cortes passariam a ser mais fortes, na casa de 0,75 ponto.

eldquo;A desinflação mostrou progressos significativos até agostoeldquo;, ponderou o J.P. Morgan em relatório.

eldquo;Mas esse progresso é balanceado pelo aumento recente no preço de commodities como o petróleo, o que poderia pressionar a inflação para cima. (ehellip;) A resiliência do setor de serviços em julho também sugere que não há pressa para acelerar o ritmo de afrouxamento [dos juros], já que os custos de taxas mais apertadas para o crescimento econômico têm sido, até aqui, limitadoserdquo;, acrescentou.

eldquo;Outro corte de 0,5 ponto emdash; unânime, desta vez emdash; é de longe o cenário mais provávelerdquo;, afirmou a XP, em relatório.

Na reunião anterior, quando a Selic foi cortada pela primeira vez desde o ciclo de aperto monetário iniciado durante a pandemia, a equipe dos nove diretores que compõem o Copom ficou dividida entre o corte de 0,5 e uma opção mais cautelosa, de 0,25.

eldquo;O fluxo de notícias desde a última reunião do Copom foi relativamente equilibrado para as perspectivas de inflaçãoerdquo;, acrescentou a XP em relatório.

eldquo;Do lado altista, depreciação da taxa de câmbio, elevação dos preços do petróleo e atividade doméstica resiliente. Do lado baixista, leituras de IPCA melhores do que o esperado, incluindo a inflação de serviços.erdquo;

Fonte/Veículo: CNN Brasil 

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