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A dependência de combustíveis fósseis, os maiores produtores de gases de efeito estufa, que impulsionam as mudanças climáticas, está agravando os impactos à saúde em todo o mundo, segundo um relatório publicado na revista The Lancet. "Nosso relatório deste ano revela que estamos em um momento crítico. Vemos como as mudanças climáticas estão causando graves impactos à saúde em todo o mundo, enquanto a persistente dependência global de combustíveis fósseis agrava esses danos em meio a várias crises globais, mantendo as famílias vulneráveis a mercados voláteis de combustíveis fósseis, expostos à pobreza energética e níveis perigosos de ar poluição", disse, em comunicado, Marina Romanello, diretora executiva da Lancet Countdown, iniciativa de monitoramento da Universidad College London.

O sétimo relatório do grupo traz contribuições de 99 especialistas de 51 instituições, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O trabalho apresenta 43 indicadores que incluem métricas novas e aprimoradas sobre o impacto da temperatura extrema na insegurança alimentar, na poluição do ar doméstico e no alinhamento da indústria de combustíveis fósseis com um futuro saudável. "Com o mundo em turbulência, governos e empresas têm a oportunidade de colocar a saúde no centro de uma resposta alinhada a essas crises simultâneas e proporcionar um futuro saudável e seguro para todos", disse Romanello.

Os dados do relatório de 2022 sugerem que, em curto prazo, as mudanças climáticas estão afetando todos os pilares da segurança alimentar. O aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos ameaçam o rendimento das culturas, reduzindo diretamente o tempo de cultivo de alimentos como milho (9,3 dias), trigo (seis dias) e arroz (1,7). "O calor extremo foi associado a mais 98 milhões de pessoas relatando insegurança alimentar moderada a grave em 103 países em 2020, comparado a 2010. Em média, 29% a mais da área terrestre global foi afetada por seca extrema anualmente entre 2012 e 2021, do que entre 1951 e 1960, colocando as pessoas em risco de insegurança hídrica e alimentar", diz o artigo.

Além disso, a exposição ao calor extremo afeta diretamente a saúde, piorando condições como doenças cardiovasculares e respiratórias e provocando insolação, interferências adversas na gestação, piora dos padrões de sono, saúde mental precária e aumento da mortalidade relacionada a lesões. Também impacta indiretamente, limitando a capacidade das pessoas de trabalhar e se exercitar, lembram os autores.

Em comparação com o período de 1986 a 2005, crianças menores de 1 ano vivenciaram, coletivamente, 600 milhões de dias a mais de ondas de calor (4,4 dias a mais por criança) entre 2012 e 2021. As mortes relacionadas às altas temperaturas aumentaram 68% entre 2017 e 2021, em comparação com 2000 a 2004. Já a exposição humana a dias com risco muito alto de incêndio elevou em 61% dos países de 2001-2004 a 2018-2021.

Fonte/Veículo: Correio Braziliense

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