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A Colômbia não aceitou prorrogar o acordo automotivo com o Brasil, que venceu nesta terça-feira, 30, e isso vai afetar as exportações para o terceiro maior mercado de carros e veículos leves brasileiros no exterior.
Em 2024, o Brasil vendeu US$ 750 milhões em veículos leves e picapes para a Colômbia, um mercado que fica atrás apenas de Argentina e México. Com o acordo automotivo, firmado em 2017, o Brasil vendia ao país vizinho até 50 mil unidades por ano com tarifa zero. Agora, essas vendas serão taxadas em 16,1%.
Em setembro passado, a Colômbia informou o Brasil de que não tinha interesse em prorrogar o acordo, mas o governo brasileiro iniciou uma série de tratativas com o objetivo de contornar o problema.
Em agosto, durante a cúpula dos países amazônicos em Bogotá, Lula e o presidente colombiano, Gustavo Petro, chegaram a tratar do assunto. Desse encontro, saiu a informação de que o acordo poderia ser estendido por mais um ano até que os dois países chegassem a um consenso.
Na semana passada, porém, em reunião de equipes técnicas em Brasília, os representantes colombianos fizeram uma contraproposta considerada inaceitável pelo setor produtivo brasileiro: reduzir a cota para 20 mil veículos por ano, além de assumir o controle unilateral sobre como administrar a entrada desses veículos.
A resposta pegou as equipes negociadoras brasileiras de surpresa, uma vez que o intuito do Ministério de Desenvolvimento e Indústria (Mdic), chefiado por Geraldo Alckmin, e do Itamaraty era ganhar tempo e, nesse tempo, convencer a Colômbia a avançar para um tratado de livre-comércio emdash; no qual um conjunto mais amplo de mercadorias e serviços tem taxação zerada de ambos os lados.
A desconfiança do setor privado brasileiro é a de que a Colômbia está fechando a porta para o produto brasileiro e dará preferência a veículos chineses, coreanos e até americanos. O país já tem acordo de livre-comércio com Estados Unidos, Coreia do Sul e União Europeia.
Com a China, a Colômbia mantém um acordo de cooperação comercial. Todos esses países são grandes produtores de veículos e potenciais controladores de um mercado até aqui prioritariamente brasileiro.
A notícia é negativa ainda por deixar o Brasil ainda mais dependente das vendas para a Argentina, que já respondem por 60% das exportações de veículos do Brasil, em um momento de incerteza sobre o que acontecerá na economia do país vizinho com o plano de Javier Milei dando água.
Segundo o Mdic, neste ano o Brasil já vendeu para a Colômbia 38.385 veículos dentro da cota e, pelo tratado agora encerrado, poderá vender os 11.615 veículos que restam da cota até o final de 2026.
Questionado pelo Estadão sobre o fim do prazo de negociação, o Mdic disse que eldquo;o governo colombiano manifestou o interesse de descontinuar o Entendimento Automotivo Bilateral, firmado em 2017 e manteve está disposição ao longo do último ano e durante todas as negociaçõeserdquo;.
eldquo;O governo brasileiro manteve articulação com o setor privado brasileiro, realizou inúmeras reuniões bilaterais com o governo colombiano e apresentou propostas que viabilizassem um novo entendimento mutuamente benéfico, mas o desejo colombiano se manteve. Por isso, apesar dos esforços brasileiros até as vésperas do prazo final, não foi possível chegar a um novo acordoerdquo;, acrescentou.
Participantes das tentativas de acordo dizem que o governo de Gustavo Petro assumiu um tom de desconfiança e rejeição durante todo o processo de diálogo, rejeitando de antemão qualquer sinalização para avançar num tratado de livre-comércio.
Como gesto para abrir a negociação, o Brasil cogitou tratar do comércio de outros produtos, com o intuito de chegar a um acordo, mas a iniciativa não prosperou.
Divergentes dentro da esquerda
Apesar de Lula e Petro serem identificados como políticos da esquerda latino-americana, os dois presidentes não se entenderam novamente na cúpula dos países amazônicos, em agosto, sobre a exploração de combustíveis fósseis na região. Com o encerramento abrupto do acordo automotivo, após uma indicação de que poderia haver a extensão por um ano, trata-se da segunda divergência entre os dois países em dois meses.
Petro foi eleito em 2022, e seu mandato se encerra no ano que vem, sem possibilidade de reeleição. O colombiano vive uma fase de baixa popularidade em meio a atentados violentos como o que vitimou em julho o político Miguel Uribe Turbay, um potencial candidato a presidente em 2026.
Fonte/Veículo: Eixos
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