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São vários os sinais do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula a Silva (PT), que indicam um crescimento das despesas nos próximos anos. Em discussão, a PEC da Transição abre a possibilidade de R$ 168 bilhões em gastos extras em 2023 e 2024 para acomodar as promessas da campanha eleitoral deste ano, como o Bolsa Família no valor de R$ 600.

A equipe econômica de Lula também não definiu qual âncora fiscal deve substituir o teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. Além disso, a indicação de Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não foi bem recebida. A preocupação dos investidores é com a volta do crédito subsidiado.

eldquo;Antes desse ruído fiscal, eu projetava uma Selic abaixo do consenso, indo a 10,5%erdquo;, afirma Marco Maciel, sócio e economista da Kairós Capital. eldquo;Agora, o Banco Central deve manter a Selic em 13,75% no ano que vem e ter algum espaço para reduzir a Selic no fim de 2024.erdquo;

Com todos esses riscos, o Brasil pode entrar num cenário já conhecido. O câmbio se desvaloriza, o que ajuda a alimentar a inflação e obriga o BC a ser mais duro para cumprir a meta de inflação de 2023, cujo centro é de 3,25%, podendo oscilar de 1,75% a 4,75%, e a de 2024, que tem como alvo central 3%, com limite inferior de 1,5% e superior de 4,5%.

Neste mês, um novo relatório divulgado pelos integrantes do grupo de macroeconomia da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) aumentou a previsão para a Selic ao fim de 2023 de 10,5% para 11,5%.

eldquo;Houve um certo otimismo com o corte de juros, que era a previsão de (Selic a) 10,5%, mas esse cenário também dependia de ter um arcabouço fiscal já definidoerdquo;, diz Fernando Honorato Barbosa, coordenador do grupo de macroeconomia da Anbima.

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem defendido o controle das contas públicas. Na terça-feira, em sua primeira entrevista coletiva, ele se comprometeu a buscar eldquo;obstinadamenteerdquo; o ajuste fiscal e a antecipar em 2023 o envio ao Congresso do projeto de criação de um novo arcabouço fiscal.

INDEPENDÊNCIA DO BC. O futuro governo Lula ainda vai enfrentar um cenário inédito, com a independência do Banco Central. Roberto Campos Neto, presidente da instituição, foi indicado pelo governo Jair Bolsonaro e deve seguir no cargo até 2024. Antes, todos os presidentes eleitos indicaram o nome para comandar o BC.

eldquo;O ideal seria a administração federal e o BC darem as mãos para o combate à inflaçãoerdquo;, diz José Júlio Senna, exdiretor da instituição. eldquo;O governo eleito é super preocupado com o lado social, que indiscutivelmente merece uma atenção especial no Brasil. Mas, especialmente, para quem tem essa preocupação, seria interessante olhar para a inflação, porque ela atinge mais as pessoas menos favorecidas.erdquo; ebull;

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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