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Após vender dois de seus principais negócios e levantar cerca de R$ 8,5 bilhões, o grupo Ultra vai manter o foco em colocar a casa em ordem para então voltar a crescer. Cercada de expectativas, a chegada de Marcos Lutz ao comando da companhia é vista pelo mercado como o ponto de virada do conglomerado, que é dono da rede de postos Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo.
Para quem apostava, contudo, num movimento mais agressivo de expansão, Lutz avisa: por enquanto, os esforços estão concentrados em gestão e melhoria de processos. eldquo;O objetivo é terminar 2022 com melhor eficiência operacional do que no início do anoerdquo;, disse o presidente da companhia ao Valor, em sua primeira entrevista depois que assumiu o cargo.
Lutz voltou ao grupo no ano passado como acionista do bloco de controle da companhia e, em abril de 2021, foi eleito membro do conselho de administração do Ultra. Em 2023, deverá assumir a presidência do conselho de administração, posição que é ocupada por Pedro Wongtschowski.
Grupo levantou cerca de R$ 8,5 bilhões com a venda da Extrafarma, Oxiteno e 50% da fatia na ConectCar
Não está nos planos do conglomerado, por ora, movimentos robustos de fusões e aquisições (MeAs, na sigla em inglês). Isso não quer dizer, contudo, que o Ultra, que vendeu nos últimos meses suas divisões de varejo farmacêutico Extrafarma e a química Oxiteno, além da fatia de 50% da ConectCar, não está avaliando novas oportunidades de negócios.
O Valor apurou que há conversas do grupo para uma possível parceria com empresas de energia renovável por meio da Ultragaz. O conglomerado tem uma atuação ainda pequena nesse segmento com a venda de energia elétrica de varejo em dois Estados.
Lutz não quis comentar sobre possíveis movimentos de expansão por meio de aquisições. Segundo ele, o plano é voltar ao jogo dos MeAs mais à frente, com a confiança de que o balanço esteja robusto o suficiente para absorver potenciais transações.
O executivo afirmou que há espaço para a chegada de sócios nas operações atuais ou em novos negócios do Ultra, sem especificar se há negociações em andamento. eldquo;No futuro, vejo o grupo ter sócios em negócios que criem valor além do financeiro.erdquo;
Em sua avaliação, as três divisões de negócios do grupo - infraestrutura e logística (Ultracargo), energia (Ultragaz) e distribuição de combustíveis (Ipiranga) - ainda oferecem possibilidade de crescimento. Via Ultragaz, por exemplo, faria sentido entrar na comercialização de energia elétrica, beneficiando-se da robusta base de clientes da ddistribuidora de GLP.
Reavaliar as refinarias colocadas à venda pela Petrobras não está totalmente fora dos planos, mas antes de buscar grandes negócios, reconhece o executivo, há muito trabalho a ser feito internamente, sobretudo na Ipiranga. O Ultra esteve muito próximo de comprar a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), do Rio Grande do Sul. Lutz disse ainda que o Ultra chegou a avaliar os ativos da petroquímica Braskem, mas o retorno do capital empregado não empolgou.
Com performance irregular nos últimos anos, a distribuidora de combustíveis Ipiranga é o maior negócio do grupo, e também seu calcanhar de Aquiles. Estratégias inadequadas de suprimento e precificação no passado começaram a distanciar a Ipiranga de suas principais concorrentes, Vibra (antiga BR Distribuidora) e Raízen (Cosan e Shell), em termos de margens. A pandemia de covid-19, que derrubou a demanda de combustíveis, ampliou esse descolamento.
A trajetória de recuperação já começou e a visão do grupo é que essa diferença de rentabilidade será fechada até o fim do ano. Para analistas que acompanham o grupo, esse trabalho pode levar mais tempo e entrar em 2023.
O executivo também reconhece que é preciso lidar com a ansiedade natural dos investidores pela tão esperada guinada do grupo. eldquo;Há muitos questionamentos sobre qual oportunidade vai acontecer. Refinaria não é objeto de desejo, mas uma oportunidadeerdquo;, comentou.
eldquo;É preciso separar os acionistas em duas categorias: os que pensam mais a curto prazo (investidores de bolsa) e os de longo prazo (do bloco de controle)erdquo;, afirmou. Segundo ele, os acionistas do bloco de controle da companhia querem qualidade operacional, apoiam expansão inorgânica e têm um certo conservadorismo. Para ele, o fundo Pátria, que também é sócio da companhia e está no bloco de controle, está no meio do caminho. eldquo;Buscam eficiência operacional, mas (apoiam) projetos que criem valorerdquo;, afirmou. Para ler esta notícia, clique aqui.

Fonte/Veículo: Valor Econômico

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