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A montadora chinesa BYD confirmou a produção de carros híbridos flex em Camaçari (BA). O anúncio foi feito nesta quinta (17) pelo presidente da montadora no país, Tyler Li, durante evento em São Paulo.

O executivo disse que engenheiros virão ao Brasil para aprender a trabalhar com o etanol e trocar experiências com a China. O objetivo, segundo Tyler Li, é transformar a Bahia no Vale do Silício brasileiro.

"Entendemos que o etanol é também um modelo de energia limpa", disse o presidente da BYD.

A confirmação ocorre uma semana após a Ford e o governo da Bahia celebrarem o acordo para reversão da propriedade do complexo industrial de Camaçari para o estado. O local abrigou a fábrica da empresa norte-americana entre 2001 e 2021.

A linha de produção deve ocupar toda a área que pertenceu à Ford. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que participou do evento, afirmou que as conversas estão bem encaminhadas, mas falta definir o valor que será ressarcido à montadora americana. Calcula-se algo próximo a R$ 150 milhões.

Segundo Rodrigues, a empresa precisa receber a indenização por ter investido na região e nas instalações que serão repassadas à BYD.

O governo baiano não quer travar batalhas judiciais com a Ford, que mantém forte atuação no estado endash;há 1.500 engenheiros dedicados ao desenvolvimento de produtos globais.

A BYD já comercializa um modelo híbrido no Brasil, O SUV Song Plus. Mas embora possa rodar com gasolina e eletricidade, ainda não está pronto para ser abastecido com etanol.

A montadora também fará carros 100% elétricos na Bahia. Uma das possibilidades é a produção do compacto Dolphin, que custa R$ 149,8 mil e já é um dos carros elétricos mais vendidos do Brasil.

Outra opção é fabricar na Bahia o hatch Seagull, recém-lançado na China. Trata-se de um modelo ainda menor e mais barato: quando chegar ao Brasil, seu preço inicial deverá ser inferior a R$ 100 mil. As vendas como importado terão início no ano que vem.

A princípio, a BYD vai investir R$ 3 bilhões em Camaçari. A expectativa é de geração de 5.000 empregos diretos, sendo mil deles já na primeira fase de operação, prevista para o quarto trimestre de 2024.

O complexo será composto por três fábricas. Uma será dedicada à produção de automóveis, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades.

Para o governador da Bahia, a preocupação no momento é a manutenção de benefícios fiscais para produção no Nordeste. O tema gerou uma guerra fiscal entre o grupo Stellantis, principal beneficiado hoje, e empresas como GM, Toyota e Volkswagen.

O encerramento do pacote de incentivos está previsto para 2025, mas há a ideia de se estender até 2032 por meio da inclusão do projeto na reforma tributária.

Jerônimo Rodrigues confirmou que articulações políticas vêm sendo feitas na busca de prorrogar o programa. "Pelo menos para que, se não for até 2032, tenhamos um fôlego para quem venha investir", disse o governador.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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