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A Shell Brasil está caminhando eldquo;a passos largoserdquo; na direção do mercado de energia renovável. A empresa vem estruturando ou estudando projetos de energia limpa no rastro da transição energética, como geração solar, eólicas offshore, hidrogênio verde e créditos de carbono endash; sem descuidar do segmento de óleo e gás, ainda a sua principal fonte de receita.

Em sua primeira aparição pública desde que assumiu o comando da empresa, em 1 de agosto, no lugar de André Araújo, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, reafirmou a meta de zerar emissões de gases de efeito estufa até 2050 e disse acreditar que as empresas que não estiverem conectadas com a agenda ESG e com a transição energética podem colocar o próprio negócio em risco.

eldquo;Qualquer companhia e qualquer CEO que não estiverem conectados com a agenda ESG e não trouxerem isso para as práticas do dia a dia podem colocar o negócio em risco nos próximos cinco ou dez anoserdquo;, afirmou Costa nesta terça-feira (23), em painel do Shell Talks, evento realizado em parceria com a Editora Globo.

Um dos negócios em curso fora da área de óleo e gás é o de energia solar fotovoltaica. Com portfólio entre 4 gigawatts (GW) e 5 GW em projetos, a Shell estuda replicar um modelo baseado na autoprodução de energia, em que grandes consumidores atuam como sócios investidores dos projetos. Segundo Costa, a Shell acredita muito no formato, de modo que possui outros projetos com arcabouço estrutural muito parecido emdash; mas que eldquo;ainda não estão maduroserdquo; para serem anunciados.

Em fevereiro, Shell e Gerdau anunciaram joint-venture para construção de um parque solar de 260 megawatts-pico (MWp) em Minas Gerais. No modelo desenhado, metade da energia fica destinada à siderúrgica e a outra metade será negociada no mercado livre pela comercializadora de gás e energia da Shell. A empresa ainda não formalizou o investimento, de acordo com o executivo.

eldquo;Acredito que esse modelo pode ser replicadoerdquo;, salientou. Outra vertente de interesse da companhia é o de eólicas offshore, modalidade que aproxima este tipo de geração renovável de uma plataforma de petróleo. A empresa protocolou pedidos de licenciamento ambiental para 17 gigawatts (GW) em eólicas offshore no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A companhia estuda ainda desenvolver a comercialização de créditos de carbono, após a aquisição, em fevereiro, de participação minoritária na startup de desenvolvimento de projetos de geração de créditos de carbono Carbonext. A empresa recebeu R$ 200 milhões em aportes da Shell como parte da estratégia de projetos baseados na natureza.

A Shell Brasil pretende ser responsável pela comercialização de créditos de carbono associados a 120 milhões de toneladas de CO2. Os negócios aconteceriam também por meio de sua comercializadora, reforçando o portfólio. Nessa linha, Costa afirmou que a empresa investe em termos globais, anualmente, cerca de US$ 8 bilhões em projetos de exploração e produção de óleo e gás e algo da ordem de US$ 2 bilhões em energias renováveis e que essa proporção deve se equilibrar nos próximos anos.

Mesmo com o enfoque em renováveis, a empresa ainda vê futuro para a exploração e produção de óleo e gás. Na avaliação do executivo, o país é competitivo no mercado global de petróleo, no qual passou a fazer parte desde a descoberta das reservas do pré-sal. Para Costa, o petróleo ainda será utilizado pelo mundo por mais algumas décadas e que a eldquo;última gota a ser produzida no mundo será do pré-sal, no Brasilerdquo;. A empresa está habilitada, por exemplo, a participar da oferta permanente de produção de petróleo no regime de partilha, cuja sessão pública será realizada em dezembro, e está analisando os onze campos colocados para negociação pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para ler esta notícia, clique aqui.


Fonte/Veículo: Valor Econômico

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