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A Petrobras (PETR4) não tem pressa para bater o martelo sobre o incremento de projetos renováveis em seu portfólio e deverá ter mais definições sobre empreendimentos que visam a transição energética entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2024, disse à Reuters o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, pontuando que 2023 tem sido um ano de reconhecimento e planejamento.
Em junho, a empresa decidiu que aportará em projetos de energias renováveis e em descarbonização entre 6% e 15% do investimento total de seu Plano Estratégico 2024-2028, que está em elaboração e será publicado no fim deste ano, contra 6% no planejamento quinquenal atual.
eldquo;A gente vai tentando viabilizar bons projetos, não é obrigatório chegar a 15% a qualquer custo, significa que pode ir até 15%, é uma sinalização importante para o investidor saber que estamos graduando aqui uma boa participação em renováveis, mas pode ser que fique abaixo porque não achou projetoerdquo;, disse Prates, em uma entrevista direto da China, por telefone.
O executivo destacou que eldquo;evidentementeerdquo; a companhia não vai deixar de dar prioridade à produção de grandes campos do pré-sal, como Búzios e Mero, que são a principal fonte de receita da empresa. Planos para a transição energética e internacionalização são para médio e longo prazos.
eldquo;A gente vai ter um tempo de preparação que estou chamando de consciente e consistente, não vamos fazer nada apressado, não tem pressa, a Petrobras está numa situação boa, não tem pressa para se amarrar com nada e nem tem pressa de entrar em projeto nenhum, vamos fazer no tempo certoerdquo;, frisou.
Enquanto isso, neste ano, Prates afirmou que a empresa está trabalhando para eliminar pautas antigas, como questões tributárias, trabalhistas. No campo de negócios, está avaliando mercado de fertilizantes, o futuro da petroquímica Braskem (na qual é sócia) e mapeando indústrias como a naval.
eldquo;Até o fim do ano, a gente saneia isso, organiza a nave espacial, e aí a gente começa a nova fase a partir do primeiro semestre do ano que vem, e aí sim a gente consegue colocar as coisas de péerdquo;, afirmou.
Prates está na China nos últimos dias participando da assinatura de vários acordos de cooperação com empresas e bancos chineses. Na véspera, a empresa anunciou quatro memorandos de entendimento com China Energy, Sinopec, CNOOC e Citic Construction, importantes grupos de petróleo e energia do país.
No curto prazo, a China poderá contribuir com projetos como revitalização do mercado de fertilizantes no Brasil, reorganização da estrutura petroquímica com refinarias e expansão do parque de refino, sem que seja necessária a construção de novas refinarias, podendo até mesmo fazer parcerias em alguns projetos, disse ele à Reuters, conforme entrevista publicada mais cedo.
O movimento de reaproximação da China, segundo Prates, eldquo;marca a volta da Petrobras ao cenário global, deixa de ser aquela empresa que estava se encolhendo, voltando só para pré-sal da Bacia de Santos e de Campos, vendendo o resto dos ativoserdquo;.
eldquo;Com velocidade consistente, a gente quer voltar a ser um grande player global. A partir do ano que vem vai dar para ter uma noção bem boa do mapa da Petrobras como empresa internacional, isso vai ser bom para o Brasil tambémerdquo;, disse Prates.
INTERNACIONALIZAÇÃO
Para o longo prazo, Prates afirmou que levou um apanhado de ideias para petroleiras chinesas sobre as áreas internacionais onde ambas as partes poderiam ter interesses em comum para exploração e produção de petróleo e gás.
eldquo;Primeiro nome de cara é a Bolívia, é claro, que é nossa prioridade principal, mover a questão do gás da Bolívia, que eu acho um absurdo não incrementarehellip; contribuir para que a Bolívia volte a ser um grande produtor de gás de novoerdquo;, afirmou Prates, reiterando declarações recentes.
O CEO reforçou ainda a possibilidade de investimentos na Venezuela e na Argentina.
eldquo;Não é questão política, não é absolutamente nenhuma questão de ajudar regime nenhum, é ver Venezuela como ela é, maior reserva de petróleo do mundo, do lado do Brasil.erdquo;
O executivo também destacou interesse em países do Atlântico Sul, principalmente Suriname, onde ele pontuou que ainda dá para chegar lá a tempo. eldquo;A Guiana praticamente já foi ocupada pela Exxonerdquo;, ponderou.
Há ainda um interesse da Petrobras em observar oportunidades na costa oeste africana, desde a Namíbia até o Marrocos, sob a ótica de novas tecnologias de prospecção de petróleo, segundo ele.
Do lado da área de influencia da China, a Petrobras poderia olhar oportunidades no extremo oriente, pontuando que poderá analisar caso agregue conhecimento técnico para a empresa ou até mesmo surjam oportunidades interessantes.
(Reuters)
Fonte/Veículo: InfoMoney
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