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O governo federal espera a aprovação hoje de proposta na Câmara para ampliar alcance de benefício cujo número de famílias contempladas em agosto pode subir a 20,1 milhões. A ala política quer antecipar a distribuição, em busca de maior impacto na eleição. A parcela adicional de R$ 200 deve ser paga em 18 de agosto.

O governo projeta a inclusão, a partir de agosto, de cerca de 2 milhões a mais de famílias no Auxílio Brasil. O número de famílias contempladas pelo programa pode subir para perto de 20,15 milhões, segundo apurou o Estadão.

O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) eldquo;Kamikazeerdquo;, que amplia e cria benefícios sociais em pleno ano eleitoral, estabelece o início do pagamento do benefício da parcela adicional de R$ 200 no primeiro dia de agosto. Uma folha extra em julho, portanto, não poderá ser rodada, como esperavam aliados do governo.

O Ministério da Cidadania trabalha com as datas do cronograma habitual de início de pagamento do Auxílio Brasil em agosto, a partir do dia 18. Como a PEC só permite o pagamento da parcela adicional do dia 1.º de agosto a 31 de dezembro, a avaliação entre os técnicos é de que não vale rodar uma folha extra com custo adicional para pagar o Auxílio Brasil turbinado a poucos dias da data oficial.

A ala política, no entanto, pressiona para o pagamento do benefício turbinado o quanto antes, na tentativa de aumentar o apoio ao governo nas eleições de outubro. A PEC eleva de R$ 400 para R$ 600 o piso do Auxílio Brasil e prevê recursos para o governo zerar a fila das famílias à espera de acesso ao programa.

Já para a bolsa-caminhoneiro (de R$ 1 mil) e do vale-taxista (de R$ 200), o pagamento pode começar neste mês, assim que a PEC for aprovada e promulgada. A votação final está prevista para hoje na Câmara.

Para garantir os recursos ao pagamento dos novos auxílios e da ampliação dos benefícios sociais já existentes, o governo terá de editar uma medida provisória com crédito extraordinário endash; recursos do Orçamento da União para despesas que ficam fora do teto de gastos. O teto é a regra que limita o crescimento das despesas de um ano para outro à variação da inflação.

Com a PEC, essa trava será suspensa para abrir espaço a R$ 41,2 bilhões em novas despesas para pagar os benefícios sociais a poucos meses das eleições.

Em agosto, também será pago o vale-gás para a compra de um botijão cheio de 13 quilos. Até agora, esse benefício pagava 50% do preço do botijão a cada 60 dias. Com a PEC, o auxílio passa a ser integral a cada dois meses. Até o fim do ano, o vale-gás será pago nos meses de agosto, outubro e dezembro.

As parcelas adicionais de R$ 200 do Auxílio Brasil e do valegás serão concedidas até o fim do ano, mas técnicos do governo já reconhecem que será politicamente difícil para o próximo presidente eleito retirar os benefícios no início de governo.

Em junho, o governo pagou o Auxílio Brasil para 18,15 milhões de famílias. O repasse médio recebido pelas famílias é de R$ 402. Isso porque, além do benefício básico, há rendas complementares possíveis de acordo com os perfis das famílias, como a Bolsa Esporte Escolar, a Bolsa de Iniciação Científica e a Inclusão Produtiva Rural. ebull;

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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