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No momento em que grandes montadoras anunciam a suspensão de sua produção, alegando queda ou estagnação de vendas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o governo vai aumentar de R$ 500 milhões para R$ 800 milhões o crédito para bancar o desconto no preço de carros de passeio com valor de até R$ 120 mil.

Em vigor desde o começo do mês, o programa inicial do governo havia reservado um total de R$ 1,5 bilhão para todos os tipos de veículos, incluindo caminhões e ônibus. Agora, esse valor subirá para R$ 1,8 bilhão.

Para compensar R$ 200 milhões da fatia extra de R$ 300 milhões, o governo vai promover uma nova rodada de reoneração do preço do diesel a partir de outubro, de R$ 0,03. Quando divulgou a medida no início do mês, o Executivo já havia anunciado que, em 90 dias, o combustível seria reonerado em R$ 0,11 endash; dos R$ 0,35 que seriam aplicados só a partir do próximo ano. Portanto, com a decisão de ampliar o crédito disponível, o patamar ficará em R$ 0,14 a partir de outubro. Já os outros R$ 100 milhões usarão uma sobra da primeira compensação.

eldquo;O presidente Lula resolveu atender a fila que se formou até ontem (terça-feira). Tem R$ 100 milhões que já estão na medida provisória que está no Congresso. Naquela reoneração de R$ 0,11, já havia uma sobra de R$ 100 milhões. Mantendo o que falei desde o início, que seria um programa de menos de R$ 2 bilhõeserdquo;, disse Haddad a jornalistas, confirmando também que uma nova medida provisória será editada endash; eldquo;ou amanhã (hoje) ou depoiserdquo;.

O ministro alega que os consumidores não vão sentir o impacto da reoneração extra na bomba de combustível em razão da queda adicional do dólar desde que a medida foi anunciada, além da queda registrada nos preços do petróleo. eldquo;Estamos sem preocupações em relação a isso, não tem impacto para o consumidorerdquo;, disse ele, acrescentando que as notícias de suspensão da produção de veículos coincidiram com uma demanda que já estava no radar do governo.

PARALISAÇÕES.

A nova injeção de recursos no programa ocorreu ao mesmo tempo em que montadoras anunciaram paralisação da produção.

A Volks disse que vai parar as linhas de suas três fábricas de automóveis alegando estagnação do mercado. Segundo a montadora, a fábrica de São José dos Pinhais (PR), por exemplo, onde é produzido o modelo T-Cross, já está com um turno com suspensão temporária de contratos de trabalho desde o dia 5, com duração prevista de dois a cinco meses. O outro turno parou as atividades na segunda-feira passada, e só retorna no dia 3, mas os funcionários terão o período de paralisação descontado do banco de horas.

Já a General Motors pretende suspender o contrato de 1,2 mil trabalhadores em São José dos Campos (SP) por dez dias a partir de segunda-feira. A unidade produz a S10 e a Trailblazer, além de componentes.

No início do mês, a Hyundai interrompeu a produção do HB20 em Piracicaba (SP) por três dias. A Renault também suspendeu a produção em São José dos Pinhais por uma semana neste mês, apesar de o preço da versão de entrada do compacto Kwid (um dos modelos produzidos na fábrica) ter caído para R$ 58.990 depois do desconto de R$ 10 mil anunciado após as medidas do governo. ebull;

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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