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Após a mudança em sua política de preços dos combustíveis, a Petrobras passou a observar uma faixa de valores que avalia, na parte de baixo, o custo de produção e a oportunidade de venda dos produtos, à paridade internacional de importação, na parte de cima.

Assim, a empresa continua acompanhando as cotações internacionais, mas não mais mirando o valor do produto importado, como o PPI (preço de paridade de importação) estabelecia desde sua implantação, em 2016.

A Petrobras defende que, além de não repassar ao consumidor custos relacionados à importação dos produtos, a nova estratégia comercial lhe dá maior flexibilidade para competir pelo mercado, tanto com importadores e refinarias privadas, quanto com combustíveis concorrentes, como o etanol.

A linha de baixo da faixa de preços, que a empresa chama de custo marginal, é definida por meio de indicadores que consideram os custos e a capacidade de produção das refinarias, a demanda pelos produtos e sua competitividade frente a concorrentes e outros combustíveis.

Esse valor é estabelecido por um modelo matemático que a companhia usa há anos, mas não vinha sendo base para a prática de preços nos tempos do PPI.

Na linha de cima da faixa de preços está o próprio PPI, que é o valor de referência para o custo dos produtos importados emdash;o país hoje importa cerca de 10% de seu consumo de gasolina e um quarto do consumo de diesel.

Segundo essa estratégia, nos períodos de demanda mais aquecida e maior necessidade de importação, os preços dos combustíveis tendem a se aproximar do PPI. Do contrário, com demanda menor ou maior competição pelo mercado, tendem a convergir para o custo de oportunidade.

Em defesa contra críticas sobre falta de transparência, a nova gestão da empresa tem alegado que mercados privados não divulgam suas fórmulas de preços e que hoje a Petrobras não é mais a única fornecedora dos produtos.

A Petrobras não estabeleceu uma periodicidade para os reajustes e mantém a publicação de preços únicos por ponto de entrega (refinarias, bases de distribuição ou portos), obrigação que tem com órgãos reguladores diante do elevado poder de mercado.

Mas a tendência, com a nova estratégia comercial, é que pontos de entrega com maior competição, como a região Sudeste, tenham preços mais atrativos. Já aqueles com menor acesso a produtos de terceiros, como o Centro-Oeste, tendem a ter preços maiores.

Os reajustes continuam sendo definidos por um grupo formado pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, e pelos diretores responsáveis pela área financeira, Sergio Caetano Leite, e pela área de venda dos produtos, Claudio Schlosser.

Também como no modelo anterior, as decisões não precisam passar pelo conselho de administração, que tem atribuição de avaliar a política em um prazo mais longo.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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