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Os ventos contrários econômicos ainda não corroeram significativamente a demanda mundial por petróleo, disseram os principais comerciantes de petróleo na Argus European Crude Conference, em Genebra, nesta terça-feira (4).

As previsões dos altos executivos das principais tradings de commodities indicam cenário de maior resiliência dos preços do petróleo após os temores da recessão terem feito o barril despencar cerca de um quarto nos últimos três meses, para cerca de 90 dólares.

"Todos os diferentes fatores sugerem que, sim, podemos estar caminhando em uma desaceleração, mas será mais curta e mais superficial do que as pessoas estão esperando", disse o economista-chefe da Trafigura, Saad Rahim.

A queda dos preços do petróleo e os meses de forte volatilidade assustaram o mercado, com os principais países consumidores ainda aproveitando estoques estratégicos para esfriar os preços enquanto os principais exportadores da aliança Opep+ podem ter uma visão oposta e cortar a produção esta semana.

Frederic Lasserre, chefe global de pesquisa e análise de mercado no Gunvor Group, disse que a demanda permaneceu estável, acrescentando que ele viu uma recessão curta e acentuada. "A demanda por petróleo, se você olhar para os dados mais recentes, ainda está indo bem. Estávamos esperando alguma destruição da demanda, que realmente não aconteceu. Alguns países tinham subsídios, mas ainda assim. Nós fomos surpreendidos", disse.

A Opep+, que inclui Arábia Saudita e Rússia, surpreendeu o mercado ao sugerir cortes de produção superiores a um milhão de barris por dia (bpd), disseram fontes do grupo, no que seria o maior corte de produção desde a pandemia.

A Arábia Saudita e outros membros da Opep+ disseram que procuram evitar a volatilidade em vez de atingir um preço específico do petróleo.

"Tal decisão seria difícil de justificar fundamentalmente, já que o mercado de petróleo sofre tudo menos um superávit", disse Norbert Rucker, chefe de economia da Julius Baer.

O Ocidente acusou a "[Rússia de usar a energia como arma]e#39;:https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/a-arma-energetica-da-russia-esta-perdendo-a-forca.shtml, já que a Europa sofre com uma grave crise de energia e pode enfrentar racionamento de gás e energia neste inverno, um golpe para sua indústria.

Oferta apertada

Enquanto a Opep+ se reúne em Viena para a sua primeira reunião presencial desde que a pandemia de Covid ocorreu em 2020, o ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse que manteria o mercado em suspense até quarta-feira, mas recusou fazer mais comentários.

Em uma conferência de energia em Londres, os principais executivos da indústria petrolífera disseram que o consumo de petróleo é resiliente e que o mercado global enfrenta restrições de oferta.

O presidente-executivo da Saudi Aramco, Amin Nasser, disse que o mercado de petróleo está desconsiderando a realidade de que a capacidade ociosa global para aumentar a produção de petróleo é muito baixa.

"(O mercado está) se concentrando no que acontecerá com a demanda se a recessão ocorrer em diferentes partes do mundo. Eles não estão se concentrando nos fundamentos da oferta", disse Nasser ao Energy Intelligence Forum.

O presidente-executivo da Shell, Ben van Beurden, falando na mesma conferência, disse que os preços atuais não se traduzem facilmente em uma mudança na alocação de capital, uma vez que pode levar décadas para que os projetos de petróleo e gás sejam produzidos e comecem a valer a pena.

A Opep+ já lutou para produzir nos níveis acordados devido ao subinvestimento e está bombeando mais 3 milhões de bpd abaixo de suas metas. (Reuters)

Fonte/Veículo: Folha de S. Paulo

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