Sem acordo, Senado suspende votação de PLP sobre devedor contumaz
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Uma semana depois de reduzir o preço do diesel pela primeira vez em 17 meses, a Petrobras voltou a anunciar ontem novo corte no combustível. A partir de hoje, a estatal passa a vender o diesel às distribuidoras nas refinarias ao preço médio de R$ 5,19 o litro, redução de R$ 0,22, o que corresponde a uma queda de 4,07%.
O anúncio foi feito ontem no fim da manhã no momento em que tinha lugar o ato pela democracia na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo. Embora especialistas vejam espaço para a queda no preço do diesel, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para politizar a decisão:
eldquo;Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do dieselerdquo;, escreveu no Twitter.
Fontes do setor afirmam que a redução no diesel foi possível graças à queda do dólar frente ao real e pelas cotações menores do petróleo no período recente. Ontem, porém, o petróleo tipo Brent, referência global, fechou em alta de 2,26%, a US$ 99,60 o barril.
Desde que o novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, assumiu a companhia, em junho, a estatal fez dois cortes nos preços da gasolina e dois no diesel, além de ter reduzido, nos reajustes mensais, os preços de venda do querosene de aviação (QAV), da gasolina de aviação (GAV) e do asfalto.
Fonte próxima da Petrobras diz não ser eldquo;coincidênciaerdquo; que a queda no diesel tenha sido anunciada no mesmo dia dos atos pela democracia, e afirma que a estatal pode passar a dar reajustes menores, mas mais frequentes.
Na visão de especialistas, a redução faz sentido no contexto de redução dos preços internacionais do petróleo. eldquo;Houve uma baixa no preço do petróleo que, combinada com a apreciação do real, deixou a empresa em situação favorável para reduzir os preços dos combustíveis nos últimos meseserdquo;, disse Rodrigo Boselli, sócio da 3R Investimentos.
Nos cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), na quarta-feira à noite, antes do reajuste, o preço do diesel vendido pela Petrobras estava R$ 0,60 acima do mercado internacional, em média, o que indicava potencial para um corte de 13%. No caso da gasolina, que teve o último reajuste em julho, a associação calcula que os preços estavam R$ 0,33 acima da paridade internacional, em média, com espaço para uma redução de 10%. eldquo;Sem dúvida foram reduções próximas, mas o mercado deu uma estabilizada e a Petrobras ainda está deixando espaço para uma recuperação do preço, então acho que é uma atitude bastante coerente com a política de preçoserdquo;, disse o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.
Ele reforçou a importância de a estatal manter preços próximos ao mercado internacional também em momentos de alta. eldquo;Esperamos que os reajustes acompanhem a variação do preço internacional e que esse tipo de comportamento também seja aplicado quando exista uma
elevação da cotação. Isso não ocorreu nos últimos meses, quando chegamos a ficar mais de 60 dias sem reajustes e se observou uma defasagem elevada nos preços da Petrobraserdquo;, afirmou.
A XP Investimentos calcula que o novo preço do diesel da Petrobras ainda está 10,5% acima do mercado internacional. Segundo o chefe de óleo, gás e materiais básicos da XP, André Vidal, a Petrobras ficou muito tempo com preços abaixo da paridade, quando os preços internacionais estavam subindo. eldquo;Então, é natural e justo que também fique um tempo acima, no momento reverso, quando estão caindoerdquo;, disse. O Itaú BBA destacou em relatório que houve uma queda na comparação semanal nos preços internacionais do diesel, mas que o preço de paridade internacional voltou a subir nos últimos dois dias, o que indica que o cenário para os preços de combustíveis é volátil.
Na visão do analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, a Petrobras tinha espaço para a redução no diesel, mas poderia ter optado por manter o espaço de manobra caso esse mercado se mostre menos amistoso nos próximos meses: eldquo;Embora as quedas nos preços internacionais de derivados e no dólar dialoguem favoravelmente com o movimento, seguimos vendo o suprimento de diesel passível de instabilidadeerdquo;, disse. Afirmou que, em teleconferência no começo do mês, a diretoria-executiva da companhia, responsável pela definição dos preços, afirmou que seria conveniente operar com um colchão de segurança adicional, para evitar repassar a volatilidade conjuntural ao mercado interno.
O corte no diesel deve corresponder a uma queda de R$ 0,20 centavos nas bombas, considerando 90% de diesel A e a adição de 10% de biodiesel, nas estimativas da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). O presidente da federação, James Thorp Neto, disse que a redução nos postos deve se dar nos próximos dias, mas ressaltou que a decisão é individual, de cada estabelecimento.
O cenário deve ter impacto imediato relativamente pequeno a curto prazo na inflação ao consumidor, mas será importante para aliviar pressões na cadeia produtiva a médio prazo, disse o economista André Braz, responsável pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). eldquo;A notícia é boa. As quedas no diesel são importantes porque vão aliviando essas pressões inflacionárias acumuladas nos últimos meseserdquo;, afirmou.
O coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rodrigo Leão, disse que, apesar das quedas no preço do petróleo, não se pode ignorar a aproximação do período eleitoral como ponto de influência para a decisão da Petrobras.
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Fonte/Veículo: Valor Econômico
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