Sindiposto | Notícias

Uma emenda inesperada incluída no Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/23, que teve regime de urgência aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira, abre uma brecha para o retorno de tributação dos combustíveis pelo modo ad valorem, em que a taxação se dá por um alíquota percentual e na prática aumenta sempre que há elevação dos preços.

A proposta dá aos Estados a possibilidade de decidirem se querem ou não fazer a cobrança do ICMS sobre combustíveis pelo sistema ad rem, de valor fixo por litro, em vigor atualmente.

Em nota nesta quarta-feira, a associação Brasilcom, que reúne mais de 40 distribuidoras regionais, afirmou que "isso poderá resultar em aumento de preço dos combustíveis ao consumidor", o que seria um "retrocesso" em relação à mudança efetivada neste ano, pois geraria pressões inflacionárias adicionais.

O texto sobre o tema foi incluído no projeto que prevê compensação de 27 bilhões de reais da União para os Estados e o Distrito Federal em razão da queda de arrecadação do ICMS por causa de mudanças na incidência do tributo sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

O requerimento de urgência do projeto aprovado na terça-feira foi apresentado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

"O PLP (projeto) volta a vincular o ICMS ao preço da commodity e com isso poderemos ter aumentos quinzenais do imposto, como acontecia antes da edição da LC 192/22, que zerou a cobrança do PIS e da Cofins sobre combustíveis em 2022 e estabeleceu a incidência do ICMS apenas uma vez, com base em alíquota fixa por volume comercializado (ad rem)", disse a Brasilcom.

Com a aprovação do regime de urgência, o projeto poderá ser votado nas próximas sessões do Plenário, o que, teme-se, pode ocorrer sem a devida discussão do item que ameaça aumentar preços de combustíveis.

Desde junho, a cobrança do ICMS sobre a gasolina é de 1,22 real por litro em todo o território nacional, enquanto no passado variava conforme a definição dos Estados.

No caso do diesel e do gás de cozinha, a alteração no modelo de cobrança -- válida desde 1º de maio -- estipula 0,94 real por litro e 1,28 real por quilo, respectivamente.

Segundo a Brasilcom, outro ponto negativo da eventual mudança é a segurança jurídica "que será violada com a aprovação do PLP 136/23, uma vez que as empresas do setor já se adaptaram à nova sistemática".

Para a associação, "o sistema monofásico para cobrança do ICMS é uma evolução tamanha que está prevista até mesmo no texto da reforma tributária".

(Reuters)

Fonte/Veículo: Notícias Agrícolas

Leia também:

article

Milho garantirá recorde de produção de etanol no Brasil em 24/25, dizem produtores

A produção de etanol do centro-sul do Brasil em 2024/25 deverá encerrar a temporada em março em u [...]

article

Petróleo fecha em queda de cerca de 1% com alívio de tensões no Oriente Médio

Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, 16, em meio ao alívio das [...]

article

Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP é retomado

A ANP retomou, no início de janeiro de 2025, o seu Programa de Monitoramento da Qualidade dos Com [...]

Como posso te ajudar?