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As ações da Petrobras desabaram nesta segunda-feira (5), após a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados), incluindo Arábia Saudita e Rússia, anunciar um segundo aumento mensal consecutivo de produção de petróleo. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da estatal fecharam o dia em queda de 3,73%, sendo vendidos a R$ 29,66, mínima desde julho de 2023.

Como o petróleo nas últimas semanas já está sendo vendido a preços bem abaixo dos valores históricos, um aumento da produção deve jogar o preço ainda mais para baixo, o que pode afetar lucros e dividendos das petrolíferas, inclusive da Petrobras.

Nos últimos cinco anos, o preço médio do petróleo tipo brent foi de US$ 75 emdash;nesta segunda, ele era comercializado a US$ 60,30. As razões passam pela desaceleração das economias chinesa e americana e as incertezas econômicas geradas pelas tarifas de Donald Trump.

"Com a queda do preço do barril do petróleo, a ação vai cair, mas precisamos lembrar que em 2024 a ação da Petrobras bateu recorde, então mesmo recuando ela ainda tem um valor relativamente alto em termos históricos", diz Eric Gil Dantas, economista do Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais).

"Justamente porque o preço do barril de petróleo se manteve elevado e a Petrobras vem aumentando sua produção, além de manter uma distribuição de dividendos benéfica para o acionista", acrescenta.

Segundo Dantas, a queda do valor das ações não tira a atratividade dos papéis da petroleira, a maior pagadora de dividendos do Brasil. Por outro lado, com a queda do preço do barril, os royalties pagos às cidades petroleiras também devem diminuir.

Raphael Portela, analista da Wood Mackenzie, concorda. "A Petrobras ainda tem uma carteira de projetos bem vantajosa, pelo menos até o final dessa década, inclusive com campos no pré-sal com uma economicidade bem forte", diz.

O impacto do preço baixo na contas da Petrobras também é significativo, porque a estatal exporta parte considerável de sua produção. "Então, com o preço do petróleo caindo, a receita da Petrobras vai cair", afirma Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Nesta segunda, o BTG Pactual divulgou um relatório apontando que cada aumento incremental de 1 milhão de barris por dia na produção da Opec+ adiciona aproximadamente um risco de US$ 3 a US$ 5 por barril. "Essa configuração reforça nossa visão de que o petróleo pode ter dificuldades para sustentar níveis significativamente acima de US$ 70/barril no curto prazo", pontua o banco.

Ainda assim, o BTG estima que o preço do petróleo tipo brent deve voltar a atingir US$ 70 em médio prazo.

A queda das ações da Petrobras acontece no mesmo dia em que a empresa reduziu o preço médio de venda de diesel para as distribuidoras em 4,7%, para R$ 3,27 por litro. É o menor patamar nominal (sem considerar a inflação) desde agosto de 2023. A redução de R$ 0,16 por litro é o terceiro corte do combustível fóssil desde o início de abril.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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