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A equipe de administração judicial do processo de recuperação da Americanas verificou que a dívida total do grupo é de R$ 47,9 bilhões. Como parte do pedido de recuperação, apresentado em janeiro, o grupo havia citado o valor de R$ 41,2 bilhões.

A diferença, de R$ 6,6 bilhões, foi aferida pela equipe, que fez um pente fino na lista de dívidas e credores apresentada pelo próprio grupo Americanas.

A informação sobre a discrepância foi enviada via petição, nesta quarta (1º), à 4ª Vara Empresarial da cidade do Rio de Janeiro, que acompanha a recuperação judicial da empresa.

Em resposta ao questionamento, o grupo Americanas disse que os R$ 6,6 bilhões a mais se devem ao valor total de debêntures nas quais a Americanas S.A é devedora das empresas JSM Global e B2W Digital Lux, que integram o grupo Americanas e também estão sob recuperação judicial.

"As debêntures foram emitidas intragrupo apenas para criar um canal de transferência de recursos da Americanas S/A para as recuperandas estrangeiras, visando ao pagamento dos Bonds (as debêntures "espelham" os bonds). Ao considerar o endividamento consolidado das recuperandas, esse valor deve ser expurgado, sob pena de duplicidade. Há apenas uma dívida, decorrente da emissão dos bonds, e um
canal intragrupo para remessa de recursos para o pagamento daquela dívida", disse o grupo Americanas", justificou o grupo, de acordo com a petição.

A equipe de administração judicial pediu à Justiça que forneça uma lista completa de processos relacionados à dívidas que envolvam o grupo Americanas, tanto na esfera civil quanto trabalhista.

A administração judicial, formada pelo escritórios Zveiter e Preserva Ação, também enviou ofícios à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ao Conselho Federal de Contabilidade e a outras entidades para marcar reuniões de apresentação sobre a situação da Americanas.

"É estarrecedor como a cada momento o rombo é aprofundado e os valores envolvidos aumentam. De R$ 20 bilhões, passou-se para R$ 43 bilhões quando do pedido de recuperação, e, agora, o administrador judicial destaca o valor de R$ 48 bilhões", disse Gabriel de Britto Silva, diretor jurídico do Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania), que entrou na Justiça pedindo compensação aos investidores das Americanas.

"Os valores envolvidos mostram-se sem precedentes e dificilmente se mostrará viável um desfecho exitoso para a recuperação judicial", considera o advogado.

Fonte/Veículo: Folha de S.Paulo

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