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No Brasil há 110 anos, a Shell prevê que a última gota de petróleo extraída pela empresa no mundo deve vir do País, onde ainda pretende completar a transição energética para fontes renováveis. Para tanto, o presidente da companhia no Brasil, Cristiano Pinto da Costa, diz que o Brasil precisa acelerar as licenças para investimentos em petróleo e gás e correr com o marco regulatório da energia eólica offshore (em alto-mar), sob risco de o capital que poderia ser investido no Brasil ir para outros países onde a empresa atua.
eldquo;O Brasil é hoje para a companhia um país prioritárioerdquo;, afirmou Costa ao Estadão. Engenheiro químico de formação, o executivo está há 25 anos na petroleira e atuou na sede, em Londres, e em praças como Haia e Houston, antes de voltar ao Brasil, em 2018.
eldquo;A Shell continua a ter muito investimento nos campos onde atua (no Brasil), além de novas unidades de produção. O EeP (exploração e produção) ainda é e vai continuar a ser o carro-chefe da companhia no Brasil, mas damos passos concretos para abrir novas frentes de negócio, em linha com a estratégia do grupo de já se preparar para a transição energéticaerdquo;, disse Costa, que assumiu a direção da empresa em agosto de 2022.
Atualmente, a Shell tem 17 navios-plataforma ativos, outros três já contratados e mais três planejados para serem incorporados no futuro. eldquo;Visualizamos mais de 20 unidades de produção até o fim da décadaerdquo;, afirmou o presidente da Shell no Brasil.
eldquo;Os barris do Brasil serão os últimos a serem produzidos no contexto da transição energética porque a produtividade do pré-sal é muito alta. (...) Os barris de petróleo em águas profundas no Brasil vão ser os mais competitivos, portanto, os mais resilientes no longo prazo. Outras fontes de produção de óleo e gás vão fechar antes (da nossa) que vai ser uma das últimaserdquo;, afirmou.
EÓLICA OFFSHORE. O executivo disse que a companhia tem por estratégia fechar parcerias para dividir riscos, e não será diferente se houver decisão pela entrada na geração de energia eólica offshore. Um exemplo é o memorando de entendimento assinado com a Eletrobras, no fim do ano passado, para avaliar oportunidades no setor.
Na avaliação do executivo, os projetos só devem sair do papel no fim desta década se o marco regulatório que tramita na Câmara for atrativo para os investimentos previstos pela empresa. A Shell já protocolou no Ibama projetos de eólica offshore para as costas de seis Estados brasileiros, com capacidade instalada prevista de 17 gigawatts (GW).
eldquo;Se o Brasil conseguir nos próximos 12 a 18 meses a validação do marco regulatório (de eólica offshore) e publicar o primeiro leilão de áreas para a exploração, não estaremos atrasados (com relação ao mundo). Mas isso é uma corrida. Quanto mais tempo o Brasil demorar a avançar com o marco regulatório, quanto menos competitivo esse marco regulatório for, mais o dinheiro vai para outros lugareserdquo;, disse Costa.
INVESTIMENTOS. Presente em todos os leilões no Brasil desde 1999, quando começaram as licitações de exploração de petróleo e gás no setor, quebrando o monopólio de décadas da Petrobras, a Shell é hoje a maior produtora de petróleo privada no Brasil, com média de 400 mil barris diários. O recorde, de 448 mil barris em um dia, ocorreu em 9 de outubro do ano passado, com tendência de crescimento.
A lista de 32 países onde a Shell produz petróleo atualmente será reduzida para nove, e o Brasil está entre os escolhidos. Também estão na lista Brunei, Estados Unidos, México, Reino Unido, Nigéria, Casaquistão, Omã e Malásia. Com isso, os investimentos locais também devem subir, afirmou Costa. eldquo;Quando tem uma concentração do número de países, o porcentual por país tem alta. Então, proporcionalmente, é capaz de que isso aconteçaerdquo;, disse.
O executivo afirmou que, quanto maior a produtividade de um campo, mais baixa a intensidade de carbono gerado por barril comparado a outros países, o que ajuda a prolongar a vida da produção no Brasil. ebull;
Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo
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