Sem acordo, Senado suspende votação de PLP sobre devedor contumaz
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O comércio de automóveis entre Brasil e Argentina deve crescer R$ 66,8 bilhões até 2040, devido a um acordo pelo qual os certificados técnicos para itens de segurança veicular emitidos aqui serão reconhecidos lá e vice-versa. A estimativa é da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
A redução da burocracia e de custos deve tornar o comércio mais dinâmico e estimular a expansão da capacidade das montadoras. Dessa forma, são esperados R$ 29,1 bilhões a mais em investimentos no mesmo período, calcula o governo.
eldquo;É como se estivéssemos fazendo um acordoerdquo;, comparou o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, em entrevista ao Valor. As certificações técnicas são barreiras ao comércio e sua eliminação faz crescer os volumes de exportações e importações. É um efeito semelhante ao visto após acordos comerciais.
Até agora, fabricantes de automóveis no Brasil precisavam obter sinal verde da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) sobre itens como sistema de freios e cintos de segurança, para comercializar carros aqui. Para vender na Argentina, precisavam obter certificados semelhantes do governo local.
O processo levava cerca de três meses e custava caro. Era necessário, por exemplo, repetir os eldquo;crash testserdquo;, aqueles testes de colisão com boneco dentro do veículo.
eldquo;Transformamos o que levava três meses em algo instantâneoerdquo;, disse o secretário. Para 80% dos itens de segurança, bastará o certificado de um dos países.
Neste primeiro momento, o Acordo de Reconhecimento Mútuo (ARM) entre Brasil e Argentina abarcará automóveis leves, de até oito passageiros, e caminhonetes. O plano é estendê-lo futuramente para ônibus e caminhões, além de autopeças.
Os padrões de segurança não são iguais no Brasil e na Argentina, mas ambos os países seguem normas internacionais. Por isso foi possível negociar o ARM.
No primeiro ano do acordo, o reconhecimento mútuo será aplicado apenas a modelos fabricados no Brasil ou na Argentina. No segundo ano, serão admitidos veículos importados, desde que trazidos por montadoras instaladas em um dos dois países. Apenas no terceiro ano serão admitidos todos os carros.
O comércio entre Brasil e Argentina somou US$ 23,8 bilhões em 2021. A parcela coberta pelo ARM, na sua versão atual, representa 20% desse total. Quando outros segmentos forem acrescentados, o acordo cobrirá 40% do comércio bilateral. As negociações do acordo começaram em 2018 e foram concluídas em julho passado.
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Fonte/Veículo: Valor Econômico
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