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A Petrobras vai investir US$ 600 milhões em uma nova planta para o refino de biocombustível, seu primeiro investimento na produção de renováveis e que vai atender uma demanda reprimida do setor aéreo, responsável por 2% das emissões causadoras do aquecimento global, mas que recentemente se comprometeu a zerar seu impacto até 2050.

Enquanto por aqui a produção anida não começou, o consumo global por combustível sustentável de aviação (SAF) este ano será de 100 milhões de litros. A expectativa da IATA, a associação das empresas aéreas internacionais, é de que esse número salte para 5 bilhões de litros em 2025.

A planta da Petrobras está prevista para entrar em operação em 2027, mas não será a primeira. Em 2025 está prevista a inauguração da planta da BrasilBioFuels, que está investindo R$ 2 bilhões em parceria com a Vibra (ex-BR Distribuidora) para produzir combustível sustentável de aviação com óleo de palma em Manaus. A biorrefinaria terá capacidade para 500 milhões de litros/ano, repartida entre SAF e de diesel verde HVO (hidrotratamento de óleo vegetal).

A biorrefinaria da Petrobras terá capacidade de produzir 870 mil litros por ano, sendo 40% emdash; ou 6 mil barris por dia (bpd) emdash; de bioquerosene de aviação (BioQAV) e 4% de diesel 100% renovável. A planta será localizada na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão.

Em todo o mundo, mais de 30 países já definiram metas de compensação e redução de emissões domésticas a partir do uso de SAF. No início do ano, o Ministério das Minas e Energia colocou em discussão uma proposta para a redução de 1% das emissões de CO2 a partir de 2027, mas ainda não há metas aprovadas.

O compromisso global de zerar emissões até 2050, tendo como referência 85% das emissões de 2019, foi firmado em outubro pelos 193 países membros Organização Internacional de Aviação Civil (OACI), ligada à ONU. O acordo prevê que já a partir de 2027, as empresas aéreas que operam rotas internacionais sejam obrigadas a compensar emissões que estejam acima de 85% do que foi emitido em 2019.

No próximo dia 8, a Abear (associação das empresas aéreas brasileiras), a IATA e representantes das companhias aéreas que operam no Brasil vão se reunir para discutir a adoção no Brasil das metas aprovadas pela OACI.

As empresas defendem metas baseadas no percentual de mistura do combustível, uma vez que o impacto na redução de emissões varia com a origem da matéria-prima. A grande preocupação do setor é que o produto esteja disponível e a preços competitivos, uma vez que o combustível representa cerca de 40% dos custos do setor.

A produção de origem renovável quebra o monopólio da Petrobras no setor aéreo: hoje elas está sozinha no refino e na importação do produto de origem fóssil, que só este ano acumula alta de mais de 60%.

Dentre as empresas, a Latam estabeleceu a meta de ter pelo menos 5% de combustível renovável no seu abastecimento até 2030. A empresa pretende reduzir as emissões em 50% a partir de 2030, e zerar as emissões até 2050. A Gol está alinhada com a meta da OACI de zerar a emissão de carbono até 2050, enquanto a Azul pretende fazê-lo em 2045.

A planta da Petrobras integra um orçamento de US$ 4,4 bilhões para projetos de descarbonização anunciado ontem como parte do Plano Estratégico 2023- 2027, que prevê investimentos de US$ 78 bilhões.

Fonte/Veículo: O Globo

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