Defasagem de preços sobe, mas Petrobras segura reajuste de combustível
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A Petrobras anunciou nesta terça-feira, 16, que vai substituir a atual política de reajuste de preços dos combustíveis - a paridade de preço internacional (PPI) -, criada no governo de Michel Temer e que leva em consideração basicamente as cotações do petróleo no mercado internacional, por um novo sistema, que leva em conta também o mercado local.
O fato relevante divulgado pela Petrobras ao mercado na manhã desta terça-feira não traz detalhes de como será o funcionamento da nova política. Diz apenas que a nova estratégia usa referências de mercado como o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras.
Segundo a estatal, o custo alternativo do cliente eldquo;contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutoserdquo;. Já o valor marginal para a Petrobras é baseado eldquo;no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refinoerdquo;.
Na semana passada, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já havia anunciado oficialmente que haveria uma mudança no modelo de preços. eldquo;O critério (dos preços) vai ser de estabilidade versus volatilidade Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste, como em 2006 e 2007, mas também não precisamos voltar à maratona de 118 reajuste no ano em um único combustível somente em 2017, o que levou a greve dos caminhoneiroserdquo;, disse.
No fato relevante, a Petrobras diz que eldquo;os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbioerdquo;. Além disso, as decisões relativas à estratégia comercial continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente da companhia, o diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
A empresa diz ainda que a estratégia comercial está alinhada com a Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno aprovada pelo Conselho de Administração em 27 de julho de 2022, e tem como premissa eldquo;preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clienteserdquo;.
O fato relevante ainda afirma que a precificação competitiva mantém um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico, sob a premissa de manutenção da sustentabilidade financeira da companhia. eldquo;A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercadoerdquo;, completa a petroleira.
Abdicação de vantagens
Segundo disse Prates na semana passada, a Petrobras iria continuar a seguir a referência internacional dos preços do petróleo e derivados e a competitividade interna dos mercados regionais. E, sempre que a companhia puder aguardar para responder a uma instabilidade ocasional no mercado internacional, vai fazê-lo em benefício da estabilidade para o cliente.
Ele disse que outro critério a nortear a nova política de preços seria a relação atratividade x abdicação de vantagens. Segundo o executivo, a prática do preço de paridade de importação (PPI) levava a uma eldquo;abdicação absolutaerdquo; eldquo;das vantagens nacionais, de ter uma refinaria ao lado do consumidor, do meu cliente principal, de ter estrutura de escoamento e transporte próprias, de ter fonte de petróleo e capacidade de refino nacionaiserdquo;.
Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo
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