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A Casa Branca publicou nesta quarta (30/7) a ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializando a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e com isenções para petróleo e derivados, entre outros setores relevantes na pauta do comércio Brasil-EUA.
Mas etanol e açúcar não entraram na lista, indicando que, a princípio, esses produtos estão sujeitos às taxas emdash; e podem ser objeto de negociações entre os dois governos.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, já havia mencionado esta possibilidade em uma entrevista à Globonews na última terça (29/7).
Além disso, o acesso ao mercado brasileiro de etanol está entre os principais alvos da investigação aberta pelos Estados Unidos em 15 de julho, para apuração sobre práticas que supostamente prejudicam o comércio internacional norte-americano.
Na visão do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), o Brasil eldquo;desistiu de oferecer tratamento praticamente livre de tarifas para as exportações americanas de etanol em caráter recíprocoerdquo; e, em vez disso, agora aplica uma tarifa eldquo;substancialmente mais altaerdquo; ao produto importado.
Atualmente, o Brasil cobra 18% de tarifa sobre o etanol importado, enquanto os EUA aplicam 2,5% sobre o etanol brasileiro.
A cota tarifária (CTQ) sobre a importação do etanol de fora do Mercosul começou a ser aplicada em 2017, com uma alíquota de 20%, e é uma medida para equilibrar a concorrência com o mercado interno, especialmente no Nordeste, onde a produção é menos competitiva.
De acordo com dados da consultoria Datagro, de fevereiro de 2023 a junho de 2025, o Brasil importou 204,14 milhões de litros do biocombustível norte-americano, por um valor total de US$ 97,82 milhões.
Mas a conta não é simples. A cota do etanol norte-americano busca compatibilidade com as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao açúcar brasileiro. Ou seja, para que o Brasil abra seu mercado ao biocombustível, os EUA precisariam aumentar a cota de importação do adoçante sem taxas.
Ciúmes da Índia e RenovaBio na mira
Há outros fatores por trás desse interesse na abertura do mercado. E vai além do Brasil.
Os EUA são os maiores produtores de etanol no mundo, com cerca de 58 bilhões de litros/ano. O Brasil vem em seguida, com cerca de 37 bilhões de litros em 2024.
Diferente do Brasil, onde a cana é predominante, o etanol estadunidense é baseado no milho. E essa diferença dá vantagem ao produto brasileiro no comércio internacional.
Por ter uma pegada de carbono menor, o etanol de cana tem ganhado mercados, inclusive nos EUA, para cumprir mandatos de descarbonização.
A aproximação com a Índia, entre outros países da Ásia, em busca de novos consumidores para o etanol brasileiro também desperta o ciúme de Trump.
Isso fica claro no documento da USTR, onde o Brasil é acusado de reduzir tarifas para parceiros comerciais como Índia e México.
Outro ponto é a barreira ambiental criada pelo RenovaBio no comércio doméstico.
Em abril, o governo dos EUA chegou a mencionar a política brasileira de incentivo aos biocombustíveis em seu relatório anual sobre barreiras comerciais que prejudicam os exportadores norte-americanos.
E30 pode ajudar?
O início das tarifas de Trump coincide com a entrada em vigor, no Brasil, do aumento da mistura de etanol na gasolina, de 27% para 30% em 1º de agosto.
O que significa aumento de demanda para o anidro, dando alguma margem para importação do biocombustível, de acordo com pesquisa da Argus.
A consultoria aponta um espaço para importações da ordem de 400 mil a 800 mil m³ de etanol até o fim da safra de cana-de-açúcar, em março de 2026 emdash; volume que não é registrado há pelo menos quatro anos.
Ainda segundo a Argus, a maior parte dos lotes deve ser originada nos Estados Unidos e entregue no Nordeste, principalmente nos portos de Itaqui (MA) e Suape (PE), em função da proximidade geográfica.
Fonte/Veículo: Eixos
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