Petrobras acelera encomendas em refino ao maior nível desde Lava Jato
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A proposta de redução de impostos sobre combustíveis, conta de luz e outros itens, anunciada no início da semana pelo governo, poderá ter o resultado oposto ao esperado pelo Palácio do Planalto, alertaram ontem pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).
eldquo;É uma enorme ilusão achar que redução de impostos vai reduzir inflação e trazer juro para baixoerdquo;, afirmou José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários da FGV/Ibre, durante o 2.º Seminário de Análise Conjuntural, evento online realizado em parceria com o Estadão. eldquo;Tudo ali é temporário. Na virada do ano, o que acontece com a inflação? Sobe de novo.erdquo;
Para o pesquisador, que foi diretor do Banco Central (BC), as medidas anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) também não deverão moderar o atual ciclo de alta da Selic, atualmente em 12,75%.
Também participante do seminário, a pesquisadora Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre, destacou que o anúncio de redução de impostos tende a elevar as expectativas de inflação para 2023. eldquo;Se as medidas forem de redução de impostos, a inflação volta ano que vem. Vamos ter de manter a taxa de juros elevada por tempo maior. E, provavelmente, ela terá de ser mais elevadaerdquo;, afirmou.
Armando Castelar, pesquisador associado do FGV/Ibre, lembrou que, embora as perspectivas de curto prazo para a atividade econômica tenham melhorado nos últimos meses, os principais problemas do atual cenário (a persistência de inflação elevada em todo o mundo e a necessidade de subir juros) seguem pesando sobre a possibilidade de um crescimento sustentável. eldquo;Quando a gente comemora que o IPCA caiu abaixo de 12% em 12 meses, tem alguma coisa erradaerdquo;, afirmou, referindo-se ao IPCA até maio, que ficou em 11,73%.
elsquo;Ilusãoersquo; Para José Júlio Senna, elsquo;é ilusãoersquo; achar que redução de tributos vai elsquo;trazer juro para baixoersquo;
Para piorar, lembrou Castelar, o eldquo;risco político-eleitoralerdquo; entrou no radar dos agentes econômicos nesta semana, com a divulgação de um primeiro esboço do programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o pesquisador, a tendência, até o fim do ano, é de que a elevação das incertezas em torno dos rumos da política econômica num próximo governo pese sobre a economia. Os principais impactos deverão ser o adiamento ou moderação nos investimentos, a elevação do risco-País e a elevação da taxa de câmbio. ebull;
Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo
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