Sindiposto | Notícias

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 emdash;a conferência sobre mudança climática das Nações Unidasemdash; defendeu que o mapa do caminho para se afastar dos combustíveis fósseis deve ser debatido no evento, e que o Brasil deve ser protagonista neste debate, justamente por ser uma dos maiores produtores de petróleo do mundo.

"O Brasil é um país fóssil, não há dúvida disso, e de certa forma isso nos dá uma posição muito especial para falar sobre o tema. Mas também somos campeões em renováveis e na agricultura. Somos campeões em florestas. Queremos ser campeões em todas essas áreas. Portanto, acho que talvez seja o lugar certo para discutir isso", afirmou.

O embaixador repercutiu os discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Cúpula de Líderes que antecedeu a COP30.

O petista prometeu que o país irá criar um fundo para que os lucros do petróleo sejam usados para financiar a transição energética, e defendeu a elaboração de um mapa do caminho da transição para longe dos combustíveis fósseis.

O objetivo desse mapa é definir como, na prática, deve acontecer o "transitioning away" do petróleo, gás e carvão, com critérios e prazos para que isso seja realizado.

O termo, que costuma ser traduzido como "transição para longe", foi acordado entre os países na COP28, no que foi considerado um marco histórico. Porém, desde então, não se voltou mais ao tema, e na prática esse movimento estagnou.

Um dos obstáculos é justamente a resistência de países que tem sua economia baseada no petróleo.

Para o embaixador, é justamente o fato de o Brasil ser uma nação que explora os fósseis que lhe dá um lugar de destaque para desenhar este mapa.

"Agora, como nós faremos isso? Haverá consenso sobre como faremos isso? Esse é um dos grandes mistérios da COP30", completou o embaixador.

A CEO da COP30, Ana Toni, defendeu que o mapa do caminho é uma forma de aprofundar o debate do acordo feito na COP28 sobre o "transitioning away".

"Lembre-se da frase inteira [do acordo]: elsquo;transicionar de forma justa e ordenadaersquo;. O que significa exatamente elsquo;justa e ordenadaersquo;? Temos critérios para decidir o que isso é?", afirmou, sobre como deve acontecer a discussão.

Em outubro, menos de um mês antes da COP30, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) emitiu a licença para a Petrobras perfurar o bloco 59 da bacia de petróleo da Foz do Amazonas.

Na prática, a decisão pode abrir uma nova fronteira de exploração de fósseis no país, e foi criticada por ambientalistas.

À Folha, o presidente do Ibama afirmou que seria hipócrita esperar a COP30 terminar para emitir a licença, e diz que a decisão foi estritamente técnica.

A exploração de petróleo na Foz do Amazonas se tornou um dos principais embates do governo Lula.

A ideia é defendida por nomes como o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o próprio petista.

É criticada por organizações da sociedade civil e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que defende que, agora que foi liberada, essa exploração seja feita com uma rígida governança ambiental.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

Leia também:

article

Senado já tem proposta para alterar lei do Imposto de Renda sancionada nesta quarta

O Congresso Nacional discute alterações na nova legislação do Imposto de Renda sancionada nesta q [...]

article

Grupo Fit, da refinaria de Manguinhos, é alvo de operação por suspeita de sonegação

Nova operação que atinge o setor de combustíveis e instituições financeiras, nesta quinta-feira ( [...]

article

Megaoperação do governo de SP e do MP mira 190 suspeitos da Refit, acusada de sonegar R$ 26 bi

Uma megaoperação realizada na manhã desta quinta-feira, 27, cumpre mandados de busca e apreensão [...]

Como posso te ajudar?