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O preço da gasolina caiu mais 1,4% nos postos brasileiros nesta semana, informou nesta sexta-feira (30) a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Segundo a agência, o produto foi vendido, em média, a R$ 4,81, o menor valor desde junho de 2020.

Foi a 14ª semana consecutiva de queda, reflexo dos cortes de impostos federais e estaduais no fim de junho e de reduções promovidas pela Petrobras nos preços de venda por suas refinarias. Desde o fim de junho, a queda acumulada é de 35%.

O ritmo de queda vem desacelerando, já que a Petrobras não mexe nos preços de refinaria desde o início do mês e os efeitos do corte de impostos já chegaram às bombas. A cotação do etanol anidro, misturado à gasolina vendida nos postos, teve forte recuo no início do mês, ajudando a derrubar a gasolina.

A gasolina mais barata do país foi encontrada pela ANP em São Paulo, a R$ 4,15 por litro. A mais cara foi encontrada também em São Paulo, a R$ 6,99. Nesta semana, 21 estados brasileiros tiveram preço médio da gasolina abaixo de R$ 5. O menor deles é o Amapá, com R$ 4,49.

Já o preço do diesel caiu 2,23% nesta semana, ainda como reflexo de redução de 5,8% no preço de refinaria promovida pela Petrobras no último dia 20. Segundo a ANP, o litro do combustível saiu, em média, a R$ 6,56, o menor desde março, em valores corrigidos pela inflação.

Desde os cortes de impostos, a queda acumulada no preço do diesel é de 13,3%. O produto foi menos impactado pela medida porque já tinha impostos federais zerados e alíquota inferior ao teto estabelecido em lei na maior parte dos estados.

Segundo a ANP, o preço do etanol hidratado ficou em R$ 3,37 por litro nesta semana, queda de 1,2% em relação à semana anterior.

O botijão de gás, que havia subido após o último corte promovido pela Petrobras nas refinarias, finalmente teve repasses, ainda que pequeno. Nesta semana, o produto foi vendido a R$ 112,13 por litro, queda de 1% em relação ao registrado duas semanas atrás.

A ANP não havia divulgado o preço desse combustível na última semana, alegando fim do contrato com a empresa que faz a coleta dos dados. A nova empresa só iniciou os trabalhos nesta semana, mas adiantou à agência os dados da semana anterior sobre gasolina, diesel, etanol e GNV (Gás Natural Veicular).

A Petrobras vem anunciando cortes de preços quase semanalmente para gerar fatos positivos à campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta semana, porém, com a alta do dólar, não viu espaço para reduzir combustíveis mais populares.

Nos últimos dois dias, segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina e do diesel nas refinarias brasileiras está abaixo das cotações internacionais.

No início do pregão desta sexta, a gasolina estava com defasagem de R$ 0,02 por litro. No caso do diesel, a defasagem era de R$ 0,09 por litro. Os valores ainda são pequenos para justificar aumento de preços nas refinarias.

A estatal limitou-se, então, a anunciar queda de 0,83% no preço do querosene de aviação e de 10,5% no preço do asfalto, produtos que não tinham seus reajustes divulgados até o início da gestão de Caio Paes de Andrade no comando da companhia.

A estratégia de promover reajustes a conta-gotas é criticada pela oposição e dentro da própria Petrobras como uso político da empresa, que vem se alinhando mais ao governo na atual gestão, com a aceleração dos cortes de preços, enfraquecimento da governança e acomodação de aliados do Planalto em cargos.

Fonte/Veículo: Folha de S. Paulo

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