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A gestora de investimentos eB Capital e a Sebigas Cótica vão investir R$ 600 milhões na criação da Bioo, empresa que irá produzir, através de biogás, biometano (o equivalente ao gás natural fóssil), gás carbônico e fertilizantes orgânicos a partir do tratamento de mais de 40 tipos de resíduos gerados por diversas atividades industriais como o de proteína animal e de saneamento básico.
O projeto contempla inicialmente a construção de três plantas. A primeira delas foi inaugurada nesta quarta-feira na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul, e vai consumir investimentos de R$ 200 milhões. Com capacidade de produção de 30 mil metros cúbicos por dia de biometano, a unidade deverá entrar em operação em 2025.

Pedro Parente, um dos cofundadores da eB Capital e ex-presidente da Petrobras, disse que a unidade já tem contrato firmado com a distribuidora Sulgás para injeção diretamente do biometano no gasoduto da companhia. Além disso, as outras duas unidades também deverão ser na região Sul do Brasil e terão o local escolhido nos próximos doze meses.

-É um projeto pioneiro, pois o resíduo industrial hoje vai para aterros e composteiras, gerando impacto negativo para o meio ambiente. Estamos falando de circularidade. É pegar os resíduos das empresas e devolver sob a forma de biometano e de fertilizantes orgânicos de alta qualidade para a agricultura. É um processo renovável. É permitir que a gente possa no futuro levar esse gás para lugares onde não há gasoduto, como no interior. E isso é relevante, pois há muito resíduo no interior e você gera oportunidade de ter combustível renovável com gás natural - disse Parente.

A Bioo terá controle compartilhado entre a eB Capital e a Sebigas Cótica, que hoje produz biogás a partir da linhaça, por exemplo. Segundo Parente, as duas novas localidades da Bioo dependem da existência de resíduos e de compromissos firmes da compra de biometano, com exceção dos fertilizantes.

- As três plantas na região Sul fazem parte de um primeiro projeto. Dando certo, será o primeiro de vários. Queremos interiorizar a produção do gás natural - adianta Parente.

Maurício Cótica, diretor executivo da Sebigas Cótica, lembra ainda que a Bioo vai produzir, além de biometano e fertilizantes orgânicos, gás carbônico. Segundo ele, o gás carbônico, depois de filtrado, pode ser usado por empresas nos processos fabris:

-Vamos aportar todo o knowhow técnico da Sebigás e atuação operacional para entrar no segmento de tratamento de resíduos com a eB Capital. Ou seja, as duas empresas vão coexistir. Identificamos um vasto horizonte de oportunidades no tratamento de resíduos agroindustriais e na mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Nossa planta foi concebida para ser altamente versátil, trazendo solução para tratar mais de 40 tipos de resíduos.

Eduardo Sirotsky Melzer, cofundador da eB Capital, diz que o investimento na Bioo une oportunidade de negócio com potencial de crescimento e sustentabilidade.

-Estamos olhando há mais de dois anos oportunidades de transição energética.

Fonte/Veículo: O Globo

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