Sem acordo, Senado suspende votação de PLP sobre devedor contumaz
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que o governo tentará viabilizar em até 60 dias o início da importação de diesel da Rússia. A medida é uma aposta para reduzir o custo do combustível, que no preço final não teve o mesmo impacto da redução de ICMS da gasolina e do álcool. O imposto cobrado pelos Estados no diesel já era inferior ao limite de 17% definido a partir deste mês para serviços considerados essenciais.
A entidade que representa importadores de combustíveis reagiu, no entanto, com ceticismo à declaração do presidente, lembrando que negociações com a Rússia são cercadas de dificuldades.
eldquo;Está acertado, em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe esta possibilidadeerdquo;, afirmou Bolsonaro, em entrevista no Palácio do Planalto. eldquo;Importamos quase 30% [do diesel consumido no país]. Você tem que importar diesel de quem está vendendo mais barato e não importar de quem à vontade está vendendo até mais caroerdquo;.
A menos de três meses das eleições, o presidente tem reforçado as pressões sobre a Petrobras para que a empresa não repasse eventuais aumentos de preços. A alta do diesel, além do impacto direto na inflação, afeta diretamente uma das categorias - a dos caminhoneiros - que o apoiou maciçamente em 2018.
Referindo-se ao novo presidente da estatal, Caio Mário Paes de Andrade, Bolsonaro também cobrou uma redução dos valores caso a cotação do petróleo fique abaixo de US$ 100.
eldquo;Aumentando o preço aqui, aumenta o lucro da Petrobras. A Petrobras está agora com um presidente que o fim social pela lei das estatais vai ser observado. O petróleo brent baixou de US$ 100, voltou a subir um pouquinho, acredito que se der uma certa constância um pouco abaixo de US$ 100 tem espaço para diminuir o preço nas refinarias.erdquo;
Ainda sobre a declaração de que haverá importação de diesel da Rússia, o presidente defendeu parcerias com o país e sua decisão de manter neutralidade após o líder russo Vladimir Putin invadir a Ucrânia, em uma guerra que já dura cinco meses. E afirmou que apesar das sanções impostas por vários países a Moscou em função dos ataques à Ucrânia, os russos continuam fazendo negócios com parceiros pelo mundo.
Mas no caso do diesel, importadores brasileiros não veem a Rússia como um fornecedor que possa mudar ampliar rapidamente a oferta do combustível a preços mais baixos.
Sergio Araujo, presidente da Associacao Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), afirmou ontem ao Valor que as empresas associadas não estão negociando com refinadores da Rússia. eldquo;Existem muitos óbices operacionais devido à sanção estabelecidaerdquo; por causa da guerra, disse. Araujo afirmou ainda que o setor também não importava diesel da Rússia mesmo antes das sanções, por questões como a oferta de diesel do Golfo do México, custo com frete e tempo de viagem. "Não sei como poderão ser superadas as dificuldades geradas pelas sanções", resumiu Araujo.
Bolsonaro também falou sobre a guerra e afirmou que tem conversa agendada com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A declaração foi feita após visita oficial da presidente da Hungria, Katalin Novák. eldquo;Trocamos algumas observações sobre o conflito que acontece ali próximo à Hungria, a questão Rússia e Ucrânia. Disse-lhe que no próximo dia 18 tenho um telefonema acertado com o Zelensky, assim como depois da minha visita à Rússia, antes do conflito, tive uma outra conversa com o presidente Putinerdquo;, afirmou Bolsonaro a jornalistas. eldquo;Nós queremos, cada vez mais, fazer o possível pela paz. Sabemos que a verdade muitas vezes machuca, mas não tem outro caminho.erdquo;
O presidente agradeceu o apoio da Hungria sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, bem como acerca do processo de acessão do Brasil à OCDE. Para ler esta notícia, clique aqui.
Fonte/Veículo: Valor Econômico
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