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O ataque à democracia ocorrido no domingo, 8, terá impactos na economia. Para especialistas, o novo governo Lula terá sua atenção desviada para a reorganização do País, enquanto poderia focar em soluções para os entraves econômicos.

eldquo;O governo assumiu com problemas econômicos complicados. Tinha de gastar seu tempo para resolver essas dificuldades, mas agora vai gastar uma energia enorme para repacificar o País. É evidente que isso atrasa a economiaerdquo;, diz Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central.

eldquo;Em vez de discutir o problema fiscal e fazer políticas públicas que redistribuam renda, o governo vai ter de gastar tempo para encontrar recursos para arrumar computador que foi quebrado e trocar vidroserdquo;, acrescentou.

Pastore destacou que instituições íntegras são essenciais para um país se desenvolver e ter também estabilidade de preço. eldquo;Isso (a tentativa de golpe) não se traduz em pontos porcentuais de subida de câmbio ou curva de juros. É algo muito mais profundo. Os países que se desenvolvem são os que têm instituições políticas e econômicas fortes e inclusivas, não os que têm instituições extrativistas e que geram instabilidade. O que assistimos foi um ataque inadmissível às nossas instituições.erdquo;

A economista-chefe da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, também aponta que o ataque à democracia deve atrasar o andamento da pauta econômica. Segundo ela, o agravante desse cenário é não saber quanto tempo será necessário para amenizar a situação em Brasília.

eldquo;As investigações que serão feitas podem ter desdobramentos que não conseguimos antecipar. Nosso receio é que esses desdobramentos façam o problema institucional levar mais tempo para ser resolvidoerdquo;, diz. Enquanto isso, acrescenta, a discussão para criar um novo arcabouço fiscal deve ser postergada.

Para ela, enquanto não houver uma definição sobre a nova regra fiscal, a incerteza continuará alta. Isso, por sua vez, deve deteriorar as condições financeiras e afetar negativamente a atividade econômica no curto prazo. A economista afirma ainda que o investidor, principalmente o estrangeiro, deve ficar mais cauteloso.

eldquo;Não vai haver uma debandada de investimento estrangeiro, mas ele não vai entrar nem sair do País enquanto aguarda uma definição fiscal e o desenrolar dessa questão institucional.erdquo;

Na visão do economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, no entanto, o fato de a tentativa de golpe ter fracassado deve dar força à frente ampla que apoia o governo. Por outro lado, ele diz que o ataque não muda o fato de o governo ainda não ter apresentado seu programa econômico, mas que as expectativas em relação a esse plano cresceram agora.

eldquo;O governo vai gastar mais tempo para se recompor. Algumas decisões relevantes vão ter de acontecer. Isso aumenta a ansiedade e a importância do anúncio e do programa que vai ser desenvolvido.erdquo;

De acordo com Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o ataque ocorrido ontem, porém, pode favorecer o novo governo Lula ao isolar a oposição extremista. A economista diz que, em um primeiro momento, o cenário de instabilidade pode atrapalhar a atração de investimentos, mas que isso não deve permanecer. eldquo;Não é uma crise política generalizada. O governo não fechou o Congresso, por exemplo.erdquo;

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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