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A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do governo de São Paulo lançou, em 19 de maio, a estruturação do Plano Estadual de Energia 2050 (PEE), com diretrizes para o incentivo a projetos de transição energética e à redução de emissões de gases de efeito estufa no estado.

A iniciativa conta, também, com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), que delegou à InvestSP endash;agência de promoção de investimentos do estado endash;, a identificação dos projetos. No total, serão 21, somando R$ 16,8 bilhões em investimentos privados.

Entre os projetos, pelo menos dez já entraram em fase de implementação. E quatro estão ligados à produção de etanol e açúcar.

Um deles, da Alcoeste Bioenergia, vai ampliar a produção de etanol em Fernandópolis. Já a Raízen vai construir duas unidades de geração de bioetanol para expandir suas plantas em Morro Agudo e Andradina. Por sua vez, a unidade Cruz Alta da Tereos vai inaugurar uma usina de biogás e ampliar a planta de cogeração de energia a partir do bagaço de cana, em Olímpia.

Há ainda outros dois projetos ligados à geração de energia. A Sun Mobi vai construir uma usina fotovoltaica com energia solar em Taubaté e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia vai modernizar três pontes rolantes do Complexo Henry Borden, voltado à produção de energia elétrica em Cubatão.

Estes projetos já em andamento somam R$ 4,8 bilhões e contemplam dez cidades de oito regiões administrativas: Araçatuba, Barretos, Campinas, Franca, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. Seis deles são da área de infraestrutura, três da indústria e um de material de construção.

Segundo o governo do estado, as iniciativas visam resolver problemas dos setores identificados com altos índices de emissão de gases de efeito estufa. Em São Paulo, de acordo com o último levantamento do Plano de Ação Climática (PAC) divulgado em dezembro de 2022, eles são: transportes, energia e resíduos.

O estado ainda afirma que tem o compromisso de alcançar, até 2050, a meta de carbono líquido zero. Isso significa que todas as emissões de gases de efeito estufa que ocorram no estado devem ser integralmente compensadas por processos que removam CO2 da atmosfera.

eldquo;São Paulo quer ser líder no processo de transição energética. Temos um grande potencial do estado no etanol, que é a ponte para termos veículos movidos a partir de hidrogênio e que vão ser muito viáveis na questão de carga. Será uma revolução no transporte brasileiro, a tecnologia está aí e, com uma dose de incentivo, vamos ter usinas de etanol produzindo também o hidrogênio verde. Vamos fechando as pontas da economia circularerdquo;, afirma o governador Tarcísio de Freitas.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) definiu a transição energética e a descarbonização da economia, ou seja, a substituição de fontes de emissão de gás carbônico, como trilhas de desenvolvimento prioritárias para o estado.

eldquo;São Paulo tem total condições de ser protagonista na transição energética. Temos aqui um enorme potencial que nos possibilita avançarmos no etanol, hidrogênio verde e economia circular. Esses investimentos que estamos trazendo serão fundamentais para cumprir essa forte premissa do governador Tarcísio de Freitaserdquo;, afirma o secretário Jorge Lima.

Carros elétricos e híbridos

Entre os projetos também há exemplos ligados à produção de carros que utilizam motores híbridos como alternativa sustentável à gasolina.

A fabricante de veículos Great Wall Motors (GWM), que já havia anunciado o investimento de R$ 10 bilhões em uma fábrica em Iracemápolis, assinou, neste ano, um termo de engajamento para estudar, com o governo do estado, o desenvolvimento de uma rota logística para veículos movidos a hidrogênio e a identificação de parceiros para geração do combustível de baixo carbono a partir de fontes renováveis.

Por sua vez, a Toyota tem dois projetos que somam R$ 1,6 bilhão para instalar duas linhas de produção de veículos em suas fábricas de Porto Feliz e Sorocaba. A primeira é de um veículo que combina um motor bicombustível (gasolina e etanol) com outro elétrico, cuja bateria é autocarregada.

Já a segunda iniciativa envolve a produção de motores com essas duas tecnologias. A medida ajuda a aumentar a frota de veículos eletrificados no estado, que já detém 30% da frota de carros elétricos do país (33,5%).

Hidrogênio verde

No estado, a geração de hidrogênio verde tem potencial para ser feira feita por meio da reforma do etanol. Além de poder ser usado como combustível em substituição a fontes poluentes como gasolina e diesel, o hidrogênio verde também pode ser usado como um insumo na fabricação de produtos. Ele está presente, por exemplo, no processo de produção da amônia verde, usada na fabricação de fertilizantes.

Segundo a diretora de projetos de investimentos da InvestSP, Marília Garcez, a ideia principal, seguindo as diretrizes da SDE, é a descarbonização de todo o processo produtivo industrial do estado. eldquo;Alguns estudos apontam que a produção do hidrogênio pelo etanol captura CO2 da atmosfera, ao invés de contribuir para o efeito estufaerdquo;, afirma.

As apostas para uma economia limpa também passam pelo incentivo ao biometano (gás produzido a partir de materiais biológicos), biomassa (qualquer material orgânico de origem biológica que pode ser utilizado como combustível), etanol de segunda geração (também produzido a partir de resíduos) e outras alternativas verdes para abastecer as cadeias de energia, gás, transportes e indústria.

eldquo;O governo mira a possibilidade de inserção dos produtos verdes nas cadeias globais de suprimento, então o nosso o nosso olhar é muito mais para o produto de valor agregado do que simplesmente para mais uma fonte de energiaerdquo;, contextualiza Garcez.

Fonte/Veículo: NovaCana

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