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As montadoras estabelecidas no Brasil e a chinesa BYD endash; que está iniciando operações no País endash; trocaram acusações públicas esta semana, por causa de um pedido de redução de Imposto de Importação feito pela marca chinesa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A BYD pediu ao governo federal, em fevereiro, a redução de Imposto de Importação para automóveis semimontados (SKD, da sigla em inglês para Semi Knocked Down) e desmontados (CKD, Completely Knocked Down) de 20% para 10% no caso dos carros híbridos e de 18% para 5% no caso dos veículos elétricos.

Em resposta, os presidentes da Volkswagen, Toyota, Stellantis (que reúne marcas como Fiat, Peugeot e Jeep) e General Motors (que é dona da Chevrolet) enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestando contrariedade ao pacote de benefícios a favor da montadora chinesa. A

Coluna do Estadão antecipou no domingo que o Comitê Executivo de Gestão, da Câmara de Comércio Exterior (GecexCamex), terá uma reunião extraordinária para deliberar sobre alguns pedidos da BYD.

Na carta, as montadoras disseram que tais benefícios prejudicariam o crescimento do setor automotivo, trariam um eldquo;legado de desempregoerdquo; e diminuiriam o valor agregado no processo produtivo nacional

(mais informações nesta página).

Em resposta, a marca chinesa endash; que iniciou as operações na fábrica em Camaçari, na Bahia, no final de junho endash; divulgou on

eldquo;Se mudarem as regras do jogo, as empresas instaladas no País reavaliam, obviamente, todos os investimentos que foram anunciadoserdquo;

Igor Calvet

Presidente da Anfavea

eldquo;Chega uma empresa chinesa que acelera fábrica, baixa preço e coloca carro elétrico na garagem da classe média, e os dinossauros surtam. Se os dinossauros estão gritando, é sinal de que o meteoro está funcionandoerdquo;

Carta da BYD

tem um comunicado endash; intitulado Por que a BYD incomoda tanto? endash; afirmando que trouxe eldquo;carros tecnológicos, sustentáveis e mais acessíveiserdquo; para o

Brasil e foi eldquo;atacada por concorrentes obsoletoserdquo;. Toyota, Stellantis, General Motors e Anfavea não responderam às tentativas de contato do Estadão até a noite de ontem.

elsquo;DINOSSAUROSersquo;. No comunicado, a fabricante de automóveis chinesa afirma que as quatro montadoras enviaram uma carta conjunta eldquo;implorandoerdquo; para o presidente Lula eldquo;abortar a inovaçãoerdquo;. eldquo;Assinada por representantes da Toyota, Stellantis, Volkswagen e General Motors, a carta tem o tom dramático de quem acaba de ver um meteoro no céuerdquo;, diz.

A BYD ainda se referiu às montadoras como eldquo;dinossauroserdquo;. eldquo;Agora, chega uma empresa chinesa que acelera fábrica, baixa preço e coloca carro elétrico na garagem da classe média, e os dinossauros surtam.erdquo;

eldquo;O presidente deveria ouvir essas cartas endash; e usá-las como prova de que está no caminho certo. Porque, se os dinossauros estão gritando, é sinal de que o meteoro está funcionandoerdquo;, acrescentou no final.

O texto também cita a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e diz que as ameaças de demissão em massa e fechamento de fábricas são eldquo;uma espécie de chantagem emocional com verniz corporativo, repetida há décadas pelos barões da indústria para proteger um modelo de negócio que deixou o consumidor brasileiro como último da fila da modernidadeerdquo;.

À Coluna do Estadão no domingo, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, disse que a indústria automotiva brasileira irá rever a projeção de até R$ 180 bilhões em investimentos, se o pacote de benefícios a favor das fabricantes chinesas de automóveis for adotado.

eldquo;Se mudarem as regras do jogo, as empresas instaladas no País reavaliam, obviamente, todos os investimentos que foram anunciadoserdquo;, afirmou Calvet. eldquo;Esses recursos (programados até 2030) são absolutamente importantes para o País, no sentido de agregar o valor à produção nacional, que não é uma mera montagem, não é um mero apertar parafusoserdquo;, complementou.

Calvet reclamou da eldquo;importação maciçaerdquo; de veículos que já vêm ocorrendo no País. Disse que foram 228 mil emplacamentos somente neste ano. Destacou, ainda, que a indústria automotiva nacional já enfrenta queda de 6,5% na produção nos primeiros seis meses deste ano e redução de 10% na venda do varejo, na comparação com o ano passado. ebull;

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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