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A trégua de Luiz Inácio Lula da Silva com "o mercado" durou pouco. Nesta quinta-feira, o presidente voltou ao palanque.
No entanto, os discursos lulianos já "estão no preço", por assim dizer. Isto é, os indicadores da finança passaram a reagir pouco ao palavrório. As condições financeiras (juros, dólar etc.) continuam em níveis muito piores do que os do início de novembro, em nível de arrocho, porém. Mas pararam de piorar.
Afora acidentes, como um transtorno na economia mundial, ou queda inesperada da inflação, as condições financeiras domésticas agora devem mudar de modo decisivo quando houver notícias da vida real. Ou seja, quando o governo apresentar medidas de impacto prático, boas ou ruins, ou a depender do comportamento do Congresso.
Na quinta-feira, Lula voltou a espezinhar os donos do dinheiro, seus porta-vozes e operadores. Tudo bem, em parte. Tem razão quando os chama de bolsonaristas. Foi no PFL (Partido da Faria Lima) que houve a primeira onda de normalização do capitão das trevas, ainda em 2017.
Durante o pior da epidemia ou até o 7 de Setembro golpista de 2021, o adesismo, o colaboracionismo e a cumplicidade na elite econômica eram comuns. Entre os mais bem informados e sensatos, a ficha porém começara a cair um tanto antes. Era claro o estrago que Jair Bolsonaro fazia, também causando aversão aos donos do dinheiro do mundo rico.
A avacalhação do teto de gastos, logo depois do Dia da Pátria Golpista, azedou o caldo de vez. No palanque da quinta-feira, Lula disse que "o mercado" não se queixava "da quantidade de coisas que desrespeitavam a responsabilidade fiscal e o teto de gastos".
Não é verdade. No trimestre final de 2021, começaram a subir as taxas de juros na praça. Notava-se enfim que a inflação estava meio desembestada. Pouco depois, os juros deram saltos grandes, ainda maiores que os de agora: era a avacalhação do teto de gastos.
Esse tipo de conversa ("ah, o mercado não ficava nervoso com Bolsonaro"), típica de rede social, não cola em ninguém com conhecimento mínimo da coisa (Lula não tem assessor para explicar o básico?). Por outro lado, por si só não tem potencial de causar estrago maior.
Mas dizer que é fácil reduzir preços de combustíveis já preocupa mais. Pode sugerir medidas equivocadas.
Como disse outra vez Lula nesta quinta, se o Brasil produzir mais combustíveis, o problema da "dolarização" acaba. Bastaria construir mais refinarias e ser autossuficiente, o que não se faz por falta de vontade política, ou um clichê assim.
O Brasil é autossuficiente em carnes e soja, por exemplo. O preço desses produtos também é "dolarizado" endash;depende do preço mundial. Houve inflação horrível de comida na epidemia, mas as classes falantes mais poderosas tratavam mais de diesel e gasolina.
O que fazer a respeito da comida dolarizada? Criar uma Vacabrás, nomear uma diretoria de amigos do partido e meter a mão nos preços do acém? Fundar a Brasóleo, para controlar o ainda caríssimo óleo de soja?
Lula tem agora a vida real pela frente. A direita extrema ou negocista domina o Congresso. Até prova em contrário ou a depender de dinheiro e cargos, defende as reformas liberais de 2016-22.
Em março, terá de apresentar um plano para gasto e dívida. Em abril, diretrizes do Orçamento de 2024. Terá de descobrir como cumprir promessas tais como isentar o IR de quem ganha até R$ 5 mil (inviável), arrumar dinheiro para subsidiar o Minha Casa Minha Vida (necessário), dar aumento a servidores, elevar impostos (a fim de pegar menos dinheiro emprestado "do mercado" a juros indecentes).
A depender do que fizer, pode reverter o estrago que causou até aqui. Ou entornar o caldo.
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
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