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O geógrafo Wagner Ribeiro, professor da pós-graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), criticou a estratégia da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no leilão que ofertou 172 áreas para exploração de petróleo, incluindo blocos na Foz do Amazonas, bacia de Santos, Parecis e Pelotas. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, o professor classifica a ação como eldquo;sorrateiraerdquo; e diz que foi planejada para evitar o debate público sobre a exploração de áreas ambientalmente sensíveis.

eldquo;Essa foi uma estratégia surpreendente, eu diria até sorrateira, de incluir no mesmo leilão essa diversidade de lugares. Isso não é muito frequenteerdquo;, afirma Ribeiro. Ele questiona o fato de blocos polêmicos, como os da Foz do Amazonas, terem sido agrupados a áreas já exploradas e rentáveis, como a bacia de Santos, o que poderia facilitar sua aprovação sem o devido debate com a sociedade.

O pesquisador lembra que a Foz do Amazonas é uma área de alta biodiversidade, onde há transição entre águas doces e salgadas. eldquo;Em caso de vazamento vai afetar uma área muito sensível. Estamos falando de uma área que tem uma dinâmica muito especial em termos de circulação de água doce e salgada, é uma área de transição dessas duas faixas. Então vamos estar afetando tanto a fauna de água doce quanto a fauna marinhaerdquo;, alerta.

Ribeiro também denunciou o processo de enfraquecimento das normas ambientais no país. Segundo ele, apesar da retomada da fiscalização no governo Lula (PT), o licenciamento ambiental ainda corre risco. eldquo;Se nós não conseguirmos barrar essa lei da devastação ambiental, talvez esse próprio licenciamento fique muito mais simpleserdquo;, indica.

O professor critica ainda setores da esquerda que seguem apoiando a exploração de petróleo com eldquo;argumentos frágeiserdquo;, desconsiderando o potencial de outras fontes de energia no Brasil. eldquo;Podemos pensar em alternativas, sim, para deixar esse petróleo quietinho no fundo do mar. Não precisamos dele. Temos alternativas para abastecer a população brasileira com fontes energéticas mais adequadaserdquo;, defende, mencionando opções como energia solar, eólica e marinha.

Fonte/Veículo: Brasil de Fato

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